O ódio jacobino pela diferença
de opinião nasce do pecado original do desprezo pela democracia. O anátema que
MST atribuía ao Presidente da República é um deslize exemplar de um comentador
frequentemente desbocado que exprimiu o rancor que está no ADN da esquerda,
hoje marxista, que desbordou do PC e BE para a ala irresponsável que habita o
canto esquerdo do PS.
Os nossos bisavôs viram isto
nas últimas duas décadas da Monarquia, os nossos avôs viram a sua reedição
aumentada no nojo que foi a palhaçada de democracia da Iª República. A tal que
criou as condições e motivou o apoio à ditadura de Salazar.
Hoje, enfrentando o resultado
vergonhoso do uso capião de décadas de poder que nos levou à bancarrota, esta
esquerda marxista vê-se encurralada nas circunstâncias que ela própria criou:
não há nem haverá dinheiro para sustentar os projectos ideológicos que
impuseram aos portugueses, e estes já não estão dispostos a continuar a pagar
desperdícios estatizantes.
Assim, e antes que os
portugueses assumam que não são “o cavalo do inglês“ e reflictam seriamente
sobre o modelo de regime do qual só têm sofrido as consequências, a aliança
jacobina quer condicionar a democracia, impedir o seu funcionamento
representativo, e, na rua, nos jornais que controlam, nas televisões de todas
as noites, tentar esboroar o poder legitimo para que este não cumpra as
soluções acordadas que viabilizam a nossa permanência na Europa, porque essas
mesmas soluções são a consequência e a causa que inviabilizará a sua estratégia
de poder.
Quando o Presidente da
República garantiu que, com ele, a Constituição é para respeitar e que um
Governo eleito e maioritário tem de cumprir a legislatura, o jacobinismo dos
“usufrutuários da Pátria” explode, porque para eles os republicanos não são
todos iguais. Uns são mais iguais do que outros.
O que, obviamente, é verdade.
Pelas más razões.
Muitos deles têm uma
perspectiva muito limitada da democracia.
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