Celso Filipe
As comparações entre Donald Trump e Kim
Jong-un são manifestamente exageradas e descabidas, embora a megalomania seja
um traço de carácter de ambos. Entre um e outro existe uma diferença
substantiva: Trump foi eleito democraticamente, Kim Jong-un é um ditador
dinástico. Nos Estados Unidos existe liberdade e pluralidade, na Coreia do
Norte os cidadãos são controlados ferreamente e não têm opção de escolha.
O que aproxima os dois líderes
é o motivo que subjaz à troca de ameaças entre os EUA e a Coreia do Norte.
Trump e Kim Jong-un usam uma linguagem bélica porque a identificação de um
inimigo é um fator de coesão interna e uma indisfarçável manifestação de poder.
Trump, que tem tido uma
presidência errática, marcada por escândalos e excessos verbais, olha para a
Coreia do Norte como um pretexto ideal para recuperar popularidade e ganhar o
respeito dos norte-americanos.
Kim Jong-un eriça a crista,
porque se sente encurralado e intui que a China, até agora um silencioso
aliado, se está a afastar do regime de Pyongyang, uma trajetória verificável no
facto de Pequim ter votado favoravelmente o endurecimento das sanções à Coreia
do Norte propostas pelo conselho de segurança.
A questão é que não se pode
esperar uma mudança súbita do regime da Coreia do Norte pressionada por uma
ameaça bélica. Antes pelo contrário. Os EUA têm de marcar a diferença pela via
militar e não usando uma linguagem apocalíptica, a qual tem um duplo efeito
negativo: encurta a possibilidade de Kim Jong-un sair bem deste braço-de-ferro
e assusta os aliados dos EUA no continente asiático.
Este facto é salientado pelo
Boston Globe em editorial. "O mundo – especialmente o Leste Asiático –
entende perfeitamente as capacidades dos militares americanos. Mas esta
retórica vaidosa ameaça a confiança, construída ao longo de décadas, de que os
Estados Unidos estão empenhados em usar esse poder com sabedoria,
responsabilidade e apenas como último recurso".
Por ser diferente de Kim
Jong-un, Trump tem um dever acrescido: o de mostrar prudência e sensibilidade
diplomática diante de um cenário grave de ameaça nuclear como o que está criado.
Na realidade, até agora não tem mostrado esses predicados, preferindo antes uma
imprudente retórica de confronto. Para ganhar o respeito do mundo e dos
aliados, o presidente dos EUA tem que ter uma atuação que o torne o aposto do
Kim Jong-un. E é isso que o fará ganhar esta guerra.
Título e Texto: Celso Filipe, Jornal de Negócios, 9-8-2017
Trump e Kim Jon Un tem algumas características em comum , e parecem "farinha do mesmo saco", embora com pontos de vista antagônicos.
ResponderExcluirAmbos são extremamente vaidosos, megalomaníacos e buscam a supremacia do poder a qualquer custo. Ao que tudo indica, Trump está ganhando de Kim no quesito vaidade ...
À luz das atitudes que ambos vem tomando, as grandes lideranças mundiais perceberam que nenhum desses dois está preparado para governar (sequer um grande condomínio...).
Não possuem preparo psicológico, falta-lhes temperança, discernimento global e foco no objetivo de promover a paz mundial , que é o desejo de todos os seres humanos.
Um testa o outro , para ver quem se sai melhor.O arsenal nuclear nas mãos de Kim Jon Un é altamente perigoso . Aquele que detonar primeiro causará um estrago enorme, com prejuízos em várias nações.
Vale o ditado:
" Na briga do mar com a pedra , quem se lasca é o marisco".
Por enquanto, o mundo está à mercê de dois perigosos imbecis !
Vamos aguardar algum fato superveniente que seja capaz de mudar os rumos dessa história. Entrementes , vamos aproveitando as belezas e os prazeres da vida ,porque tudo vale a pena !
Sidnei Oliveira
Assistido AERUS RJ
É uma lástima confundir protecionismo com megalomania.
ResponderExcluirKING JON é ser supremo num país de merda.
TRUMP é apenas máquina de manobra do partido republicano.
Muitos acham que TRUMP pode explodir uma bomba atômica na Coreia do Norte., imbecil suposição.
A constituição americana não permite, há um código de guerra, quem decide é uma junta militar/civil.
Isso é coisa de filme, mala preta com botões vermelhos e códigos computatorizados, com digitais e biocibernéticos.
Acho que esse pessoal vê muito cinema.
O KING JON, isso mesmo king, pode, ele é supremo.
A mesma coisa no Brasil, a culpa é toda do TEMER, ninguém lembra como a anta búlgara deixou o Brasil, apesar que eu a inocento, a culpa é dos partidos políticos.
Se os Estados Unidos tomarem alguma decisão com certeza ela será congressual e civil/militar.
Presidentes em qualquer presidencialismo são bonecos mambembes nas mãos de partidos políticos.
O parlamentarismo não é muito diferente, apenas há uma troca de bonecos.
O povo é apenas a imbecil massa de manobra, nos nobres espetáculos das coletivas destes paspalhos simplórios MARIONETES.
FUI...