Vitor Grando
O primeiro ponto a ser
corrigido quando se trata de redução da maioridade penal é quanto à questão que
alguns de seus críticos levantam: “Isso não resolverá o problema!”. Ora, meu
Deus do céu, desde quando a função do sistema carcerário é resolver o
problema? A acusação já parte de uma premissa totalmente equivocada,
porque impossível, que é a premissa da “solução dos problemas”. Essa premissa
está, sem dúvida, alicerçada numa visão rousseauniana do homem, que para ele
seria inerentemente bom, mas corrompido pela sociedade. Sendo, portanto, o
homem inerentemente bom, nada obstaria ao retorno a essa bondade inata. Daí a
premissa da “solução dos problemas”.
Basta uma leve dose de
realidade para percebermos que o ser humano está longe de ser um “bom
selvagem”, como queria Rousseau, pois a realidade está muito longe de ser essa.
Ora, se é a sociedade que corrompe o homem, quem, afinal forma a
sociedade se não esse próprio homem?!
Ademais, a função do
encarceramento não é “solucionar o problema”, nem “reeducar” o criminoso,
“reintroduzi-lo na sociedade” ou qualquer desses belos chavões. Mas o objetivo
é preservar a sociedade de um mal em potencial. Se o sujeito matou ou estuprou,
o seu comportamento nos leva a concluir que ele poderá reincidir no mesmo ato
e, portanto, para preservar a vida do inocente é que existe o sistema
prisional. Primeiro a preservação da sociedade, depois podemos pensar em formas
de “corrigir” o criminoso (embora isso, em boa parte das vezes seja
completamente inviável).
Lembro-me do assassinato de
James Bulger, um bebê britânico de dois anos, que em 1993 foi sequestrado,
torturado, morto e amarrado à linha do trem só porque os seus assassinos
queriam ver como é um corpo sendo despedaçado. A idade dos criminosos? Dois
rapazes de 10 anos de idade. O que fazer nesse caso? Dar-lhes umas palmadas e
deixá-los à solta para que procedam a satisfazer sua fome de crueldade? Isso
seria um completo disparate. A justiça britânica os condenou a 15 anos de prisão.
Não descarto que há inúmeros
fatores que influenciam nosso comportamento, sejam eles socioeconômicos,
familiares, psicológicos, genéticos, etc., todavia, isso jamais pode servir de
justificativa para comportamentos criminosos, pois a dignidade do ser humano
está também em tratá-lo como um ser livre e capaz de controlar a sua própria
vida e lidar com as pressões sobre ele exercidas.
Outra falácia que costuma
cegar o juízo crítico dos incautos para esse assunto é o apelo à retórica
fajuta da luta de classes. A redução da maioridade penal seria preconceito da
“elite branca” contra “pobres e negros” vítimas de uma sociedade injusta, que
não se preocupa com eles e apenas pretende varrer seus males para debaixo do
tapete. Uma mentira deslavada. Veja esta foto abaixo:
Esse casal lhes parece parte da “elite branca”? Pois eles são (eram) os pais da dentista Cinthya Magaly Moutinho de Souza, que foi morta e queimada por só ter na conta bancárias R$30 para dar aos seus algozes. Cinthya, esse membro da “elite branca”, foi-se e deixou os pais aposentados e uma irmã deficiente mental, que dependiam do seu sustento. Seus assassinos, dentre eles um menor reincidente, fugiram no Audi A3 da mãe de um deles. Luta de classes? Pois me conte mais sobre essas “vítimas da injustiça social” que praticam crimes ao volante de um Audi!
No Rio de Janeiro, recentemente um caso de estupro perpetrado por outro menor reincidente ganhou espaço nos jornais. Uma “vítima” armada invade um ônibus, rouba os passageiros e dá vazão ao seu clamor por justiça social obrigando uma mulher a, bem... botar a boca ali. Fico cá pensando com meus botões, que diabos a “elite branca” andava a fazer num ônibus da linha 369 (Bangu x Carioca)? Já sei! É a tal inversão de valores: a elite agora anda de ônibus (rumo a Bangu!), o pobre anda de Audi (rumo à Zona Sul talvez?)
Enquanto a “elite branca” vive
encastelada em seus condomínios, alheia a esse tipo de crime, os maiores prejudicados
com esse discurso contra a redução da maioridade penal são os pobres, que são
as verdadeiras vítimas da criminalidade e do discurso esquerdista, que só
conhece pobreza na teoria. Ser contra a redução é coisa de burguês. De
responsabilidade o pobre entende muito bem.
Título e Texto: Vitor Grando,
no blogue “Despertai, Bereanos!”, 15-05-2013
A Polícia Civil divulgou parte do vídeo da câmera de segurança do ônibus da linha 369 (Bangu x Carioca), onde uma passageira foi estuprada durante um assalto ocorrido na sexta-feira (3). O delegado titular da 17ª DP (São Cristóvão), Maurício Luciano, espera que a nitidez das imagens colabore para a identificação e para denúncias que levem ao criminoso. As imagens foram editadas pela Polícia Civil para preservar a identidade da vítima.
As imagens mostram um jovem
agindo calma e friamente. O criminoso entrou no ônibus às 15h31, passou pela
roleta utilizando um RioCard e, cerca de três minutos depois, sacou um revólver
e anunciou o assalto. Após mandar que todos os passageiros fossem até o fundo
do veículo, que tem a porta localizada no centro, o criminoso ordenou que um
dos passageiros recolhesse os pertences dos demais. Ele então pulou a roleta e
foi passar ordens ao motorista, revelando seu rosto com nitidez à câmera.
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Eu escrevi isso em resposta a isto:
ResponderExcluirhttp://www.youtube.com/watch?v=NiZlxoirdgk
Só em cabeça de petista ignorante é que pode passar a ideia de que elite branca anda de ônibus.
ResponderExcluirQuando ou se um dia estes petistas coitados tiverem finalmente um pouco de cultura (se o PT deixar), finalmente entenderão quem é a elite e que eles nunca a viram ou verão em lugar algum durante toda a sua vida.
Circe