Para uma expressiva parcela de governadores, prefeitos e
legisladores incompetentes e/ou desonestos, a crise do vírus veio a calhar para
esconder as más decisões e os desvios de verbas.
Nas últimas três semanas de março de 2020, não enxergamos em
nenhum tipo de mídia, notas sobre os problemas sociais diários que nos
acompanham há décadas. Ilustremos alguns poucos.
1) Nenhum
comentário sobre ruas esburacadas – menos de 10% de veículos estão transitando
e conseguem se desviar das “crateras” abandonadas sem terem seus veículos
danificados.
2) Nenhuma reclamação sobre postes sem
lâmpadas – menos de 2% das pessoas estão saindo à noite. No máximo uma
visitinha na farmácia da esquina, num trecho onde por sorte, três postes ainda
oferecem claridade.
3) Zero de reclamações sobre escolas com
deficiência de estruturas, aparelhos, alimentação e limpeza. Não existem alunos
usando estas instalações precárias. Portanto não há reclamação.
4) Área da saúde precária – esta manchete
semanal causada por falta de remédios, equipamentos, limpezas e outros vetores
sumiu dos debates. Agora tudo será debitado na conta da epidemia que apenas
ajudou a agilizar as deficiências enraizadas há décadas. E pior: as verbas
federais emergenciais agora liberadas também sofrerão desvios para as polpudas
contas bancárias destes parasitas imorais. Nesta área crítica por natureza, já
nem se fala naquela água infestada de fezes que a CEDAE (RJ) despeja em nossas
casas. Ela tornou-se límpida por um passe de mágica?
Diante deste cenário favorável aos alimentadores de caos, os
executivos (e alguns asseclas dos legislativos) vão procurar sempre a
desarmonia durante o combate a este inimigo para o assunto não sair do cenário
ao longo do ano.
Suas vaidades e desejos em montar trampolins eleitorais serão
mais fortes que a intenção de acabar com a tragédia que deixará profundas
cicatrizes em nossa sociedade.
Título e Texto: Haroldo Barboza, Rio de Janeiro,
31-3-2020
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