Em números absolutos, o maior
matador foi o ditador chinês Mao Tsé-tung, que mandou nada menos que 77 milhões
de compatriotas para o além.
Em percentual relativo, o
líder mais sanguinário foi o general Pol Pot, que assassinou “apenas” 2 milhões
de pessoas – um terço da população do Camboja, país em que ele foi
primeiro-ministro entre 1976 e 1979.
A relação tem como critério
básico o total de mortes causadas pela ação ou omissão de líderes com poderes
ditatoriais. Isso inclui desde fuzilamentos no paredão até grandes fomes
causadas por uma guerra civil, por exemplo.
Os números foram coletados
pelo cientista político e historiador americano Rudolph J. Rummel, que escreveu
quase duas dúzias de livros com informações sobre casos de “democídio” – o nome
que Rummel dá ao assassinato de uma pessoa por um governo. Foram muitos,
sobretudo nos últimos 100 anos. “Se enfileirarmos os cadáveres das vítimas de
democídio no século 20, eles dariam 6 voltas em torno da Terra”, diz o
historiador.
São eles:
1. Mao Tsé-tung: 77.000.000
2. Joseph Stalin: 43.000.000
3. Adolf Hitler: 21.000.000
4. Kublai Khan: 19.000.000
5. Imperatriz Cixi: 12.000.000
6. Leopoldo II:
10.000.000
7. Chiang Kai-shek: 10.000.000
8. Genghis Khan:
4.000.000
9. Hideki Tojo: 4.000.000
10. Pol Pot: 2.000.000
Veja abaixo os 10 governantes
mais assassinos de todos os tempos.
Mao Tsé-tung (ou Mao Zedong)
(1893-1976)
VÍTIMAS: 77.000.000
PAÍS: China
MODUS OPERANDI: Execuções, assassinatos e políticas econômicas desastradas que mataram
de fome parte da população

A partir de 1950, lançou um
programa de reforma agrária e coletivização da agricultura que desorganizou a
economia do país e provocou a maior onda de fome já registrada pela História.
Pouco depois deste episódio, Mao e seus assessores mais próximos lançaram em
meados da década de 1960 a Revolução Cultural, esforço justificado como uma
tentativa de mudar a mentalidade da população chinesa e prepará-la para o
socialismo. A campanha levou a prisões em massa, fechamento de escolas e
perseguições que provavelmente causaram a morte de mais de 1 milhão e meio de
pessoas.
Joseph Stalin (1879-1953)
VÍTIMAS: 43.000.000
PAÍS: União Soviética
MODUS OPERANDI: Assassinatos, perseguições étnicas
Durante os 25 anos que
governou ditatorialmente a antiga URSS, Stalin transformou o país em potência
mundial, promovendo a industrialização. Isso envolveu, porém, entre outras
coisas, a implantação de um programa forçado de coletivização da agricultura e
abolição da propriedade privada, que só foi possível com o assassinato de
agricultores e a criação de um estado de terror policial, através do qual
promoveu o expurgo e a execução de adversários políticos.
Depois de ter papel
fundamental na derrota dos nazistas na Segunda Guerra Mundial (1939-1945),
estendeu o controle soviético aos países da Europa Oriental, obrigando vários
deles a manterem-se no bloco comunista, ao custo da repressão de opositores, da
fome e do empobrecimento das suas populações. Stalin também foi
responsabilizado pela existência de campos de trabalhos forçados para deter
dissidentes e pela perseguição de minorias étnicas que viviam na União
Soviética, realizando transferências compulsórias de populações que causaram
número de mortes jamais calculado com precisão.
Adolf Hitler (1889-1945)
VÍTIMAS: 21.000.000
PAÍS: Alemanha
MODUS OPERANDI: Guerra, campos de extermínio
Líder do Partido Nacional Socialista (nome oficial da organização nazista) entre 1921 e 1923 e chefe do governo da Alemanha de janeiro de 1930 até a morte, Hitler chegou ao poder através de eleições livres, depois de tentar um golpe de estado que resultou em sua prisão. Transformou-se em ditador logo em seguida, com a eliminação de rivais e opositores.
Líder do Partido Nacional Socialista (nome oficial da organização nazista) entre 1921 e 1923 e chefe do governo da Alemanha de janeiro de 1930 até a morte, Hitler chegou ao poder através de eleições livres, depois de tentar um golpe de estado que resultou em sua prisão. Transformou-se em ditador logo em seguida, com a eliminação de rivais e opositores.
Principal responsável
individual pela Segunda Guerra Mundial, que deflagrou ao invadir a Polônia em
1939, ordenou que exércitos alemães atacassem e ocupassem vários países,
assumindo a responsabilidade pelas atrocidades cometidas pelos nazistas em seu
nome durante a primeira metade da década de 1940 na Europa e norte da África.
Também permitiu e incentivou a realização organizada de genocídio que buscava
exterminar judeus, ciganos, deficientes físicos e mentais, dissidentes
políticos, homossexuais e outras minorias. Suicidou-se ao fim da guerra.
Kublai Khan (1215- 1294)
VÍTIMAS: 19.000.000
PAÍS: Mongólia
MODUS OPERANDI: Guerra, assassinatos
Com nome também traduzido como
Khubilai ou Kubla, o “khan” (“chefe”) era neto do conquistador Genghis Khan.
Atacou a China, derrotou-a e em 1271 proclamou-se o primeiro imperador da
dinastia mongol que governou o país. Além das mortes causadas pelas guerras que
provocou em diversas partes da Ásia (incluindo Pérsia, Vietnã e sul da Rússia),
os soldados sob seu comando tornaram-se conhecidos por atos de extrema
crueldade contra populações civis, incluindo castração de prisioneiros,
assassinatos em massa e estupros coletivos.
O único relato pessoal sobre
ele foi feito por Marco Polo, que visitou sua corte. O viajante italiano
apresenta Kublai Khan como um soberano ideal – durante o reinado, a China
atravessou uma fase de grande prosperidade – mas reconhece que ele era incapaz
de controlar os atos de subordinados e tinha propensão a sofrer ataques
ocasionais de crueldade assassina.
Imperatriz Cixi (1835 -
1908)
VÍTIMAS: 12.000.000
PAÍS: China
Também conhecida como Imperatriz Tz'u-hsi, era uma das concubinas de status inferior do Imperador Xianfeng quando, em 1856, deu à luz aquele que viria a ser seu único filho. Quando o garoto tinha seis anos de idade o pai morreu e ele tornou-se o Imperador Tongzhi, mas poucos meses depois um golpe de estado levou Cixi a assumir o poder de fato. Seu governo a princípio tentou combater a corrupção endêmica no país, mas foi marcado pela ocorrência de grandes levantes populares, que devastaram províncias tanto do norte como do sul e foram sufocados com grande brutalidade.
Porém o maior deles, a
Rebelião dos Boxeadores (de 1900 a 1901) teve estímulo oficial da Imperatriz e
de funcionários do governo, em apoio a uma sociedade secreta de praticantes de
artes marciais, que lutavam para expulsar todos os estrangeiros do território
chinês. O incidente culminou com a intervenção de uma força militar
internacional que ocupou e saqueou Pequim, provocando enorme quantidade de
baixas entre a população.
Leopoldo II (1835 – 1909)
VÍTIMAS: 10.000.000
PAÍS: Bélgica
MODUS OPERANDI: Guerra, fome, assassinatos
O rei da Bélgica que ocupou o
trono de 1865 até a morte acreditava que a obtenção de colônias em outros
continentes era indispensável à prosperidade econômica de seu país, e devotou
todos os esforços para alcançar esse objetivo. Entre os empreendimentos estava
a criação do Estado Livre do Congo, território de sua propriedade particular
localizado na África, de onde eram extraídos borracha e marfim com o uso de
trabalho escravo, recrutado entre a população local.
Denúncias divulgadas na
primeira década do século 20 revelaram também que assassinatos a sangue frio
eram prática habitual no território. As primeiras estimativas da quantidade de
vítimas só foram feitas em 1924, e ressaltaram a dificuldade de quantificar
perdas populacionais ocorridas naquele período na região. Estudos posteriores
indicaram que provavelmente nunca será conhecido o total exato de pessoas
mortas pelas agressões militares indiscriminadas, fome e disseminação de
doenças tropicais causadas no Congo pela ação dos belgas sob o Rei Leopoldo II.
Chiang Kai-shek (1887 -
1975)
VÍTIMAS: 10.000.000
PAÍS: República da China
(Nacionalista) e Taiwan
MODUS OPERANDI: Guerra, massacres
Chiang Chung-cheng era o nome
oficial do general que liderou o governo nacionalista da China entre 1928 e
1949. Em 1927, ele chefiou um sangrento golpe de estado e massacrou milhares de
militantes comunistas, contra quem travou uma guerra civil, encerrada em 1949
com a vitória de seus inimigos, as forças de Mao Zedong. Nesta época, foi
acusado de ignorar as necessidades da população afetada pelo conflito,
agravando seu sofrimento e contribuindo para aumentar o número de baixas.
Após a derrota, Chiang fugiu
para a ilha de Taiwan, onde fundou um novo país depois de enviar soldados para
exterminar cerca de 20 mil moradores locais. Governou Taiwan por quase 30 anos,
recorrendo a métodos como torturas, prisões sem julgamento e assassinatos
generalizados, além de usar corrupção, chantagem e censura à imprensa para
reprimir seus opositores.
Genghis Khan (1162-1227)
VÍTIMAS: 4.000.000
PAÍS: Mongólia
MODUS OPERANDI: Guerras, massacres
O guerreiro-governante mongol
foi um dos maiores conquistadores da História, construindo império que se
estendeu da Ásia ao Mar Adriático, na Europa. Começou subjugando as tribos
nômade vizinhas à sua, que unificou sob um estado militar de rígida disciplina,
passou a atacar vilarejos além das áreas sob o controle original de seu povo, e
acabou por liderar exércitos em campanhas militares que causaram destruição,
morte e caos econômico por todo o continente asiático.
Entre as táticas empregadas
por ele e por seguidores sob seu comando estava o terror psicológico provocado
pela aniquilação de populações inteiras que resistissem aos seus ultimatos.
Historiadores modernos reconhecem a importância da liderança de Genghis Khan
nas atrocidades cometidas por seus guerreiros, mas ressalvam que muitos dos
abusos foram praticados por generais agindo por conta própria, sem sua
supervisão direta.
Hideki Tojo (1884-1948)
VÍTIMAS: 4.000.000
PAÍS: Japão
MODUS OPERANDI: Guerra, massacres, fome
Militar que foi
primeiro-ministro do Japão durante a maior parte da Segunda Guerra Mundial (no
período entre 1941 e 1944), Tojo participou de um motim em Tóquio em 1936,
antes de ser nomeado no ano seguinte como comandante do exército japonês que
ocupava a Manchúria, promovendo massacres contra a população local. De volta a
Tóquio, tornou-se um dos principais defensores do acordo com a Alemanha nazista
e a Itália fascista, que originou o Eixo. Tornou-se ministro da Guerra do
gabinete japonês em 1940, assumindo a chefia do governo no ano seguinte.
Um dos militaristas mais agressivos entre o grupo que dirigia o país, coordenou o esforço de guerra e assumiu poderes ditatoriais durante o conflito. Quando a derrota final aproximava-se, em 1944, Tojo foi afastado do comando das forças armadas. Após a rendição tentou suicídio, mas sobreviveu. Julgado por crimes de guerra, foi condenado e enforcado.
Pol Pot (1925-1998)
VÍTIMAS: 2.000.000
PAÍS: Camboja
MODUS OPERANDI: Massacres, fome
Saloth Sar era o verdadeiro
nome do ditador cambojano conhecido pelo codinome Pol Pot, que entre 1975 e
1979 liderou um governo comunista radical, responsável pela retirada em massa
da população das cidades, enviada à força para “campos de reeducação” no interior,
com objetivo de criar uma nova sociedade sem classes. A operação envolveu o
assassinato de milhões de pessoas e o desarranjo da economia, causador de uma
onda de fome e doenças que, aliada à repressão política, provocou eventualmente
o extermínio de quase a metade da população do país, segundo algumas
estimativas.
O legado de brutalidade e caos
social prossegue até hoje – o Camboja continua sendo um dos países mais pobres
do mundo, mergulhado em turbulento impasse político e com umas das maiores taxas
de incidência de AIDS do planeta. Afastado por uma invasão vietnamita em 1979,
Pol Pot embrenhou-se na selva e continuou chefiando um governo assassino, agora
em guerra civil, até ser afinal deposto em 1997. Foi então colocado em prisão
domiciliar por seus ex-companheiros e morreu no ano seguinte de causas
naturais.
Título, Imagens e Texto:
Roberto Navarro, revista “Superinteressante”, nº 246, dezembro de 2007
Colaboração: Alvaro Pedreira
de Cerqueira
De Rivadávia Rosa, por e-mail:
ResponderExcluirO fato é que o democida Mao não tinha limites para praticar o mal. Talvez por isso seja glamourizado efusivamente pela esquerda latino americana e brasileira. Numa cartilha distribuída às escolas brasileiras ele é apresentado às crianças como uma pessoa que 'amava as mulheres'. Sem dúvida! 'Amava tanto, as meninas chinesas que depois de fazer amor com elas as mandava matar'. Claro que na China não havia e não há 'pedofilia'.
Riva