segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Couves e ruminantes

Foto: gimmecorn.com

Luis Rainha
O Daniel Oliveira acordou muito preocupado com a capa imbecil que o "i" fez sair no dia da greve geral. Para caracterizar o jornal como "folha de couve", ele trata de recorrer ao ponto de vista que lhe é mais natural: o do seu umbigo. Vai daí, importa salientar não a isenção, rigor ou qualidade de conteúdos informativos, mas sim o facto de ali os colunistas escreverem à borla.
Compreende-se a aflição: se pega a moda de não dar grande valor a uns comentários mais ou menos bem alinhavados mas que na sua maioria não passam de homólogos de anódinas conversas de café... ainda se acaba o ganha-pão ao mais verborreico dos nossos opinadores a metro. 

E o conhecimento do que é uma folha de couve é natural em quem se limita, semana após semana, a mastigar lugares-comuns e ruminar de forma inofensiva e sem surpresas a vulgata certinha de uma certa esquerda bem comportada, incapaz de sair das suas baias mentais. Quanto pagaria eu por semelhante serviço? "Nada" parecer-me-ia uma verba justa. 

Há uma atenuante: servir de enfeite "esquerdalhudo" a um grupo empresarial é tarefa dura, a exigir  boa compensação. Não deve ser fácil para o denunciante Daniel fazer vista grossa a minudências como vermos a "sua" SIC Notícias a descrever agressões de polícias a uma mulher com uma pérola do calibre de "por vezes a distância entre provocação e vitimização é extremamente curta". Mas, desde que os colunistas por ali sejam bem pagos, coisas assim até podem parecer perfeitamente aceitáveis.
Título, Imagem e Texto: Luis Rainha, no blogue “VIAS DE FACTO”, 27-11-2011

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