Pérolas. Uma dádiva da
natureza ou a exploração de mergulhadores? Mulheres e homens, sujeitos a
condições sub-humanas (e marinas), mergulhando por 90 ou 120 segundos sob
permanente risco de morte para mero deleite de ricos burgueses capitalistas do
mundo ocidental… E destes, quem fala destes mártires do capitalismo?
O que torna uma sociedade
vulnerável a este mercado neoliberal, a esta economia de casino e à exploração
do homem pelo homem, vendendo a dignidade de uns pela vaidade de outros?
Toda a gente conhece os
perigos da exploração do homem pelo homem, nas Chinas e Bangladeshes deste
mundo. Pessoas exploradas por T-Shirts com o Che Guevara estampado, com as
mãozinhas em risco de deformação irremediável, síndrome do túnel carpal ou
pior, espondilose de arrozal; gente que recebe indignamente, oprimida por
maleitas que empestam este universo em que a dignidade de uns é prostituída por
uma míngua de pão ázimo ou 200 dólares por mês. Ou algo assim.
Dos mergulhadores das pérolas,
sujeitos a terríveis condições de trabalho, talvez inconstitucionais, morrendo nos países capitalistas como a Austrália, sem sindicato, sem apoio
jurídico-constitucional, disso ninguém fala. Este flagelo, que tanto assola
mergulhadores hetero como homossexuais, esta vergonha colonialista,
imperialista, redutora aos padrões hegemónicos ocidentais, é um pacto de
agressão imposto por este sistema capitalista com fim anunciado.
É preciso combater esta
iniquidade. Revolta-te, camarada. Diz não às pérolas.
Título, Imagem e Texto: Vítor Cunha, Blasfémias,
24-05-2013
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