sexta-feira, 3 de janeiro de 2025

Ditaduras, Cuba e Marcelo

Miguel A. Baptista

Normalmente as ditaduras de direita não são especialmente longevas. As ditaduras peninsulares, de Franco e Salazar são exceções. O franquismo durou 36 anos, e, em Portugal, do 28 de maio de 1926 à revolução de abril de 1974, mediaram 47 anos.

Já as ditaduras de esquerda são, em muitos casos, muitíssimo duradouras. A ditadura comunista dominou a União Soviética durante 73 anos. Há 76 anos que uma cruel "monarquia ditatorial comunista" domina a Coreia do Norte, e na China o partido comunista controla o país há 75 anos.

De entre as poucas ditaduras comunistas ainda vigentes, a cubana assinalou ontem o seu 66º aniversário.

Ainda que muito romantizadas, a revolução e ditadura cubanas tiveram os aspectos terríveis que enfermaram a quase totalidade das ditaduras. Autoritarismo, censura, repressão política, ineficiência económica, fuga de capital humano, propaganda e culto da personalidade, vigilância constante da população por meio de comitês de bairro, tudo são características que podemos associar à ditadura cubana.

Quando, em 2016, Marcelo Rebelo de Sousa visitou Cuba, o PR português fez questão de se encontrar com Fidel Castro, que na altura já não tinha qualquer cargo.

Ou seja, a visita de Marcelo a Castro já não tinha qualquer interesse protocolar. A visita serviria apenas os propósitos lúdicos, egóticos e narcisistas de Marcelo.

Ao longo do seu mandato, que se aproxima do final, Marcelo nunca teve atitudes ou comportamentos que se afastassem da espuma dos dias, do facilitismo, do efémero e, de um certo modo, do fútil. Nunca teve uma atitude que pudesse marcar uma posição de princípio que pudesse ser menos popular, e como tal mais difícil, ou penosa, de assumir.

No final o que fica é o facilitismo, a criancice, e a incapacidade de assumir desafios que implicassem remar contra a corrente dominante.

Em termos morais, de procura de referências, a presidência de Marcelo foi um desastre.

Foto: a foto de Marcelo absolutamente embevecido com Fidel é da autoria dos Estudios Revolucion.

Título e Texto: Miguel A. Baptista, Corta-fitas, 2-1-2025 

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