segunda-feira, 2 de março de 2020

[Foco no fosso] Corona in vitro

Haroldo Barboza

Provavelmente dentro de dois anos será publicado um livro sobre o tema que nos assusta neste momento da história mundial. Um ano depois o filme estará concorrendo ao “róscar”.

Claro que não vou escrever o livro nem produzir o filme. Mas relatarei as três prováveis cenas finais que acabo de projetar em minha mente.

Antepenúltima cena
Reunião ultra secreta (nem o servidor de café pode entrar) dentro de um amplo escritório com quase dez diplomatas dos mais ricos países (por enquanto) do ocidente. O anfitrião finalizou o encontro com a seguinte notícia:
– Nossos Presidentes nos deram carta branca para definirmos a forma de concluir o projeto para salvar nossas economias que definham em função da alta velocidade do crescimento geral da China. Vou resumir agora para almoçarmos em seguida. Nosso cientista Frank Derr Ruba conseguiu compactar nossa poderosa arma. Temos um “celeiro” para produzir qualquer tipo de vírus que nos interesse.

O próprio cientista vai viajar com a esposa dentro de quarenta dias para a China e vai dispersar os micróbios numa província onde haverá uma feira animal agora no final de 2019. Eles que escolham qual animal será “culpado” pela ocorrência. Lá estando, em algum momento ele vai largar o cilindro de cinco centímetros de comprimento em local discreto. Vejam a foto contendo nossos “soldados” que chamaremos de “novo coronavírus”. Cabe dentro do estojo de óculos.
Em contato com a atmosfera por mais de duas horas o cilindro se romperá e as “pulguinhas” vão buscar narinas humanas para se abrigarem.

No início de fevereiro de 2020 saberemos de algumas centenas de mortos no país, já teremos acionado os mecanismos para despencar os valores das ações das companhias orientais. Vamos nos esforçar para não ocorrer adiamento das olimpíadas do Japão, pois temos muita grana investida no evento.

Um diplomata sentado à esquerda, questionou:
– O alastramento deve ultrapassar fronteiras. Perderemos alguns dos nossos?
– Sem dúvida. Algumas dezenas. Mais de mil vezes menor do que foi perdido na guerra do Vietnã. É um sacrifício aceitável em nome da “democracia”, para salvarmos nossos milhões de patriotas e nossos cofres. Agora vamos ao caviar. Isento de vírus!

Risadas ecoaram no salão.

Penúltima cena
Num restaurante da feira de animais, Dr. Derr Ruba aguarda a conta a ser trazida pelo garçom. Discretamente lança o artefato sobre a mureta ao lado da mesa, que após três metros de queda, se acomoda sobre uma moita verde de capim. Levanta-se com a esposa e lhe sussurra:
- A sorte está lançada! Querida, vamos pegar o avião para relaxar na Grécia.

Última cena
No palanque de abertura da olimpíada no Japão, o locutor oficial proclama solene com sua voz que ecoa no estádio:
– Agora passarei a palavra ao Presidente do COI para o discurso de abertura desta festa que promete ser inesquecível.
Antes de entregar-lhe o microfone, dá três espirros consecutivos sobre a gravata do convidado. Um filete de sangue escorre de suas narinas e o profissional da imprensa despenca sobre as cadeiras do nível inferior, no setor reservado a cinquenta e cinco legisladores federais brasileiros (eita farra boa!).
Título e Texto: Haroldo Barboza, Rio de Janeiro, 1-3-2020

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