domingo, 26 de maio de 2013

Austeridade sim, ora pois!

Manifestação da CGTP, Lisboa, 25-05-2013, foto; Francisco Leong/AFP
Rodrigo Constantino
"Milhares de portugueses foram às ruas neste sábado, pedindo a renúncia do governo cujas políticas de austeridade na opinião deles exacerbam a recessão no país. “Fora governo” e “Contra a exploração e o empobrecimento” eram algumas das frases dos manifestantes, no ato convocado pelo principal sindical nacional, a Central Geral dos Trabalhadores de Portugal (CGTP).
- Temos de fazer o que for possível para nos livrar desse governo — disse o secretário-geral da entidade, Armênio Carlos.
Na opinião dos manifestantes, as medidas de austeridade “punem os pobres, mas beneficiam os ricos”. O primeiro-ministro Pedro Passos Coelho era chamado de “ladrão” pelos manifestantes, entre eles servidores públicos, desempregados e aposentados.
- Viemos a Lisboa dizer ‘chega’. O governo está cortando tudo, até as pensões —disse Antônio Amoreira, da cidade do Porto.
Pesquisa publicada neste sábado no jornal “Público” mostra que 57% dos portugueses desejam a dissolução do Parlamento e novas eleições.
As medidas de austeridade anunciadas no início de maio geraram revolta no país, entre elas a aposentadoria só aos 66 anos, e não aos 65 como hoje, o corte de 30 mil empregos no funcionalismo e a redução da carga horária (e dos salários) de funcionários públicos de 40 horas semanais para 35 horas.
A economia portuguesa recebe desde maio de 2011 um pacote de € 78 bilhões da União Europeia, mas em troca o governo se comprometeu a tomar medidas de austeridade. Neste ano, o Produto Interno Bruto (PIB) português deve encolher 2,3%. O desemprego, por sua vez, deve chegar ao recorde de 18,2%."
Comento: Entendo o sofrimento de nossos queridos patrícios, mas tomem muito cuidado com os sindicatos e com os funcionários públicos. Eles estão a manipular a opinião pública, revoltada com a situação ruim, mas sem a devida compreensão dos problemas. Não adianta culpar os ricos, tampouco é certo transformar o conceito de austeridade em palavrão. O inchaço do governo é o grande responsável pelos problemas, e não é possível ignorar isso para sempre. A escolha dura que os portugueses têm a fazer é sofrer agora e garantir um futuro melhor para os filhos e netos, ou postergar os ajustes necessários e ampliar a dor futura. Fingir que não existe tal escolha é escolher a segunda opção. Os sindicatos vão celebrar no primeiro momento, preservando suas regalias; os funcionários públicos vão continuar gozando de privilégios; o desemprego não vai aumentar no curto prazo. Mas tudo depois será muito pior, com mais desemprego ainda, mais recessão, mais sofrimento. Que os colegas de Portugal saibam tomar a decisão acertada e evitar o sensacionalismo dos políticos demagogos e dos sindicatos poderosos.
Título e Texto (e destaque): Rodrigo Constantino, 25-05-2013

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