As linhas aéreas
internacionais que operam no mercado venezuelano estão a suspender a emissão de
bilhetes de viagens cujo ponto inicial de partida não seja a Venezuela,
anunciou ontem a Associação Venezuelana de Agências de Viagens e Turismo
(Avavit).
Os operadores do setor das
viagens estão com dificuldades para repor os valores, em moeda estrangeira,
correspondentes às vendas efetuadas.
"É uma medida que as
linhas aéreas estão a tomar como prevenção perante as fiscalizações, porque
pode parecer um negócio turvo que se pague em bolívares uma passagem respaldada
por dólares oficiais", explicou aos jornalistas Sandra González,
presidente daquele organismo.
Na Venezuela está em vigor,
desde 2002, um sistema de controlo cambial que impede a livre obtenção de moeda
estrangeira no país, o que obriga as linhas aéreas a esperar autorização das
autoridades para poder transferir os valores, em dólares, correspondentes às
vendas.
Este controlo cambial é
administrado pela Comissão de Administração de Divisas (Cadivi).
O valor oficial do dólar é de
6,30 bolívares fortes, no entanto existe um mercado paralelo onde, segundo
fontes não oficiais, a moeda norte-americana é cotada quatro vezes mais que o
valor estabelecido.
Segundo Sandra González, a
venda de bilhetes com origem em destinos que não a Venezuela era uma operação
que se realizava com alguma regularidade até há poucas semanas.
Por outro lado, segundo
Patrício Sepúlveda, vice-presidente da International Transport Association
(Iata), a Cadivi "deve" às linhas aéreas internacionais mais de 1200
milhões de dólares, estando as operadoras à espera da atribuição das divisas e
da autorização para efetuar as respetivas transferências.
Perante esta situação o
governo venezuelano criou várias mesas de trabalho onde estão a ser analisadas
as possíveis soluções.
Título e Texto: OJE/Lusa,
30-05-2013
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