Mais importante notícia
económica... nem foi notícia, o estado a que chegamos...
Tavares Moreira
1. Soube-se, na última quinta-feira (Boletim Estatístico do BdeP, Maio), que a Balança Corrente com o exterior no 1º trimestre de 2013 fechou virtualmente em equilíbrio (défice de € 22 milhões), que compara a um défice de € 1.780 milhões no período homólogo de 2012 e a défices muitíssimos mais elevados que este último no 1º trimestre de 2011 ou de 2010.
1. Soube-se, na última quinta-feira (Boletim Estatístico do BdeP, Maio), que a Balança Corrente com o exterior no 1º trimestre de 2013 fechou virtualmente em equilíbrio (défice de € 22 milhões), que compara a um défice de € 1.780 milhões no período homólogo de 2012 e a défices muitíssimos mais elevados que este último no 1º trimestre de 2011 ou de 2010.
2. Trata-se da confirmação da
mais importante viragem estrutural no desempenho da economia portuguesa, que em
pouco mais de 2 anos consegue passar de défices correntes anuais superiores a
10% do PIB para uma situação de mais do que provável superávit em 2013.
3. É uma viragem cujo ritmo
ultrapassa mesmo as previsões oficiais: basta recordar que no Documento de
Estratégia Orçamental, recentemente divulgado, era ainda assumido um défice
corrente de 0,3% do PIB (qualquer coisa como € 500 milhões) para 2013 quando,
pelo valor registado no 1º trimestre, em 2013 se deverá registar já um superávit
apreciável...
4. Adicionalmente, este dado
reforça a probabilidade de acerto da última previsão do BdeP que apontava para
superávits de 2,8% e de 3,6% do PIB, respectivamente, para as Balanças de Bens
+ Serviços e para as Balanças Corrente+Capital, em 2013.
5. Uma análise da reputada
empresa de informação económica Capital
Economics, divulgada na semana passada, mostrava que o ajustamento das
contas externas nos três países do Euro sujeitos a programas de resgate
financeiro, tinha a seguinte explicação (dados até final de 2012): caso da
Irlanda, 100% em resultado do aumento das exportações; Portugal, 50% em
resultado do aumento das exportações e 50% da queda das importações; Grécia,
100% pela queda das importações.
6. Como já aqui tenho
referido, esta mudança radical de desempenho da economia portuguesa tem de ser
levada fundamentalmente a crédito de um extraordinário esforço de reconversão
do sector empresarial privado – empresários e trabalhadores – que não têm
poupado esforços e sacrifícios para conseguir sobreviver e ultrapassar as
imensas dificuldades para que o País foi arrastado, fruto, não exclusivamente
mas em primeiro lugar, do horrível "trabalho" de uma classe política
irresponsável e incompetente...
7. ... e deveria constituir um
formidável exemplo para o imenso exército de comentadores encartados que, com
pouquíssimas excepções, não fazem outra coisa que não seja entregar-se a jogos
florais deletérios, intoxicando a opinião pública e lançando a mais completa
confusão num País à beira de um ataque de nervos...
8. E deveria ser também um
enorme exemplo para uma grande parte da classe política que continua
obstinadamente empenhada num exercício de baixa política, contribuindo para a
infecção da opinião pública e para dificultar a vida aos que continuam a
apostar no trabalho... e para os profissionais da greve que, em atitude
diametralmente oposta, acham que a melhor forma de enfrentar as dificuldades
consiste em baixar, deliberadamente, os braços...
9. ... e até, como devido
respeito, para os senhores juízes do TC, que ainda não conseguiram entender o
que verdadeiramente se passa na economia portuguesa, aplicando princípios
constitucionais com base numa avaliação inteiramente fictícia da economia do
País (a começar na subsistência do Escudo)...
10. Resta dizer, para
terminar, que esta importante notícia... nem foi notícia, não tendo merecido a
mais leve atenção dos esplendorosos média... sem qualquer surpresa, claro, no
estado a que chegamos!
Subtítulo e Texto: Tavares Moreira, no blogue “4R – Quarta República”, 27-05-2013, às 12h31
Título e Grifos: JP
Título e Grifos: JP
Não foi, não será notícia, porque o objetivo, a obsessão, é derrotar este governo de direita, e que se exploda o país!!
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