Paulo Hasse Paixão
Toda a gente sabia que a
segunda-feira iria proporcionar um bom conteúdo para o histerismo dos meios de
comunicação social liberais, e temos o prazer de informar que o dia não
desiludiu. Apesar da falência técnica da imprensa corporativa se dever precisamente
ao seu fervor ideológico, a reação à tomada de posse de Trump confirma que os
apparatchiks são incapazes de se conter, mesmo quando a psicopatia lhes arruína
as carreiras.
A irresistível Analogia
Adolfo.
Se a constante comparação de
Trump com Hitler fosse minimamente eficaz, os resultados de 5 de novembro
tinham sido bem diferentes, porque os candidatos democratas e os seus servos da
comunicação social não se cansaram de o fazer durante a campanha eleitoral. Mas
é difícil deixar de carregar na tecla, apesar da sua inutilidade semântica.
Reparem bem nesta pérola do North Country Now:
O WorldSocialist, foi pelo mesmo caminho, claro, mas enfim, comunistas serão comunistas e vivem ainda no cerco de Leninegrado:
E de Harvard, o que é que poderíamos esperar? A mesma coisa que esperamos dos comunistas, obviamente.
A Rolling Stone, que há umas décadas era uma revista dedicada à indústria musical e agora é uma seção de propaganda do Partido Democrata, publicou isto, para ser diferente:
O New Republic, que nunca desilude, insistiu na analogia nazi, agora dedicada a Elon Musk:
Na MSNBC, um choradinho em
memória das “instituições”.
Mas elevando a fasquia para as
verdadeiras sedes da imprensa corporativa americana, nada como espreitar a
MSNBC.
Joy Reid, a sempre histérica
âncora da estação onde a verdade é submetida quotidianamente a rituais
fúnebres, afirmou que estava muito preocupada com os bilionários
presentes na tomada de posse de Trump (como se o Partido Democrata não fosse o
mais exclusivo dos clubes de bilionários do planeta Terra) e com uma cara muito
séria proclamou:
“Acredito que esta ideia
das instituições – em que os Bidens claramente acreditam – foi completamente
derrotada nesta eleição.”
Para alguém como Reid, nada é
mais sagrado do que as instituições americanas. Elas protegem o status
quo que a tornou tão rica e famosa, ao mesmo tempo que embrulham o
homem comum na sua insignificância. E para alguém que seja membro da família
Biden, as instituições também são fundamentais, já que permitem a acumulação de
fortunas através do tráfico de influências.
Mas de certa forma, ela tem
razão. Esta eleição expôs de facto as instituições americanas. O que Reid não
percebe é que essa exposição é muitíssimo bem-vinda para a generalidade dos
americanos (até mesmo para muitos daqueles que não votaram em Trump).
Os eleitores dos EUA queriam
precisamente um ruptura do regime institucional de Washington e viram em Donald
Trump um tipo capaz de fazer isso. A necessidade de apaziguar as emoções
frágeis de Reid, Rachel Maddow, Joe Scarborough e do resto dos agentes do
estabelecimento da MSNBC não lhes passou sequer pela cabeça.
Mas não deixa de ser divertido ver a esquerda radical a chorar por causa das “instituições”.
BBC: Discurso de tomada de
posse de Trump é “aceno e uma piscadela de olho” ao “Movimento Supremacista
Branco”.
O jornalista veterano da BBC,
Gabriel Gatehouse, classificou uma referência à “perseguição do nosso
destino manifesto… para plantar as estrelas e as riscas no planeta Marte” no
discurso inaugural do Presidente Donald J. Trump ,como um “aceno e uma
piscadela de olho” ao “movimento supremacista branco”, no programa político
principal da emissora pública britânica.
A BBC, que todos os britânicos
que assistem a programas em direto – mesmo que nenhum deles seja da estação
pública – são obrigados a financiar diretamente através de uma taxa, está a
utilizar as redes sociais para promover um clip de Gatehouse a discutir a ideia
de “destino manifesto” no seu programa Newsnight.
O taradinho explicou assim o
seu raciocínio:
“O destino manifesto era
uma ideologia do século XIX que falava em avançar para Oeste, o tipo de destino
manifesto dos colonos americanos para colonizar a terra, para expandir os
Estados Unidos e, sabe, exterminar os povos indígenas à medida que avançavam.”
Gabriel Gatehouse é nativo
britânico. Descendente de um povo – e de uma civilização – que expandiu o seu
império e “exterminou povos indígenas à medida que avançou”. Como todos os
impérios fizeram com mais ou menos intensidade, e com mais ou menos legitimidade
civilizadora (o acádio, o egípcio, o ateniense, o alexandrino, o romano, o
suljacida, o tártaro, o islâmico, o viking, o azteca, o maia, o inca, o
português, o castelhano, o otomano, o zulu e assim sucessivamente até ao
genocídio de toda a gente), mas as evidências históricas escapam-lhe.
Ainda assim, o infeliz
continuou:
“Não sei se Donald Trump
sabe qual é a ressonância disso, mas sei que muitos dos seus apoiantes sabem;
pessoas que estão na periferia do movimento supremacista branco. Foi um aceno e
uma piscadela de olho.”
É claro que a insinuação de
Gatehouse só faria sentido se o Presidente Trump acreditasse, de facto, que o
‘destino manifesto’ era uma alusão codificada à supremacia branca. Mas não
interessa, porque o bichinho foi deixado nos tímpanos da audiência da BBC, que
não é propriamente o público de apurado sentido crítico.
Mais a mais, e ao contrário do
que afirma o apparatchick da BBC, o ‘destino manifesto’ – corretamente
entendido – está de facto enraizado na crença de que a América é uma nação
excepcional com um lugar providencial entre as nações do mundo. Não tem nada a
ver com supremacia branca nem com genocídio de indígenas. Tem a ver com a
filosofia política dos seus fundamentos constitucionais. Se alguma vez a
América cumpriu esse destino ou se alguma vez o cumprirá, é outra conversa, mas
é isso que significa a expressão.
Acreditem ou não, a BBC é
obrigada por lei a ser politicamente imparcial.
Título, Imagens e Texto: Paulo
Hasse Paixão, ContraCultura,
22-1-2025
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