segunda-feira, 16 de março de 2020

[Foco no fosso] Bons serviços?

Haroldo Barboza

Este relato não deprecia os nobres Professores de Geografia e História (nem aos demais que também são obrigados a seguir normas arcaicas do MEC que não os valorizam) que abriram mentes de milhares de jovens. Apenas resume minha visão (fincada no artigo “falência orquestrada da Educação e da Cultura”) sobre as tortas diretrizes que conduzem nossas escolas populares no sentido de “educar” nossos jovens sem permitir que raciocinem e a seguir comecem a entender em que tipo de pessoas devem votar para cargos públicos.

Exemplos rasteiros de questões e respostas complicadas que percorrem nossas escolas há dezenas de anos.

1 – O rio Amazonas possui 1100 afluentes. Cite os nomes de 44 deles.
2 – Qual a altura exata do pico da Neblina?
3 – Qual o nome do pai do faraó Tutancâmon?
4 – Quais atividades sociais a Princesa Isabel apreciava?

Dá para perceber quantos neurônios são exigidos (ainda mais com a baixa qualidade alimentar da família pobre brasileira) para obter respostas baseadas apenas em “decoreba”.

Tive sorte de encontrar Mestres da Geografia no meu ginasial que explicavam a importância agrícola de cada região do Brasil, o tipo de clima e terreno adequado para o plantio, as vias de escoamento, quais fatores implicavam nos preços das mercadorias, o intercâmbio com outros países. Uma Geografia econômica de alto nível que nos levava a derivar para a importância de termos as informações corretas para alavancar nossa produção com redução de gastos.

Também os Mestres de História que saindo um pouco da “orientação” da escola, nos narravam as artimanhas políticas e interesses econômicos que explicam a sequência de fatos nebulosos (falsa independência, “libertação de escravos”, criação da república, eleições direcionadas) que nos colocaram no atual patamar de subdesenvolvimento e nos transformaram em acomodados que assistem passivamente à espoliação que a nação sofre por parte das dinastias que amistosamente se revezam no poder. 

E nos alertaram que tal formato sobrevive pela “distração” oferecida ao povo que teve o azar de ser colonizado por pessoas que colocaram o lucro num patamar muito distante do bem estar dos esfomeados que sustentam as riquezas almejadas pelos herdeiros parasitas de tais dinastias.

Este modelo perpetuado por décadas e que nos deixam distantes de nações que crescem e nos ultrapassam, é o cenário ideal para os políticos inescrupulosos que usam nossos impostos para proveito próprio em troca de péssimos “bons serviços prestados” aos inocentes eleitores que pouco almejam por uma melhor qualidade de vida.
Título e Texto: Haroldo Barboza, Rio de Janeiro, 16-3-2020

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