segunda-feira, 20 de janeiro de 2025

[Aparecido rasga o verbo – Extra] Léo Batista deixou o mundo esportivo em luto

Aparecido Raimundo de Souza 

AOS 92 ANOS, INFELIZMENTE perdemos um grande personagem do jornalismo esportivo no Brasil. Não só por estas paragens, acredito, no mundo. LÉO BATISTA, nascido JOÃO BAPTISTA BELLINASO NETO, era filho de imigrantes italianos, sendo seus pais Antônio Bellinaso e Maria Rivaben. Paulista da pequena e pacata Cordeirópolis, região metropolitana de Piracicaba, não muito longe de São Paulo, estando apenas esta localidade apartada 160 quilômetros da capital dos paulistas. 

Cordeirópolis, a título de curiosidade, fica próxima de Limeira, Rio Claro e Araras. Pois bem. Leó Batista veio ao mundo aos 22 de julho de 1932. Durante 60 anos foi casado com dona Leyla Chavantes Bellinaso, falecida em 2022, aos 84 anos, vítima de afogamento na piscina de sua casa. O casal deixou duas filhas: Cláudia e Mônica Batista. Léo Batista (patronímico artístico que lhe foi sugerido pelo amigo Luiz Mendes) sem dúvida alguma, Léo, indiscutivelmente se tornou uma das vozes mais marcantes do jornalismo esportivo. 

 Léo estava internado desde o dia 6 de janeiro, diagnosticado num primeiro momento, com desidratação e dores abdominais, culminando depois em face de vários exames, com câncer no pâncreas. Com uma carreira de mais de 70 anos, Léo Batista começou no rádio e se tornou célebre na TV Globo, onde trabalhou por 55 anos ininterruptos. Sua narração característica se fez presente em programas como “Jornal Nacional”, “Esporte Espetacular” e “Fantástico” deixando em todos eles, um legado inesquecível.

Muitas autoridades e colegas da Rede Globo e também de outros canais tanto de rádio como de televisão, lamentaram a perda, destacando, obviamente, a importância de Léo para o jornalismo brasileiro. Sua passagem na base esportiva e sua vida pessoal foram pontilhadas por trajetórias intensas e momentos de superação.  Dono de uma carreira próspera, focada em caminhos diversificados, narrou não apenas esportes, mas também acontecimentos históricos, como o suicídio de Getúlio Vargas em 24 de agosto de 1954, seguida da morte de John F. Kennedy em 22 de novembro de 1963.

Léo Batista queria deixar um livro escrito, tipo uma autobiografia -, segundo ele -, um sonho antigo. Contudo, em face das correrias diárias, tal ideia nunca saiu de sua cabeça. Por mais de setenta anos, diversificou a sua voz, seu talento e seu carisma, estando à frente de programas icônicos como a bancada do “Jornal Hoje”, "Esporte Espetacular" e "Gols do Fantástico", onde a sua emocionante narração se fazia única e soberana, em face da voz inconfundível que cativou  gerações. 

Começou a sua carreira nos idos de 1940 trabalhando em serviços de alto-falante e logo depois em várias emissoras de rádios no interior de São Paulo. Narrou não só reportagens ligadas ao esporte, mas também se embrenhou pela fórmula 1 fazendo algumas passagens rápidas pelo surfe. Torcedor fanático pelo Clube de Regatas Botafogo, ganhou uma cabine de imprensa no Estádio Nilton Santos, batizada, na época do evento, em sua homenagem. 

O jornalista vivia na Zona Oeste do Rio de Janeiro, na Rua Ituverava, próximo de onde, aliás, estava internado no Hospital Rio D'Or, situado na mesma região. O velório está marcado para hoje, segunda-feira, 20, no Estádio Manoel Severiano, sede do Botafogo e será aberto ao público em geral, a partir das 14h. Amigos e fãs do apresentador, poderão se despedir até as 16h30. 

Título e Texto: Aparecido Raimundo de Souza, da Lagoa Rodrigo de Freitas, no Rio de Janeiro, 20-1-2025 

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