segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013

1984

Jurava tê-lo lido. Portanto, quando o comprei na Feira do Livro de Ericeira, ano passado, falei com os meus botões “vou reler este livro”. Mas não, não o havia lido, never. Confissão feita, vamos ao livro, começando pelo autor.

George Orwell, 1933
“George Orwell é o pseudônimo de Eric Blair, escritor britânico de origem indiana. Nasceu em Matoihari em 1903 e morreu em Londres em 1950. Foi aluno em Eton, e em 1922 ingressou na polícia colonial, o que o levou à Birmânia. A experiência serviu de base para a obra Dias da Birmânia (1934). No seu regresso à Europa, viveu praticamente como vagabundo. O relato das suas aventuras converteu-se em Down and Out in Paris and London (1933), o seu primeiro livro. As ideias socialistas permeiam a sua obra. Escreveu Homenagem à Catalunha (1939), com base na guerra civil espanhola, onde lutou pelos republicanos. Não ocultou a brutalidade do comunismo, o que lhe valeu a inimizade da esquerda europeia. Com O Triunfo dos Porcos (1945) consagrou-se como escritor. É uma alegoria sagaz da história da União Soviética. Em 1984 (1949), critica também os estados totalitários. As seguintes obras são também suas: O Vil Metal (1936), The Road to Wigan Pier (1937) e Coming Up for Air (1939).”

“Na sua obra 1984, escrita um ano antes da sua morte, 1950, George Orwell concebe um Estado futuro omnipresente e omnipotente, constituindo um dos clássicos da literatura do século XX. A personagem de O’Brien, membro da direção do partido dominante no Estado totalitário, condensa a ideia da obra, com um comportamento caracterizado pelo exercício do poder como valor absoluto. Tudo é justificável para conseguir o poder, e tudo para o conservar. Não há casa que escape à vigilância do Super-Estado, o Grande Irmão (Big Brother) cuja presença chega às atividades mais íntimas do ser humano.

Winston Smith, o protagonista, é um homem que tenta rebelar-se contra esse sistema monstruoso, mas que, pouco a pouco, se vê submetido ao mesmo. O Estado apodera-se da consciência das pessoas, dos seus sentimentos, dos seus sentidos. Em 1984, Orwell oferece-nos um panorama profundo das relações e dependências que o Estado é capaz de criar com uma filosofia ditatorial, onde não há respeito pela individualidade do ser humano, e muito menos quando a tecnologia se encontra ao serviço dessa perversão.

O Grande Irmão, esse olho que tudo vê, inspirou o nome de um dos programas que mais êxito teve nos últimos anos dentro do gênero dos reality shows. Como em 1984, trata-se de um grupo de pessoas que se submete à vigilância permanente de todos os seus atos. A diferença radica no fato de o fazerem livremente. A novela de Orwell, contudo, expõe um retrato lastimoso e magistral da perda de liberdade do ser humano.”


Escrito há 64 anos, e 35 antes do título. Isto é, Orwell imaginou em 1949 como seria o futuro em 1984. Escreveu cinco anos após o fim da segunda guerra mundial. Com certeza inspirou-se nos líderes ‘passados’ – de 1945 a 1949 – e no que viu acontecer nesses quatro anos: o surgimento da Cortina de Ferro, por exemplo.

Europa dividida pela "Cortina"

A leitura do livro, eu diria, não é das mais fáceis. Mas li-o com prazer pois sentia o aprendizado. Aprender sobre a novilíngua me encantou. Percebi coincidências com discursos atuais. Dois exemplos, rapidinho. No Brasil, a mídia que tenta mostrar e demonstrar o que é e o que representa o Partido dos Trabalhadores no e para o Brasil, é rotulada de “golpista”. Isto é, quem escrever algo que desconstrua o PT ou aponte a nudez (de princípios) do GUP (Guia Universal dos Povos) é apontado como inimigo. (Da democracia, por exemplo. Believe it or not!). “Nunca antes neste país”, frase preferida do GUP, o que é, se não um espetacular exemplo da novilíngua petista, hein??

Em Portugal, temos o “pacto da agressão” e o ‘patriotismo’. Quer dizer, as ações do atual governo, eleito democraticamente, de fato e de direito, em junho de 2011, são “agressões” à “pobre classe trabalhadora” (seja lá qual for); e o ‘patriotismo’ é exclusivo desses grupelhos, só eles são patriotas, o resto… bem, é resto.

Quanto à consciência das massas, basta informá-las pela negativa(!!)

3 comentários:

  1. OI JIM, VI O FILME, MAS NA ÉPOCA NÃO ENTENDI NADA. VOU REVELO, NO YOUTUBE.
    http://youtu.be/sO608z2O90w
    BEIJOS JANDA

    ResponderExcluir
  2. Well, Janda, se o filme seguir ao pormenor o livro...

    ResponderExcluir
  3. Jim, tudo tem um preço. Ser livre dá espaço pra todo tipo de problemas. Ser vigiado em nome da segurança traz outros. Se pode-se escolher entre um e outro, ótimo.
    Ter o controle das massas faz parte de administrá-las de modo a manter o status quo das lideranças.
    Por toda parte, não importa o regime adotado, o Estado interfere na vida do indivíduo e faz o que pode pra não ter que garantir os seus direitos básicos. Dependendo de como determinada sociedade está organizada, dependendo do que cada uma decidiu abrir mão em troca de determinada 'vantagem' e anseios, diz muito da sua cultural ou da ausência.
    A última cena do filme foi muito chocante. Muito 'convincente'.
    bjx
    Circe

    ResponderExcluir

Não publicamos comentários de anônimos/desconhecidos.

Por favor, se optar por "Anônimo", escreva o seu nome no final do comentário.

Não use CAIXA ALTA, (Não grite!), isto é, não escreva tudo em maiúsculas, escreva normalmente. Obrigado pela sua participação!
Volte sempre!
Abraços./-