Cleia Carvalho
Eu sei que sou criticada, mas ninguém me fala quem são estas pessoas e muito menos contam quais são as críticas. Eu gostaria de dizer à estas pessoas que botem a cara para bater como eu. Eu dormi em aeroporto, tomei banho de água fria debaixo da porta de banheiro no aeroporto. Implorei para não pagar ônibus em Brasília, mostrando ao motorista o peso de milhares de cartas que eu iria entregar pessoalmente aos políticos. De tanto vai e vem entre aeroporto e o Congresso Nacional me tornei conhecida dos motoristas que deixavam eu andar de graça. Quebrei um dente da frente comendo um pastel que era o meu almoço naquele dia. Como era feriado só encontrei uma clínica de pronto socorro particular. O pastel custou um real e paguei R$ 300,00 para colocar um dente, tudo isso para não interromper o meu trabalho em prol do Aerus. Fiquei uma semana pregada em uma cruz debaixo de sol quente, e a noite dormindo no gramado gelado passando um frio do cão. Sim, eu dormi lá para que não arrancassem a cruz, porque a Polícia Federal me disse que iriam tirar. E eu os enfrentei. Como não estava aguentado mais a insegurança no gramado, eu pedi socorro ao Senador Paulo Paim à meia noite através do celular dele, e também pedi socorro na aeronáutica e fui atendida.
Dentro do Congresso várias vezes tive que perambular descalça devido ao cansaço e outras por ter quebrado o salto do sapato. Implorei ao sapateiro que não me cobrassem o conserto, pois não tinha dinheiro. Enquanto comia uma sopa no aeroporto (por permuta com o meu livro) roubaram o meu casaco. Tive que comprar outro, pois Brasília a noite é um gelo. Eu carrego o meu livro, pois sou reconhecida devido aos inúmeros programas de televisão que já fiz. A única critica que eu sei que há é sobre o meu livro que publiquei em 2002. Sou conhecida em toda a mídia não só por causa do livro, mas também o histórico da minha vida que relato também no meu livro. Quem comprou sabe disso. Portanto eu não preciso do Aerus para promover-me. Ao contrário, uso meu trânsito na mídia para divulgar o problema do Aerus, pois ninguém sabia o que era isso antes. Mas nunca misturei as duas coisas - meu livro com o Aerus. Eu não vendo o meu livro, eu os carrego comigo sempre ou para cortesia ou permuta e também me dá um status para entrar em qualquer lugar. E porque não vendê-lo quando sou reconhecida pelas pessoas quando me abordam? Eu também preciso de dinheiro para sobreviver. Sabem quantos livros eu vendi este ano? Somente (6) seis, devido ao pânico que me abateu por causa da insegurança financeira e outras coisas mais. Fiquei enclausurada 7 meses.
A primeira vez que eu fui a Brasília foi através do Jim Pereira que arrecadou recursos para três pessoas. Depois estive lá por mais três vezes, e tive somente uma ajuda de um comandante na segunda viagem. O resto tudo correu por minha conta. Eu faria tudo de novo. Não me arrependo. Isso faz parte do meu caráter. Ser solidaria ao ser humano. Seja ele quem for. Eu não só luto pelo Aerus contra toda esta injustiça que caiu sobre nós, como abraço outras causas que vocês nunca iriam imaginar. Não foi a toa que eu fiquei com (Síndrome do Pânico). Sou gente e muito sensível. Pena que sou uma só, Mas eu queria ser varias para estar em vários lugares lutando por todos e por um Brasil melhor. Pelo menos estou tranqüila por fazer minha parte com amor. Mas depois de tudo isso vem alguém que está com sentado com a bunda no sofá e criticando por criticar? Excluo aqui aqueles que não podem se locomover ou que estão acamados. Que critique, mas que faça também a sua parte. Só erra quem faz. Quem não faz erra duas vezes.
Cleia Carvalho
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José Serra e Cleia Carvalho, São Paulo, outubro de 2010 |
De Fernando Vieira Dutra:
ResponderExcluirCléia, jovem aguerrida e fraternal
Continue sua sina. Ela te dá o alimento que os outros necessitam. Entende?
Vou ser curto e grosso: Poucos, muito poucos conseguem colocar a BUNDA na janela sem levar palmadas, pauladas, coices, cusparadas! Inveja é uma merda e... mata!
Dos que colocam o traseiro à mostra, temos você e não estás mal acompanhada. Pois estão contigo, dividindo a janela ou em outras bem próximas de ti.
De antemão, desculpas aos que, por ventura, não são aqui citados:
Amaury Guedes
Paulo Resende
Dayse Amorim
José Jordão
Jim Pereira (é... Jim Pereira e o MovJá! projeto e idealização do nobre colega)
e a todos os outros que não deixam a peteca cair (desculpem, eu aí me incluo);
todos do MovJá! aqueles que não acreditam em promessas e as esperam. Esperemos, mas continuemos nossa luta. Saga que terá um final feliz.
Depende de nós!
Viva o povo do Aerus: Viva o povo demitido da Varig.
Ainda temos chances, depende nós.
Fernando Vieira Dutra
Comissário de Võo Aposentado Varig_Aerus.