Manifestação da CGTP, Lisboa, 25-05-2013, foto; Francisco Leong/AFP |
"Milhares de
portugueses foram às ruas neste sábado, pedindo a renúncia do governo cujas
políticas de austeridade na opinião deles exacerbam a recessão no país. “Fora
governo” e “Contra a exploração e o empobrecimento” eram algumas das frases dos
manifestantes, no ato convocado pelo principal sindical nacional, a Central
Geral dos Trabalhadores de Portugal (CGTP).
- Temos de fazer o que for
possível para nos livrar desse governo — disse o secretário-geral da entidade,
Armênio Carlos.
Na opinião dos manifestantes,
as medidas de austeridade “punem os pobres, mas beneficiam os ricos”. O
primeiro-ministro Pedro Passos Coelho era chamado de “ladrão” pelos manifestantes, entre eles servidores públicos,
desempregados e aposentados.
- Viemos a Lisboa dizer ‘chega’. O governo
está cortando tudo, até as pensões —disse Antônio Amoreira, da cidade do Porto.
Pesquisa publicada neste
sábado no jornal “Público”
mostra que 57% dos portugueses desejam a dissolução do Parlamento e novas
eleições.
As medidas de austeridade
anunciadas no início de maio geraram revolta no país, entre elas a
aposentadoria só aos 66 anos, e não aos 65 como hoje, o corte de 30 mil
empregos no funcionalismo e a redução da carga horária (e dos salários) de
funcionários públicos de 40 horas semanais para 35 horas.
A economia portuguesa recebe
desde maio de 2011 um pacote de € 78 bilhões da União Europeia, mas em troca o
governo se comprometeu a tomar medidas de austeridade. Neste ano, o Produto
Interno Bruto (PIB) português deve encolher 2,3%. O desemprego, por sua vez,
deve chegar ao recorde de 18,2%."
Comento: Entendo o sofrimento
de nossos queridos patrícios, mas tomem muito cuidado com os sindicatos e com
os funcionários públicos. Eles estão a manipular a opinião pública, revoltada
com a situação ruim, mas sem a devida compreensão dos problemas. Não adianta
culpar os ricos, tampouco é certo transformar o conceito de austeridade em
palavrão. O inchaço do governo é o grande responsável pelos problemas, e não é
possível ignorar isso para sempre. A escolha dura que os portugueses têm a
fazer é sofrer agora e garantir um futuro melhor para os filhos e netos, ou
postergar os ajustes necessários e ampliar a dor futura. Fingir que não existe
tal escolha é escolher a segunda opção. Os sindicatos vão celebrar no primeiro
momento, preservando suas regalias; os funcionários públicos vão continuar
gozando de privilégios; o desemprego não vai aumentar no curto prazo. Mas tudo
depois será muito pior, com mais desemprego ainda, mais recessão, mais
sofrimento. Que os colegas de Portugal saibam tomar a decisão acertada e evitar
o sensacionalismo dos políticos demagogos e dos sindicatos poderosos.
Título e Texto (e destaque): Rodrigo Constantino, 25-05-2013
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