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Foto: jornal i |
Apesar de ter adoptado uma
política que viola os seus compromissos eleitorais e ultrapassa em muito o
Memorando da troika, o governo não tem tido oposição parlamentar. Apenas Cavaco
Silva e alguns sectores do PSD expressam publicamente as suas divergências. O
PS, por má consciência, optou pela abstenção em tudo, até na sua própria
existência. E o PCP e o BE limitam-se a cavalgar no parlamento a onda de greves
decidida pelos sindicatos. Não se vê por isso qualquer alternativa consistente
à política governamental, o que justifica os bons números do governo nas
sondagens.
Perante esta situação, Mário
Soares não perdeu a oportunidade de lançar com alguns seguidores um manifesto
denominado “um novo rumo”, retomando o título da moção com que derrotou Salgado
Zenha no PS em 1981. O manifesto constitui um texto mal escrito, sem uma única
proposta consistente, e caindo até no ridículo de querer transpor para Portugal
as manifestações da “rua árabe”. Foi, porém, oportuno o seu lançamento nas
vésperas da greve geral, e tem um claríssimo significado político: declara
guerra a António José Seguro e à sua política de entente cordiale com o
governo.
Para os subscritores do
manifesto, o lugar de líder da oposição está vago e Mário Soares é a pessoa
indicada para o ocupar. Mas esse lugar está na verdade ocupado por Cavaco
Silva, que não o vai ceder.
Título e Texto: Luís Menezes Leitão, Professor
da Faculdade de Direito de Lisboa, jornal “i”, 29-11-2011
Se quiser ler a entrevista, bom proveito!
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