Defendi duas vezes, em sessões
em que Manuela Ferreira Leite estava presente – uma no Hotel Tivoli, promovida
pelo Instituto Sá Carneiro, outra num jantar do grupo parlamentar do PSD, onde
fui orador convidado – que não me parecia que fosse possível resolver os
problemas de excesso de despesa pública sem despedir funcionários públicos. Não
notei que discordasse – ou que concordasse abertamente, pois o tema era
politicamente explosivo. Sobretudo não deu nenhum sinal de achar que só a garantia de não-despedimento garante a independência da administração pública, uma concepção bizarra pois dela se infere que as
administrações públicas das velhas democracias não são independentes mas a
administração pública salazarista era um modelo de independência face ao poder
político. O ódio pessoal explica muita coisa, mas em política cega. E isto já é
muito pior do que cegueira.
Título e Texto: José Manuel Fernandes, Blasfémias,
31-05-2013
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