Rita da Nova/Lusa
A expedição serviu para
angariar dinheiro para a sua fundação e chamar a atenção para uma causa que
defende desde 2005: a de "quebrar o ciclo de pobreza" no Bangladesh.
Maria da Conceição queria ser
a primeira mulher portuguesa a escalar o Everest. E conseguiu. A hospedeira de bordo alcançou o cume
da montanha mais alta do mundo esta terça-feira, às 9h13m locais (4h28m em
Portugal). A iniciativa tinha um objectivo principal: angariar um milhão de
dólares (cerca de 800 mil euros) para a Fundação Maria Cristina, que ajuda
famílias carenciadas no Bangladesh.
"Foi a coisa mais difícil
que fiz em termos físicos", disse, em declarações prestadas à Lusa por
e-mail. Acrescentou que a altitude e a dificuldade em respirar foram as maiores
dificuldades que enfrentou e que, durante a descida, "estava completamente
desidratada".
"Escalar montanhas
pareceu-lhe uma escolha natural para conseguir chamar a atenção das pessoas
para a fundação e para esta causa, e também para as motivar a doar fundos para
crianças desfavorecidas", disse ao PÚBLICO o responsável de comunicação da
campanha, Joshua Mathias, no dia em que Maria da Conceição chegou ao Tibete.
A Fundação Maria Cristina, sediada no Dubai, funciona desde 2010 e
pretende atenuar a situação de pobreza que existe no Bangladesh. As
iniciativas da instituição de assistência social estão sobretudo ligadas à
educação e uma das formas de facilitar o acesso de crianças ao ensino consiste
em levá-las para o Dubai, onde completam a escola primária ou secundária, ao
mesmo tempo que são inseridas numa família de acolhimento.
A subida ao topo do Everest foi a segunda de três expedições que Maria da Conceição quer empreender com o propósito de angariar fundos para a Fundação Maria Cristina. Há dois anos, a portuguesa foi ao Pólo Norte com o mesmo objectivo: ajudar as crianças do Bangladesh.
À Lusa, a portuguesa sublinhou
que a motivação para completar este desafio foram as 600 crianças que pretende
ajudar. "Desistir significaria que o futuro daquelas 600 crianças seria
vazio e enfrentariam uma vida de pobreza, fome, medo, doença, odiadas pela
própria raça", disse.
Em 2009, Maria da Conceição foi eleita Mulher do Ano nos Emirados
Árabes Unidos, pela revista Emirates
Woman.
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