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Foto: Neto Ferreira (?) |
Peter Rosenfeld
Devo dizer que jamais tinha
visto algo parecido! Um subordinado mente escandalosamente para o seu superior,
que tem provas irrefutáveis desse crime, e este nada faz para afastar o
mentiroso!
Mas onde é que estamos?
Será que o chefe (no caso, a
chefe) está esperando um milagre? Que alguém apareça com um pó de pirlimpimpim
e em um passe de mágica faça o mentiroso sumir? Evaporar-se?
Será que nenhum outro
subalterno tem a coragem de alertar a chefe para a situação absurda que foi
criada?
Ou será que a Chefe tem medo
de tomar a única medida cabível, a demissão?
Pois é exatamente isso que
está acontecendo neste nosso País dos absurdos! Nesse pobre Brasil, que virou
uma verdadeira Casa da Mãe Joana!
É evidente que estou me
referindo à Presidente da República, Senhora Rousseff e ao Ministro Lupi.
O Ministro mentiu para a
Presidente; mentiu para os Senadores em pleno Senado Federal; mentiu para os
Deputados Federais em plena Câmara dos Deputados.
Essa mentira a nossos
legisladores federais foi assistida pelos brasileiros via televisão, ao vivo e
a cores e, posteriormente, pelas gravações feitas nos dois casos. Não foi
preciso, sequer, que alguém imaginasse o ocorrido; lá estava, sem deixar
qualquer coisa à imaginação de quem assistia!
Será que o indigitado
Ministro, responsável pela administração de vultosos valores, consegue dormir à
noite?
E como nós, cidadãos pagantes
de impostos (os mais altos do mundo, provavelmente), estamos nos sentindo
sabendo que nossos dinheiros estão sendo usados para enriquecer gente que não
fez para merecê-los?
O Ministro talvez nem se vexe,
apesar de saber que, mais cedo ou mais tarde, será ejetado do cargo, mas aí já
terá causado grandes males!
Ah, é verdade, sairá sob
grandes aplausos dos asseclas do governo federal, incisiva e fortemente
elogiado por sua superior, como aconteceu com os ministros anteriormente
demitidos, esses apenas por haverem cometido falcatruas!
Nossos presídios estão
superlotados com ladrões de galinhas, de pacotes de manteiga e de outros
delitos envolvendo valores pequenos.
Criminosos que se apropriaram
indevidamente de somas significativas e acabaram nas cadeias penso que podem
ser contados nos dedos de uma única mão. Há uma enorme quantidade deles,
sabe-se, mas desfrutando do produto de seu roubo no aconchego de suas suntuosas
casas ou de propriedades em países que não têm tratados de extradição com o
Brasil.
Aliás, fazendo pequeno
parêntese; com a Itália temos tratado de extradição, mas o Sr. Cesare Battisti
não foi extraditado graças à criminosa decisão do ex-Presidente da República
por recomendação de seu então Ministro da Justiça. Vergonha para o Brasil; mas
o ar de uma praia no Estado de São Paulo está fazendo grande bem ao italiano...
Voltando ao procedimento da
Sra. Presidente.
Consta que pretende substituir
o atual Ministro do Trabalho quando da suposta reforma do ministério que, ao
que se diz, será levada a efeito no princípio do próximo ano.
Mas uma coisa nada tem a ver
com a outra! Um ministro que confessadamente é mentiroso tem que ser
substituído imediatamente pois pode, até lá, delinqüir firme e fortemente, para
completar seu pé-de-meia (e, por pressuposto, o daqueles que o cercam).
Deve-se dar-lhes essa
oportunidade? Absolutamente não.
Tão logo comecei a trabalhar,
há sessenta anos passados, aprendi que “a ocasião faz o ladrão”. Na empresa
para a qual trabalhava havia essa máxima: evite que qualquer pessoa seja
submetida às tentações que são oferecidas a ela a todas as horas, todos os
dias.
Foi tendo isso em mente que
surgiram as caixas registradoras (aquelas belas obras de arte que durante
muitos anos existiram junto às caixas das lojas), com a finalidade de registrar
mecanicamente o que era vendido!!
Nos bancos, verificou-se que
os funcionários que manejavam diretamente o dinheiro delinqüiam em grande
número de ocorrências, todas de pequeno valor; enquanto isso, os desvios de
valores vultosos eram praticados pelos presidentes das instituições, mas a
quantidade de ocorrências era pequena.
Logo, em minha modesta
opinião, quando alguém é ladrão confesso, há que ajudá-lo, não lhe dando a
menor oportunidade de se apropriar de dinheiros que não lhe pertençam.
Em nossos dias a máxima que
reza “rouba mas faz”, criada para caracterizar o então Governador do Estado de
São Paulo, Ademar de Barros, não pode ser aceita (como, é claro, não era aceita
então...).
Para encerrar, o relato de um
evento verdadeiro, mas que demonstra como o povo pode saber discernir: na
eleição de 1954, candidatou-se a deputado pelo Rio de Janeiro um cidadão de
nome Jurandir Pires Ferreira, que tinha sido Presidente da Central do Brasil.
Seu lema era “Consulte seu passado e votarás nele”.
Os eleitores cariocas
consultaram o passado do candidato e não votaram nele, sabido larápio que era…
Título e Texto: Peter Wilm Rosenfeld, Porto
Alegre (RS), 23 de novembro de 2011
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