Carlos Sodré Lanna
As palavras que
distinguem as várias amplitudes das epidemias são oriundas do grego. Endemia é
uma doença contagiosa que atinge grande número de pessoas de uma região.
Epidemia tem caráter transitório e atinge uma ou mais localidades. Pandemia é
uma epidemia que se propaga em uma área geográfica internacional, afetando
parte da população mundial.
Da Antiguidade até os nossos
dias, as epidemias e pandemias foram quase tão comuns como as guerras e os
conflitos políticos. Os registros mais antigos remontam ao século V a.C., por
ocasião da guerra do Peloponeso. São pouco conhecidas várias epidemias,
sobretudo de populações colonizadas pelos europeus nas regiões da América e da
África.
A Organização Mundial de Saúde
(OMS), de franca orientação esquerdista, é o único órgão credenciado a declarar
a existência de uma pandemia. Depois de alguma relutância, esse rótulo já foi
aplicado à pandemia do novo Coronavírus, que recebeu o nome
de Covid-19.
Essa pandemia vem
sobressaltando o mundo inteiro, a ponto de transformar as perspectivas para a
vida normal em um “antes e depois”. Muito se tem dito e escrito sobre ela,
sobretudo na grande mídia, gerando um sensacionalismo com eco em inúmeros
governos. Tudo isso parece obedecer a uma palavra de ordem, e não se pode fugir
à impressão de que em algum posto de comando prevalece o desejo de prolongar o
seu ciclo.
Para quê? Talvez a fim de
testar o grau de preparação da humanidade para aceitar uma nova ordem social.
Os primeiros indícios dessa intenção apontam para uma sociedade futura
centralizadora, submissa à vigilância onipresente e aos comandos de
informática. E já se pode prever também que ela seria diametralmente oposta à
civilização cristã. É bom lembrar, a propósito, que a história da humanidade
esteve sempre pontuada por doenças infecciosas que espalharam seus tentáculos
pelo mundo, e muitas delas alteraram o curso dos acontecimentos.
Indicaremos a seguir algumas
outras pandemias, que deixaram impressão duradoura.
1. Praga de Justiniano (541-544)
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Um dos sintomas da Praga de
Justiniano era a necrose das mãos
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Seu nome é uma alusão ao
imperador Justiniano I do Império Bizantino, também conhecido como Império
Romano do Oriente. Considerada a primeira pandemia da História, ela teve sua
origem na Etiópia, de onde se espalhou por todo o império, causando uma das
maiores mortandades epidêmicas. Segundo estimativas, 60 milhões de pessoas
morreram nesse período. A esse surto de 541 seguiram-se vários outros nos dois
séculos seguintes. Assim como a peste bubônica, a de Justiniano também foi
causada pela bactéria Yersinia pestis, disseminada por roedores
cujas pulgas estavam infectadas com a bactéria. Esses ratos viajavam em navios
comerciais ao redor do mundo e faziam circular a infecção, que era transmitida
aos seres humanos pela picada de pulgas infectadas. Geneticistas indicam que
tal bactéria tem sua origem na China.
2. Peste bubônica (1343-1353)
Conhecida como Peste negra, e
também causada pela Yersinia pestis proveniente da Ásia, foi uma
doença terrivelmente mortal, que se espalhou por toda a Europa entre os
anos 1333-1351, através de ratos infestados de pulgas. Quando chegou à Europa,
a peste negra causou grande mortandade, dizimando em poucos meses a metade da
população de Florença, na Itália. As infecções se espalhavam pelo sangue e por
meio de partículas transportadas pelo ar. Cerca de 80% dos pacientes morriam
seis a dez dias após serem infectados. A taxa de mortalidade foi superior a
70%, ceifando a vida de mais de 50 milhões de pessoas em toda a Europa.
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Soldados de Fort Riley,
Kansas, doentes de gripe espanhola, sendo tratados em uma enfermaria de Camp
Funston.
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3. Influenza ou gripe espanhola (1918-1920)
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“Gazeta de Notícias”, jornal
carioca, em 15-10-1918
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Essa pandemia recebeu o nome
de “gripe espanhola”, mas, apesar de atingir fortemente a Espanha — acometendo
até mesmo o rei Afonso XIII —, alguns epidemiológicos afirmam que ela surgiu
num hospital de campanha no norte da França; outros estudiosos, como o
historiador Alfred W. Crosby, garantem que teve origem em Kansas (EUA), num
campo de treinamento de tropas destinadas ao front da Primeira
Guerra Mundial; outros ainda especulam que ela originou na China, como defendeu
o Prof. Claude Hannoun, o principal especialista em gripe espanhola do
Instituto Pasteur.
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Doentes da gripe espanhola
numa enfermaria do Rio em 1918
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4. Vírus Ebola (descoberto em 1976)
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No Congo, senhora atingida
pelo ebola sendo levada para isolamento
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5. AIDS – HIV (de 1981 até os presentes dias)
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Vítima da AIDS em 1989
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6. Outras pandemias pelo mundo
Dezenas de outras epidemias
poderiam ser citadas. Por questão de espaço, limitamo-nos a enumerar algumas
das mais conhecidas: praga de Atenas (429 a.C.); peste de Antonino (165
a.C.); epidemia de Cocoliztli, no México (1545); grande praga de Milão (1629);
grande praga de Londres (1664); gripe de Marselha (1720); pandemia de
cólera (1846); gripe russa (1889); poliomielite (1908); gripe asiática (1956);
gripe de Hong Kong (1968); surto do SARS (2002); gripe suína (2009).
Título, Imagens e Texto: Carlos
Sodré Lanna, ABIM,
31-3-2020
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