Ferreira Fernandes
Visto de fora, como devem ser
vistas as eleições dos outros, o essencial do que se passou ontem em Espanha é
que o partido vencedor não vai precisar de pactos com forças minoritárias para
governar. A maior vitória de sempre do PP (conservador) e a maior derrota de
sempre do PSOE (socialista) resume-se nisto: o PP tem a maioria absoluta.
Calculem um país não com uma Madeira mas 17 comunidades autonómicas, assim é
Espanha. Onde todas as regiões abusavam, contando que o poder central lhes
poria a mão por baixo em caso de desvios orçamentais, o que era comum em tempos
de vacas gordas, mas perigoso na magna crise internacional e com Espanha sendo
um dos países europeus mais frágeis. O que era costume era o governo de Madrid
ser obrigado a pactuar com partidos que só valiam meia dúzia de deputados,
geralmente eleitos por se concentrarem numa região do país - Galiza, País
Basco, Catalunha... -, que vendiam caro o seu apoio. Mas via-se mal como no
nebuloso 2011 e nos anos que vamos entrar, um país europeu podia continuar a
pagar resgates tão altos pela unidade e para se poder governar. Com a lucidez
que os maus momentos por vezes trazem, os espanhóis fortaleceram o governo
central. O paradoxo da federação conservadora catalã, CiU, ilustra essa
situação. Pela primeira vez, em eleições gerais, a CiU ganhou na Catalunha mas,
ontem, sentiu-se derrotada: os conservadores do PP não vão precisar dela para
governar.
Título e Texto: Ferreira
Fernandes, Destak, 21-11-2011
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