![]() |
Foto: Agência Brasil |
Ui, ui! Ai, ai, ai… O nome
dele é Valdemar. Está possuído pela ira dos justos.
Querem saber? Essa sua fala
estúpida me incomoda menos do que o silêncio que se seguirá dos puxa-sacos de
criminosos na imprensa, na subimprensa e no universo petista como um todo.
Pergunto:
1: qual será o primeiro
colunista a dar apoio a Valdemar?;
2: qual será o primeiro nomão
da imprensa a dizer que Valdemar está certo;
3: qual será o primeiro
“pensador” amador (também servem os profissionais) do direito a assinar
embaixo?;
4: cadê os defensores de Valdemar?;
5: cadê o coro em favor de Valdemar?
Não, caros leitores! Vocês não
lerão palavra nenhuma de apoio ao ex-deputado. Vocês não ouvirão discurso
nenhum de solidariedade a Valdemar. Vocês não encontrarão um só dos medalhões a
dizer que ele resolveu enfrentar o “tribunal de exceção” em que teria se
transformado o STF.
Assim como não houve
manifestação de solidariedade a Kátia Rabello e José Roberto Salgado, do núcleo
banqueiro do escândalo; assim como não houve uma miserável e furtiva lágrima em
desagravo a Marcos Valério.
Segundo esses homens e
mulheres isentos como um táxi, essa gente toda tem mais é de estar na cadeia
mesmo — com o que, no particular, eu concordo. Mas então fica a pergunta: por
que tanto chororô por causa dos petistas?
Ora, raciocinemos logicamente:
para esses pensadores de incrível lucidez, os políticos não petistas, o núcleo
banqueiro e o núcleo publicitário tinham mais é de estar na cadeia mesmo.
Entendi: quer dizer, então, que o mensalão poderia ter existido sem a
participação dos petistas, é isso?
A propósito: caso seja negada
a Roberto Jefferson a prisão domiciliar, alguém escreverá que, se algo de pior
lhe sobrevier, será culpa de Joaquim Barbosa? Ou Jefferson não merece a piedade
indignada porque, afinal de contas, não participou, ainda que meio
pateticamente, da guerrilha do Araguaia? E cumpre observar: se alguém acabou
prestando um favor ao país — e nem entro nas suas motivações subjetivas —, esse
alguém foi Jefferson, não? Mas não houve, não há e não haverá palavras piedosas
para ele. Em certos círculos bem-pensantes, é chamado de “traidor”. Traidor de
quê? De quem?
Imaginem se tivesse sido dele
a proposta de trabalhar num hotel, de manter um blog na cadeia… Seria
ridicularizado. Seu advogado não ganha reportagens de alto de página. Não vai
aparecer nenhum colunista corajoso para dizer que, ao mandar prender Valdemar,
Joaquim está demonizando a política.
O que faz essa miséria com a
inteligência, com o bom senso e com a vergonha na cara é a ideologia, meus
caros. Isso é antigo. É histórico. Os crimes de Stálin eram de amplo
conhecimento dos intelectuais comunistas do Ocidente já na década de 30 do
século passado. Mesmo assim, eles faziam questão ou de ignorá-los ou de
negá-los. Afinal, na cabeça de um esquerdista, os crimes cometidos em nome da
causa são, na verdade, virtudes. Eles não conseguem se solidarizar nem com
criminosos aliados.
Seguiriam todos eles o
paradigma Lewandowski: foi duríssimo, inclusive na dosimetria, com Jefferson,
Kátia Rabello e Marcos Valério, mas absolveu José Genoino e José Dirceu.
Síntese moral do voto: eles praticaram crimes, mas os petistas para os quais
operaram não!
Título e Texto: Reinaldo Azevedo, 06-12-2013
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Não publicamos comentários de anônimos/desconhecidos.
Por favor, se optar por "Anônimo", escreva o seu nome no final do comentário.
Não use CAIXA ALTA, (Não grite!), isto é, não escreva tudo em maiúsculas, escreva normalmente. Obrigado pela sua participação!
Volte sempre!
Abraços./-