quinta-feira, 6 de junho de 2013

[O cão tabagista conversou com…] Vitor Grando: “há algo de profundamente pessoal na minha crença em Deus"

Meu nome é Vitor Grando da Silva Pereira.
Mas, por razões meramente estéticas, costumo ficar só com o Vitor Grando, hehe...
Tenho 27 anos. Após passar pelas faculdades de Ciências Aeronáuticas e Psicologia, acabei por me graduar em Teologia, mas tenho um profundo interesse pelas mais diversas disciplinas – de Astronomia a Teologia.
Sou Servidor Público da Fundação Oswaldo Cruz.

Onde nasceu?
Nasci em Vila Nova de Gaia, Portugal.

Graduado em Teologia… pretende fazer Mestrado, Doutorado?
Sim, mas não será por agora. Pretendo seguir com os estudos em algumas das áreas da Filosofia. A dúvida é qual área escolher, já que, como eu disse, meus interesses são muitos: lógica, metafísica, filosofia da religião, filosofia política, epistemologia, filosofia da ciência, não sei!

Por que escolheu essa área, a da Teologia?
Escolhi essa área porque me interesso pelas relações da religião com as demais disciplinas "seculares". A princípio, meu interesse era mais na questão das relações entre fé e razão, ou seja, como a fé religiosa deve dialogar com um mundo cada vez mais secular. Dada a atual conjuntura, esse interesse se expandiu para o papel da religião na esfera pública. Como a fé religiosa deve se expressar politicamente num Estado laico, por exemplo? É lícito fazê-lo? Ou a religião deve ser posta de lado quando se trata de questões políticas?

Por que acredita em Deus?
A principal razão da crença em Deus é sempre uma experiência pessoal, o sentimento do mysterium tremendum et fascinans, cuja melhor explicação, para o religioso, é a existência de Deus. Ou seja, há algo de profundamente pessoal na minha crença em Deus e na da maioria dos religiosos. Isso, penso eu, já é justificativa racional suficiente para se crer em Deus. Afinal, por que o religioso deveria abrir mão de sua experiência pessoal pelo fato de um ou outro acusá-lo de irracionalidade? Se Deus existe e se ele é pessoal, como as grandes tradições monoteístas afirmam, então, então é perfeitamente plausível que ele se manifeste a um indivíduo em particular. É justamente isso que defende tão habilmente o filósofo Alvin Plantinga, talvez o maior filósofo cristão do século XX, que tornou a Universidade de Notre Dame o maior centro de Filosofia da Religião do mundo.

Além disso, acredito que há diversos outros bons argumentos para a existência de Deus que independem desse sentimento pessoal e, por isso, sustentam-no. A Teologia Natural, que é justamente a disciplina que trata dos argumentos para a existência de Deus a partir da natureza e da razão, é uma disciplina que tem voltado à tona nas discussões filosóficas desde a década de 1960. O marco disso é a obra “The Existence of God”, de Richard Swinburne, filósofo de Oxford, publicada em 1979. Na Filosofia Analítica da Religião, hoje há filósofos que defendem versões de todos os clássicos argumentos para a existência de Deus: o ontológico, cosmológico, moral, teleológico e outros. Além de Swinburne, William L. Craig é um dos mais proeminentes filósofos cristãos da atualidade. Eu recomendo as suas obras e debates tanto pelo seu exímio domínio dos temas tratados como a sua habilidade de tratar esses assuntos em linguagem popular.

Gabriel Igarashi, William Lane Craig e Vitor Grando, Praia de Ipanema, março de 2012
Qual a sua opinião sobre o célebre e midiático ateu Richard Dawkins?
Quanto a Richard Dawkins, ele sem dúvida é (foi?) um importante biólogo, cujas obras prestaram um grande serviço à divulgação do conhecimento científico. Todavia, de alguns anos pra cá, desde a publicação de sua obra “Deus, um Delírio”, ele decidiu se engajar nas trincheiras do ateísmo militante, o neoateísmo. A principal estratégia desse neoateísmo é o chamado self-selling, a arte de convencer o público de suas habilidades, ainda que, na boa parte das vezes, essas supostas qualidades não correspondam à realidade. Um exemplo disso é um termo cunhado por eles como equivalente a "ateu": o termo "brights" (brilhantes). Eles vendem-se como representantes da ciência, da razão, do esclarecimento, etc., contra o "obscurantismo" religioso. Mas a verdadeira questão é: por que considerar Richard Dawkins "brighter" do que Wolfhart Pannenberg? Por que considerar Sam Harris "brighter" do que Alvin Plantinga? Por que considerar todos esses neoateístas "brighter" do que Sto. Agostinho, Tomás de Aquino, Anselmo de Cantuária, Descartes, George Lemaitre, Francis Collins?! Não há qualquer razão para isso.
  
Pelo contrário, “Deus, um Delírio”, é uma obra de alto poder retórico, mas de pouco valor filosófico, histórico ou teológico. Michael Ruse, proeminente filósofo ateu, já disse que Dawkins o faz sentir vergonha de ser ateu. Dawkins é mestre em criar um alvo fácil e fazer dele o alvo de seus ataques. Um exemplo disso é o seu tratamento dos argumentos para a existência de Deus, seção onde ele ignora por completo todas as discussões contemporâneas de cada um desses argumentos e se atém às versões mais simplistas das Cinco Vias de Tomás de Aquino. Isso é uma abordagem séria do ponto de vista intelectual e acadêmico? De modo nenhum. Dawkins manda às favas as exigências da razão ao falar sobre religião. Mas a sua influência se dá justamente pela sua falta de seriedade. Afinal, na guerra cultural geralmente vence não quem tem os melhores argumentos, mas quem sabe mexer com o brio das massas. Quem não quer se sentir parte do grupo dos esclarecidos? O grupo que melhor vender a imagem de esclarecido apontando o suposto obscurantismo do grupo adversário certamente sairá vencedor. É assim que a coisa funciona e isso é especialmente verdadeiro na política.

Eu costumo dizer que o maior de todos os princípios epistemológicos já formulados é o de Nelson Rodrigues: "A unanimidade é burra". Por isso desconfio de todo consenso, e um dos consensos em voga nos círculos "esclarecidos" é justamente o consenso de que o "ateísmo" é par excellence a representação da razão contra o obscurantismo religioso. O que há são indivíduos racionais e irracionais, sejam eles religiosos ou ateístas. O resto é puro marketing!

“Mysterium tremendum et fascinans” o que isso quer dizer?
É um termo cunhado pelo teólogo alemão Rudolf Otto, que designa a experiência religiosa que subjaz a toda religião. Mysterium por ser uma experiência que difere de tudo que experimentamos em nosso cotidiano, tremendum devido à sua dimensão majestosa e fascinans pela atratividade e fascínio gerados por ela.

Ainda sobre a existência de Deus, há uns anos, assistindo a um dos (excelentes) programas da National Geographic, um programa sobre a vida animal, vi um leão pegar uma gazelinha e começar a comê-la viva… aquilo foi um murro no estômago! Lembro bem de postar a minha indignação no tópico “Religião” numa saudosa comunidade orkutiana… que Deus (natureza) era esse que “deixava” uma gazelinha sofrer horrores…?
O Problema do Mal é uma das maiores pedras de tropeço à crença no Deus cristão. Foi Epicuro quem o formulou nos seguintes termos:
1) Deus é bom e onipotente. Ora, se ele é bom, ele quer acabar com o mal; se ele é onipotente, ele pode acabar com o mal. Mas, ainda assim, o mal existe, logo ou
(1) Deus não é bom ou
(2) Deus não é onipotente.

Mas o problema desse argumento é que ele pressupõe uma concepção do que seria a Justiça para, daí, apontar o mal no mundo e sua suposta incoerência com a existência de um Deus bom e onipotente. Mas a pergunta a ser feita é: o que é a Justiça?! De onde tiramos essa concepção de Justiça pela qual acusamos acusamos Deus de infringi-la?

Mas o que a cosmologia moderna afirma é que todo nosso universo tem início num ponto de densidade infinita, ou seja, o nada. Nós somos mero fruto do acaso, tempo e matéria. Assim sendo, o Nada não produz valor moral, o Nada não tem implicações éticas. A dura verdade é que a impessoalidade deste universo não dá a mínima para o sofrimento de uma criança vítima de estupro, tortura e assassinato – muito menos para uma pobre gazelinha. Nosso senso de justiça seria, no máximo, um mecanismo evolutivo destinado a favorecer nossa sobrevivência. Mas a verdade é que imperativos morais, nesse contexto de ciência secular, não faz o menor sentido. Como o Nada poderia produzir concepções de justiça absolutas e universais? Não pode!

Isso quer dizer que num universo ateísta, não há Justiça pela qual poderíamos condenar Deus. Portanto, o Problema do Mal nem sequer se coloca. O Problema do Mal, na verdade, pressupõe a existência de Deus sendo prova de sua existência. Nesse sentido, estou com Dostoiévsky: "Se Deus não existe, tudo é permitido". Poderíamos definir o argumento da seguinte forma:

1) Se Deus não existe, então valores morais absolutos não existem;
2) Valores morais absolutos existem;
3) Logo, Deus existe.

Perceba que o argumento é dedutivo e a conclusão é inferência lógica de (1) e (2).
Portanto, tal problema só faz sentido num universo em que Deus exista, sendo, portanto, um problema exclusivo do teísta. Só o crente pode fazer a pergunta: "Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste?"

A proliferação de “igrejas” não descredibiliza o cristianismo?
Isso é realmente um triste problema e transmite uma imagem negativa do cristianismo. No entanto, não há muito o que se fazer. Qualquer um é livre para pegar uma Bíblia, intitular-se pastor, bispo (ou até apóstolo!) e usar isso em benefício próprio. Na verdade, penso que isso é uma consequência indesejável de um dos aspectos mais bonitos do protestantismo: a liberdade individual. Qualquer indivíduo é livre para ler a sua Bíblia e tirar suas conclusões. Não há quem intermedeie entre Deus e os homens. Ninguém tem essa prerrogativa. A consequência negativa disso é essa proliferação de igrejas.

E o que é pior: dificilmente uma igreja honesta terá condições de montar um verdadeiro império midiático. Como pagar pelo horário nobre numa rede de televisão sem apelar a métodos "controversos" para pedir dinheiro dos fiéis? É impossível. Por isso, as igrejas que mais aparecem (a IURD, por exemplo) e acabam por formar o estereótipo do "evangélico" são justamente as mais controversas. Junte-se a isso a má vontade para com os religiosos que os setores mais "esclarecidos" têm e surge esse estereótipo de evangélico tão corrente hoje.

Como analisa a algazarra em torno do pastor Marco Feliciano? Aliás, ele é de que igreja mesmo?
O Pr. Marco Feliciano é do Ministério Tempo de Avivamento, que é da Assembleia de Deus, maior denominação evangélica do Brasil. Eu o conheço há uns 8 anos, quando era apenas pastor e já era bem famoso no meio pentecostal. Já assisti uma pregação sua em uma conferência evangélica, mas não aguentei 10 minutos. Como pastor e "teólogo", acho-o sofrível. Tenho zilhões de divergências com sua forma de atuar na Igreja.

No entanto, uma coisa é o Pr. Marco Feliciano, outra é o Dep. Marco Feliciano. A depender de mim, Feliciano não estaria em Brasília e, por conseguinte, não estaria na presidência da CDHM. Mas está lá e o resto já sabemos. Não acredito que ele seja o mais preparado para ocupar a presidência da referida comissão, mas sou um defensor de sua permanência lá e explico por quê.

As acusações que pesam contra Feliciano são de racismo e homofobia. No entanto, sua mãe e padrasto são negros. Isso já seria motivo suficiente para desconfiarmos da falsidade da acusação de racismo. Quanto à acusação de de homofobia, ora, até o Clodovil já foi acusado de ser homofóbico pelo Dep. Jean Wyllys, o que mostra o verdadeiro caráter dessas acusações de "homofobia", que hoje é mero artifício da retórica política para calar quem quer que "ouse" se opor à militância LGBTXYZ. Jean Wyllys tem salvo conduto para andar por aí a proferir a quantidade de bobagens que for. Luiz Mott, líder do Grupo Gay da Bahia, é um apologista da pedofilia e gaba-se de já ter transado com 500 (!) homens.  Tatiana Lionço, outra militante, já defendeu a liberdade de crianças "brincarem sexualmente em paz".

Há muito que se falar contra os líderes desse movimento. Cabe a pergunta, você gostaria de entregar a educação dos seus filhos a esse tipo de gente? É claro que não. No entanto, eles contam com uma completa condescendência da grande mídia e da intelligentsia. O problema não é com a homossexualidade, é com os militantes. E, como já disseram, a militância LGBT está para os homossexuais, assim como a CUT está para os trabalhadores.

Os únicos que se opõem a esses vigaristas são gente como Jair Bolsonaro, Silas Malafaia e Marco Feliciano e, por isso, todos eles têm o meu apoio nesse particular. Não podemos entregar a nossa política a Jean Wyllys, Luiz Mott et caterva. Os protestos contra o Marco Feliciano são, portanto, protesto de gente da pior espécie. Além disso, trata-se de uma estratégia petista para tirar a nossa atenção daquilo que realmente importa: a permanência de José Genoíno e João Paulo Cunha na importantíssima Comissão de Constituição e Justiça. Ora, se esses manifestantes estão tão preocupados com a defesa da democracia, o que explica o silêncio deles na CCJ?! É um completo absurdo essa disparidade de tratamento recebida por um pastor-deputado que profere algumas bobagens e a que é recebida por políticos condenados pela nossa mais alta corte!

Agora, portanto, Marco Feliciano tem meu apoio como deputado (eventualmente terá também o meu voto!), por estar ele na linha de frente no combate a esses vigaristas que querem transformar este país numa verdadeira ditadura. Compare agora a baderna que é feita na CDHM pelos ativistas gays com o protesto feito por evangélicos na CCJ. Diga-me, quem está do lado do Estado Democrático de Direito? Jean Wyllys e seu séquito ou os evangélicos?

A defesa da liberdade de expressão e do Estado Democrático de Direito encontra, hoje, na comunidade evangélica os seus maiores defensores. A renúncia de Feliciano será uma derrota da democracia e a entrega da política a grupelhos barulhentos e violentos.

Chegamos ao conceito e prática da democracia que, para essa turma, têm uma só definição: faz o que eu digo. Sempre foi assim. Quando os “esquerdeiros” estão na oposição não têm pruridos em atropelar a democracia e/ou até negá-la. Ontem, em algum lugar, opinei que por muito menos do que atualmente acontece no Brasil de petistas e companhia limitada, o ex-presidente Collor (que não é flor que se cheire, comprovou-o ao vivo e em cores nestes últimos anos) foi defenestrado por “estudantes” capitaneados por… Lindbergh Farias. Onde ele anda atualmente? A atual constituição brasileira teve o voto contrário de, adivinhemos!
O plano real foi alcunhado de eleitoreiro! O atual ministro da Fazenda desancou o plano real em 12 de julho de 1994… Agora, está no poder. A mim, nunca me representaram! Pelo contrário, sempre me envergonharam: um pela boçalidade que sempre exalou, outra pelo tatibitate. Ops! Me estendi. Qual é a sua avaliação?

A democracia tem seus muitos perigos. A democracia é facilmente manipulável, pois a razão, na retórica política, é a coisa que menos importa. Para se ganhar o jogo, basta mexer com as emoções das massas. Isso que fizeram os perniciosos regimes políticos dos quais os partidos políticos que estão no poder são herdeiros. A única diferença é a ausência da retórica da luta armada e uma maior presença da chamada estratégia gramsciana, que faz uso das regras da democracia para subvertê-la. Há uma meia dúzia de vigaristas a projetar imagens no fundo da caverna para manipular os "idiotas úteis" que lá estão acorrentados. Deixar as sombras da caverna, enfrentar a luz do sol e ainda voltar para resgatar os que permanecem acorrentados é um procedimento doloroso, que poucos aguentam enfrentar. Afinal, quem tem a coragem de enfrentar a grita das massas? Platão, crítico da democracia, já nos advertira que não há educação capaz de resistir às profundas forças psicológicas que são as vaias e os aplausos das massas. Esse é o maior perigo.

Ainda sobre religião. Qual a diferença fundamental (ou as diferenças) entre o Cristianismo e o Islamismo?
Cristianismo, Judaísmo e Islamismo possuem o mesmo tronco. Os três têm uma origem similar que remonta a Moisés. Apesar de os três terem uma concepção de Deus bastante similar, o Cristianismo introduz o conceito da Trindade, onde o mesmo Deus manifesta-se através de três pessoas: Deus Pai, Jesus Cristo e o Espírito Santo. O Cristianismo é, ao menos na concepção cristã, a consumação do Judaísmo. Jesus Cristo é a pessoa para quem o Antigo Testamento aponta como aquele que viria satisfazer as exigências da Lei e nos livrar do fardo do pecado. Há diversas passagens que apontam para isso, como Gênesis 3.15 e Isaías 53.

A concepção isâmica de Deus é, ao meu ver, moralmente inadequada, visto que por todo Corão nos é dito que Deus odeia - " Deus é inimigo dos descrentes” (II. 99) - aquelas mesmas pessoas por quem a Bíblia cristã diz que Deus enviou seu filho amado para salvá-las (Rm 5.8). À luz disso, vemos que a Jihad muçulmana não constitui o que se poderia chamar de uma interpretação equivocada do Corão. Pelo contrário, a Jihad é a implicação lógica da crença num Deus que não ama "descrentes, malfeitores, ímpios e pecadores, orgulhosos, transgressores, pródigos e traidores". Contraste isso com a Parábola do Filho Pródigo (Lc 15. 11-32), onde o Pai aguarda ansiosamente pela oportunidade de estender a mão ao seu filho pródigo.

Além dessa concepção peculiar de Deus, o Islamismo não admite Jesus Cristo como o Filho de Deus, que "veio tirar os pecados do mundo", mas apenas como um mero profeta. Tendo em vista a boa quantidade de evidências históricas que nos levam a confiar no retrato que os evangelhos fazem de Jesus Cristo, isso, ao meu ver, torna o Cristianismo singular entre as demais religiões que dele diferem.

Ao falar sobre o Cristianismo, eu gosto de citar C.S.Lewis: "O Cristianismo, se falso, não tem valor nenhum; se verdadeiro, tem valor infinito. A única coisa que ele não pode ser é 'mais ou menos' importante". Portanto, analisar a verdade do Cristianismo torna-se uma questão urgente para cada um de nós. Você pode analisar as evidências e concluir que o Cristianismo é falso, todavia não acho sensato prescindir dessa análise. O modo com que vivemos a nossa vida e o nosso destino eterno dependem dessa questão. Por isso, essa reflexão é indispensável. Um bom começo é a obra Cristianismo Puro e Simples, de Lewis; e Apologética Contemporânea, de William L. Craig.

Indo à atualidade… se aos 16 anos você já pode votar – um ato de extrema responsabilidade – por que não pode ser imputado criminalmente?
Eu nunca conheci um adolescente de 16 anos suficientemente apto para votar. Nisto me incluo, eu que votei em Eurico Miranda e Roberto Dinamite aos 16 anos. Nessa idade ninguém tem as competências necessárias para participar de decisões sobre o futuro da Nação. O adolescente é facilmente manipulado. Por ser crédulo e idealista demais, torna-se presa fácil para ideologias revolucionárias e discursos ufanistas. Só a experiência de vida é capaz de curar nossa inocência e nos dar suficiente juízo crítico para não cair em discursos políticos manipuladores. Os adolescentes nem sequer sabem o que é Imposto de Renda, não sabem o que é sustentar uma casa, não sabem o que é trabalhar e ver o governo usurpar 1/3 da sua remuneração. Ora, como uma pessoa dessas acha que pode decidir o próximo governante do país? É um completo disparate. Não pode!

Quanto à maioridade penal, lembro-me do assassinato de James Bulger, um bebê britânico de dois anos, que em 1993 foi sequestrado, torturado, morto e amarrado à linha do trem só porque os seus assassinos queriam ver como é um corpo sendo despedaçado. A idade dos criminosos? Dois rapazes de 10 anos de idade. O que fazer nesse caso? Dar-lhes umas palmadas e deixá-los à solta para que procedam a satisfazer sua fome de crueldade? Isso seria um completo disparate. A justiça britânica os condenou a 15 anos de prisão. Não descarto que há inúmeros fatores que influenciam nosso comportamento, sejam eles socioeconômicos, familiares, psicológicos, genéticos, etc., todavia, isso jamais pode servir de justificativa para comportamentos criminosos, pois a dignidade do ser humano está também em tratá-lo como um ser livre e capaz de controlar a sua própria vida e lidar com as pressões sobre ele exercidas. Diga-se de passagem, os maiores prejudicados com esse discurso contra a redução da maioridade penal são os pobres, que são as maiores vítimas da criminalidade e do discurso esquerdista, que só conhece pobreza na teoria. Ser contra a redução é coisa de burguês. De responsabilidade o pobre entende muito bem.

Você acha que o Brasil conseguirá desvencilhar-se, mais cedo ou mais tarde, da esquerda e dos esquerdeiros que dele se apoderaram?
Nisso sou pessimista. As universidades, de onde saem as influências intelectuais da sociedade, estão profundamente aparelhadas por ideologias de esquerdas. Veja, por exemplo, o decapitamento do Papa em pleno pátio da PUC-SP. Como um espetáculo tão grotesco pode ser realizado no pátio de uma universidade católica sem que uma voz influente levante-se para ressaltar o absurdo de tal coisa? Isso só se explica pelo aparelhamento dos meios de informação por ideologias políticas. É a estratégia gramsciana sendo implantada passo a passo como meio de implantação da revolução tão sonhada por eles. O prognóstico é, ao meu ver, muito ruim.

Todavia, também é verdade que tem se levantado, principalmente na internet, algumas vozes insatisfeitas com o presente estado das coisas. Blogs conservadores e de viés crítico às esquerdas têm se levantado. Há vozes como as de Luiz Felipe Pondé e Reinaldo Azevedo, que têm se tornado muito populares. Há o site do Instituto Ludwig von Mises, de viés econômico liberal, que tem crescido em influência. Há lideranças religiosas que têm despertado para a batalha política. Então, talvez a longo prazo a insatisfação geral provocada por esse esquerdismo grosseiro possa ser revertida através da união desses milhões de vozes discordantes.

A propósito de esquerdismo, quais as suas impressões sobre a América Latina e também sobre os EUA de Barack Obama?
À época da primeira eleição de Barack Obama, embora ainda não nutrisse grandes interesses pela política, eu já via toda aquela encenação com profunda desconfiança. Afinal, a unanimidade é burra, como sabiamente disse Nelson Rodrigues. Quando se vê uma massa de gente "esclarecida" - artistas, intelectuais, jornalistas, políticos - abraçando de modo ufanista o discurso de algum político, é hora de se preocupar, haja vista o fato de que ao longo do século XX não houve um regime ditatorial que não recebesse vasto apoio da intelligentsia. Costumo dizer que, ao contrário do que imaginamos, os intelectuais - aqueles que lidam com ideias - são as pessoas mais desonestas da nossa sociedade. Ora, ninguém gosta de reconhecer publicamente os seus erros, isso se torna muito mais verdadeiro no que tange àqueles que vivem de suas ideias. Alia-se a isso o fato de muitos deles viverem em verdadeiras torres de marfim, completamente alheios ao mundo "real", tem-se uma receita perigosíssima para a instauração de perniciosos regimes - sempre, é claro, em nome dos mais elevados ideais!

Quanto à situação na América Latina, creio ser importante aprofundar um dos conceitos já citados aqui, que é o da Estratégia Gramsciana. Antonio Gramsci foi um pensador italiano, fundador do Partido Comunista. Gramsci não defendia a tomada do poder através da luta armada, mas defendia o uso da própria democracia para subvertê-la. Isso se dá através do aparelhamento dos órgãos responsáveis pela super-estrutura da sociedade, essa super-estrutura é composta pelo conjunto de valores da sociedade que dão cara ao direito, à moral, à religião, à própria noção de verdade e de lógica (que Marcuse acusava de ser instrumento de dominação!), etc.

Com a queda do Muro de Berlim, a retórica da luta armada torna-se um fracasso e a esquerda passa a apelar ao gramscianismo como estratégia de tomada de poder. A coisa se dá, portanto, de modo velado. Aparelha-se o judiciário (vide as invectivas do PT contra o STF), aparelha-se a moral da sociedade (vide a subversão dos tradicionais valores da família, coisa que já era ensinada por Marx no seu Manifesto), a Igreja (não há uma faculdade de Teologia, protestante ou católica, que não esteja impregnada pela Teologia da Libertação), aparelham-se as universidades (isso é evidente nas universidades públicas e está presente também nas privadas, como já vimos na "decapitação" do Papa na PUC-SP), aparelha-se a mídia (Ley de Medios e Controle Social da Mídia) aparelham-se os órgãos federais (CFP, OAB, órgãos da saúde).. Uma vez realizada essa estratégia, já não restará nenhuma resistência para a implantação da utopia por eles pretendida. É esse o caminho que trilha a América Latina, com raras exceções. Tudo, mais uma vez, em nome da justiça social, da igualdade, da liberdade ou dessa entidade abstrata chamada "povo". Já nos advertira Platão, no livro XVIII de A República quanto aos perigos da retórica de políticos (chamados por ele de "zangões”) que opõe pobres aos ricos: "O tirano sempre nasce como um protetor do povo".

Você tem um blogue “Despertai, Bereanos!”. O que significa esse título?
O blog, que está um tanto abandonado, deve seu nome ao povo de Bereia, que é retratado numa passagem do livro de Atos, cap. 17, vs. 11, que diz:

"Ora, estes de Beréia eram mais nobres que os de Tessalônica; pois receberam a palavra com toda a avidez, examinando as Escrituras todos os dias para ver se as coisas eram, de fato, assim." Atos 17.11

Eram, portanto, um povo de aguçado senso crítico por colocarem à prova até mesmo as palavras dos próprios apóstolos e, justamente por isso, Lucas, o autor de Atos, chama-lhes de "nobres". A sociedade e, em especial, a Igreja - talvez hoje a principal força de resistência à estratégia de que tratamos acima - precisa ter o povo de Bereia como referência, daí o nome "Despertai, Bereanos!"

Das cidades que você conhece qual a que mais lhe agradou e por quê?
Não há cidade mais mágica do que Londres, na Inglaterra que é berço do liberalismo, dos puritanos, de C.S. Lewis, de Chesterton, de Oxford e Cambridge, da filosofia analítica e o seu rigor argumentativo e lógico. É uma cidade incomparável.

Sobre Jesus Cristo, ele existiu mesmo?
O mais antigo painel iconográfico do Cristo Pantocrator
datado do século VI, no Monastério de Santa Catarina
Essa é uma pergunta que nem sequer se coloca entre os estudiosos de História Antiga - dos mais religiosos aos mais céticos. A existência dessa personagem é inconteste. A teoria de que Jesus Cristo seria um mito inventado pelas comunidades cristãs primitivas, embora em voga no século XIX, hoje já está mais do que desacreditada, a despeito do fato de alguns saudosistas do passado quererem trazê-la à tona novamente, como é o caso de Richard Dawkins. Há diversas fontes históricas que mencionam Jesus Cristo, dentre elas estão os evangelhos e epístolas do Novo Testamento, além de Flávio Josefo, Tácito, Mara Bar-Serapion, Suetônio, Talo, etc.

Discutíveis, porém, são aspectos da cristologia desse Jesus e da historicidade de sua ressurreição. Há, entre os estudiosos, aqueles que acreditam que a divindade de Jesus não corresponderia ao Jesus que existiu de fato. Esse Jesus sequer teria afirmado a sua própria divindade, os primeiros cristãos, porém, teriam mitologizado em cima do Jesus que existiu realmente, fazendo o mesmo com a sua ressurreição. O mais importante representante dessa corrente provavelmente foi Rudolf Bultmann, teólogo protestante do início do século XX. Bultmann dizia que o mundo sobrenatural do Novo Testamento não era compatível com um mundo onde se usa a energia elétrica e o rádio. John Dominic Crossan, estudioso cético, afirma que o destino do corpo de Jesus provavelmente foi o mesmo de qualquer outro crucificado à época: abandonado em alguma vala e devorado por cães.

O que importa destacar é que, ao contrário do que possa parecer ao leigo, o problema desses estudiosos céticos não é histórico, mas filosófico, pois eles partem de uma pressuposição filosófica naturalista que, portanto, não admite a possibilidade de uma intervenção sobrenatural na ordem natural. Isso, consequentemente, macula as suas opiniões históricas. Ora, se eu de início já não admito a possibilidade de uma ressurreição ou da encarnação de Deus, é evidente que nenhuma evidência histórica poderá me convencer do contrário! Isso é evidente na afirmação de Bultmann citada acima e nas pressuposições declaradas do Seminário Jesus, grupo de estudiosos liderados por Crossan e que estudam o tema do Jesus histórico. Você pode ser um naturalista, mas que deixe claro que filosofia é filosofia e história é história e que nossas predileções filosóficas não podem macular a imparcialidade do nosso trabalho histórico.

Tratando estritamente de história, portanto, gosto de citar o famoso filósofo britânico Antony Flew, que foi ateu por mais de 50 anos até tornar-se deísta, quanto à ressurreição ele afirmou: “A evidência a favor da ressurreição é melhor do que qualquer outro milagre alegado por qualquer outra religião. É muito diferente tanto em qualidade quanto em quantidade". De fato, ele tem razão. As evidências da ressurreição são fortes, tornando-a, a meu ver, mas provável que qualquer alternativa naturalista. Wolfhart Pannenberg, N.T.Wright e William L. Craig são proeminentes defensores da historicidade da ressurreição. Como não há muito espaço para apresentar tais evidências aqui, remeto ao debate entre William L. Craig e John Domic Crossan, lançado ano passado pela editora Vida Nova. Lá é possível analisar as opiniões de dois expoentes de opiniões diametralmente opostas. É analisar e tirar suas próprias conclusões.

Você acredita mesmo na ressurreição?
Sim, acredito e entendo a ressurreição de Cristo como um fato histórico ocorrido na dimensão do espaço-tempo. As obras já citadas nos fornecem um bom embasamento histórico para crermos nisso. A transformação e consequente disposição para encarar a morte por parte dos apóstolos e da primeira geração de cristãos é uma dessas evidências. Quando Jesus Cristo foi crucificado e morto, os apóstolos ficaram completamente desorientados, desencorajados, deprimidos. Algo, porém, aconteceu naquela manhã de Páscoa, no terceiro dia da ressurreição que os tirou dessa depressão fazendo-os varrer o mundo antigo com a mensagem do Evangelho, que desde o início já teve de enfrentar a fúria de Nero, Diocleciano e demais imperadores romanos até a conversão de Constantino no ano de 312 d.C.

O túmulo de Jesus era de conhecimento público e fortemente guardado por soldados romanos, por isso bastava que seus adversários apresentassem o corpo morto de Jesus para sepultar o cristianismo desde o início. Não o fizeram. Não puderam fazê-lo. Compare a figura do apóstolo Pedro antes e depois da crucificação de Jesus. Se no momento da crucificação, Pedro negou Cristo três vezes, após o domingo de Páscoa tornou-se um vigoroso pregador do Evangelho. Não vejo plausibilidade em qualquer explicação naturalista sobre o que teria ocorrido com os apóstolos para transformá-los da maneira que foram transformados. Ninguém morre pelo que não acredita!

Pode-se apresentar um contra-argumento a isso. Se a disposição dos apóstolos de encarar a morte, prova o caráter histórico da ressurreição; os terroristas sucididas muçulmanos provam a verdade do islamismo? Não, pois o que tal disposição pode provar é a sinceridade da crença. Nesse ponto, a crença dos apóstolos e dos jihadistas é muito provavelmente sincera. Mas há uma diferença qualitativa. Os apóstolos morreram sabendo o que havia acontecido com Cristo, pois foram contemporâneos dele. Os jihadistas, embora sinceros, na verdade não tem como saber se o que creem é de fato verdade ou não.

Essa não é a única evidência, é apenas uma de muitas. Suficiente para nos levar a analisar mais a fundo as demais.

Qual é a sua opinião sobre o provérbio popular tantas vezes ouvido e lido, que sentencia que não se deve debater política, religião e futebol?
Acho que não existe assunto que não possa ser discutido entre duas partes honestas cujo intuito de alcançar a verdade dos fatos seja maior do que fazer valer suas paixões. Eis aí o problema. Geralmente, nossos interesses são maiores do que o desejo pela verdade e assuntos como política, futebol e religião em geral nos são muito caros, pois temos um vínculo emocional muito forte com eles. Assim, torna-se muito difícil uma discussão sadia sobre esses assuntos. Acho que o indivíduo deve estar sempre alerta quanto à possibilidade de estar errado até mesmo em suas mais profundas convicções, só assim será possível discutir assuntos tão emocionalmente carregados quanto esses.

A propósito, você torce por qual time?
"Eu levo a Cruz de Malta no meu peito desde que eu nasci"















E em Portugal?
F.C. Porto








 

Obrigado, Vitor!

Conversas anteriores:

8 comentários:

  1. Excelente reportagem
    É tão importante para nós mais velhos verificar a existência de capital intelectual como o Vitor Grando, que dá banho de sabedoria em qualquer ministro desta república.Pessoas como o Vitor é que deveriam estar lá no poder, dirigindo a Nação.
    Parabéns ao blog pela entrevista e parabéns ao Vitor pela sua visão extraordinária do mundo moderno
    José Manuel

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  2. Muito boa esta entrevista com o Vitor Grando, como é bom vc ler coisas ditas por quem enteden bem de um assunto, fiquei muito feliz em conhecer a a opinião de uma pessoa tão jovem a respeito da política e dos plíticos brasileiros, o que ele fala fala sobre a estratégia framsciana é a mais pura verdade, se o Brasil não acordar esta nação vai direto para o buraco. Um pedido, não seria um conselho, estude metafísica, vc vai se dar bem, sds,
    Aderval.

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  3. Meu caro cão viciado, esse rapaz sabe pensar, e como pensa! Lhe dou os parabéns por esta excelente entrevista e transmita a ele minha admiração por suas palavras.

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  4. Gostou especialmente de alguma resposta, de algum trecho da entrevista de Vitor Grando? Não tem nenhum problema em republicar. Mas, por favor, custa alguma coisa citar a fonte?
    Obrigado.

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  5. Continuo flutuando no meu desespero existencial ... não creio e muito menos descreio ... o que é pior ... a diferença lendo essa entrevista é que se percebe com facilidade que o Vitor não é um manipulador oportunista cretino como o Richard Dawkins ... se dependesse dele e de tantos outros eu nunca me tornaria ateu ... assim como os argumentos de grande inteligência retórica do Vitor também não me convencem do contrário ... ainda que esse não seja cretino e manipulador como o primeiro ... até quando? Enquanto isso, vou levando a vida por aqui ... até onde conseguir chegar, tentando pelo menos não incomodar muito ...a moral para mim não prescinde de um Deus, essa é intrínseca ao humano e à civilização ... PFdeM

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  6. Paulo Felske!
    Depois de uma formatação...
    por favor, se não se importar, me informe qual é o seu e-mail para... o meu e-mail, well...

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  7. Caro Jim,
    Fico muito feliz quando me deparo com um jovem assim, que sabe pensar e raciocinar com clareza. E como pensa e raciocina esse jovem Vítor Grando! Vai longe esse rapaz.
    Seus conceitos sobre a existência de um deus estão de acordo com os meus, assim como sobre os políticos brasileiros, verdadeiros e legítimos representantes do povo brasileiro.

    Você foi muito feliz nesta entrevista e atuou como um grande repórter fazendo as perguntas certas e o rapaz deu um banho de conhecimentos gerais que me deixou gratificado. Isto é coisa para se guardar e reler de vez em quando.

    Peço que agradeça ao Vítor pelos ensinamentos que compartilhou comigo e lhe dê os parabéns pela pessoa que ele é pela cabeça que tem, com certeza com todos os bilhões de neurônios no lugar certo. Que conselho esse velho aqui poderia dar a esse jovem brilhante? Somente um: vá em frente, Vitor, porque você está no caminho certo e a humanidade precisa muito de pessoas como você.

    Por favor, Jim, transmita a ele esse recado. Esta entrevista enriqueceu o blog do cão viciado que admiro cada vez mais.

    Um grande Abraço,
    Otacílio Guimarães

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  8. Caro Jim
    Parabéns por esta fantastica entrevista que vem de encontro a meus antigos anseios de discutitir a questão religiosa sem preconceitos, dando a liberdade da dialetica. Entendo que o Victor parte de crenças (dele) já definidas, mas permite o contraponto. Com relação a afirmação de que na natureza não existe justiça, penso que a evolução do universo como um todo, necessáriamente desenvolve o conceito de compaixão, ética e justiça.
    Abraços
    Metzler

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