quinta-feira, 24 de novembro de 2011

A Greve Geral e a popularidade do Governo


Peço muita desculpa (é forma de dizer, que não peço nada) por não fazer vénias ao direito à greve nem conseguir ver no folclore de hoje qualquer coisa respeitável ou recomendável
A greve de hoje descreve-se de forma simples: os que têm beneficiado deste estado obeso e sufocante pretendem que os que têm pago o estado obeso e sufocante continuem a pagar o estado obeso e sufocante. Dito de outro modo, os grevistas pretendem que quem está no sector privado continue a pagar - com perda de emprego, dificuldade em encontrar novo emprego, falências de empresas, diminuição de rendimentos variáveis e de regalias várias e os inevitáveis aumentos de impostos - para que os grevistas continuem a pairar acima da crise. Por mim, agradeço encarecidamente as defesas dos 'direitos' (de quem?!) dos folclóricos grevistas. 
E lamento, mas discordo das leituras da greve politicamente correctas que se têm lido por aqui. O país está num estado de indigência internacionalmente reconhecida. Que numa altura destas umas almas sobreviventes do PREC decidam fazer greve só pode causar repugnância em qualquer pessoa dotada de um mínimo de bom-senso. Ou com capacidade para fazer contas de somar e de subtrair. Ou que não acredite na galinha dos ovos de ouro e na árvore das patacas.
por Maria João Marques às 23:10
A última oportunidade
Em dia de greve geral é conhecido o Barómetro da Marktest/TSF/DE, que coloca o PSD a subir, com 45,4% das intenções de voto, mais do dobro do PS, com 19,7%. O PCP desce para os 7,9%, o CDS está nos 5% e o BE com 4,1%. Mesmo apesar das medidas dificeis e impopulares tomadas por este governo, a confiar no resultado deste barómetro, a coligação continua extremamente popular junto do eleitorado. Estes números indicam que o povo português, se calhar por uma última vez, estão dispostos a aceitar os sacríficios exigidos para salvar o país. O governo deve encarar estes números com optimismo moderado, pois significam que há espaço para implementar as reformas em curso com tranquilidade. Ao contrário do que alguns grupelhos radicais desejariam para as ruas portuguesas, a violência generalizada que assistimos na Grécia dificilmente será uma realidade em Portugal. E a acontecer, servirá apenas para reforçar a popularidade do governo. Mas este deve assumir as suas responsabilidades: este rumo terá de mostrar resultados bem visíveis nos próximos anos. E se chegarmos ao fim da legislatura sem que os portugueses reconheçam que valeu a pena, a queda será abrupta e a desconfiança dos portugueses em relação ao regime, e não apenas aos partidos, será, talvez, irreversível. A responsabilidade da coligação PSD/CDS é salvar o país, mas sobretudo devolver a credibilidade ao sistema político português. 
por Nuno Gouveia às 22:32 

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