segunda-feira, 2 de maio de 2011

Manifesto à Presidente Dilma Roussef: Dia do Trabalho é pra comemorar ou pra chorar?

À
Excelentíssima Senhora
DILMA ROUSSEFF
DD Presidente da República Federativa do Brasil
BRASÍLIA – DF
Senhora Presidente,
Hoje o mundo comemora o Dia do Trabalho e o Brasil é um tradicional cultor deste dia. O governo homenageia o seu trabalhador, porém, não trata como um verdadeiro herói, aquele com dá o seu sangue para contribuir para o progresso do país. A minha afirmativa baseia-se no atual valor do salário mínimo de R$545,00, arbitrado pelo seu governo.
Convenhamos Presidente Dilma, R$545,00 por mês para o trabalhador sustentar uma família, com os pesados encargos de: impostos, alimentação, educação, transporte, moradia, saúde, lazer, e outros, só milagre. E o curioso, é que esse milagre acontece, senão, os milhões de trabalhadores que estão no fio da navalha com esse parco salário, já teriam sucumbido.
O Partido dos Trabalhadores, quando na oposição, era o paladino da política de aumentos gigantescos para o salário mínimo. Defendia essa política com unhas e dentes, com greves, discursos inflamados e condenações às políticas do governo da ocasião, para essa questão.
Há oito anos e quatro meses no governo, o PT melhorou um pouco o valor do salário mínimo, mas, nunca dentro daquilo que ele tanto apregoava como o ideal para a classe. O que vimos na aprovação do salário mínimo para este ano, foi um verdadeiro estupro ao trabalhador. Foi arbitrado de R$515,00 pelo governo que saiu, para R$540,00. O seu governo, achando que estava fazendo muito, concedeu mais R$5,00, totalizando R$545,00. Ai chegou a ser cômico e ao mesmo tempo trágico a defesa do seu governo na Câmara e no Senado, para convencer o povo brasileiro de que o reajuste de mais R$5,00 era uma maravilha para o trabalhador.
Deputados e Senadores faziam discursos inflamados, alegando que o trabalhador estava recebendo o maior aumento que o mundo já havia visto. Tudo isto por mais R$5,00. Enquanto isso, na calada da noite, sem maiores estardalhaços, sorrateiramente, esses senhores se auto aplicaram 61,8% e 131,9% para Presidente e Vice-Presidente da República; enquanto para o trabalhador, 6,86%, e para o aposentado e pensionista que recebe acima de um salário mínimo 6,41%. Em nenhum momento, o governo da senhora reclamou dos Deputados e Senadores pelo exorbitante aumento salarial, alegando que tal aumento extrapolava a capacidade de pagamento do governo. É isto que se chama governar com equanimidade?

O Dia do Trabalho que se comemora hoje, não trás nenhuma alegria para 8,4 milhões de ex-trabalhadores, aqui representados por aposentados e pensionistas que recebem seus benefícios acima de um salário mínimo. Pelo contrário, não temos nada a comemorar, só a lamentar.
O governo do ex-presidente Luiz Inácio, foi um verdadeiro carrasco para a nossa classe, senão, vejamos:
- Em 2006, vetou reajuste de 16,67% aprovado pelo Congresso Nacional para o salário mínimo, extensivo aos aposentados e pensionistas, nos concedendo apenas 5,1%;
- Vetou a derrubada do fator previdenciário, fator esse que condena o trabalhador do sexo masculino a uma perda de 40%, e de 50% para o sexo feminino, quando requer a sua aposentadoria;
- Obstou três Projetos Legislativos de nºs 01/07, 3299/08 e 4434/08, já aprovados pelas Comissões na Câmara Federal e aprovados pelo Senado; Projetos estes que beneficiam sobremaneira a nossa classe, sem comprometer a economia do país;
- Nos condenou a uma perda de 44,33% nos nossos parcos rendimentos.
O seu governo já iniciou defasando os nossos já sacrificados benefícios. Concedeu 6,86% para o salário mínimo (menos que a inflação), e para nós, 6,41%. A discriminação do governo do Partido dos Trabalhadores para com os ex-trabalhadores iniciada no governo passado, continua no seu governo. Será que vamos amargar mais quatro anos de tortura e desrespeito?
Presidente Dilma, os ex-trabalhadores e os trabalhadores atuais, futuros aposentados, esperam que a senhora dê um basta nesta situação e aproveite o seu governo para redimir o seu Partido com a classe acima citada, corrigindo as defasagens, extinguindo o maldito fator previdenciário e aplicando políticas públicas que possam dar dignidade aos aposentados e pensionistas, tirando-os da atual situação de penúria a que foram submetidos.
Espero que o próximo Dia do Trabalho possa ser verdadeiramente comemorado por todos nós, trabalhadores e ex-trabalhadores – aposentados e pensionistas – com uma motivação digna daquilo que nós merecemos, pelo tanto que fizemos pelo desenvolvimento deste país, quando da nossa vida ativa.
Oswaldo Colombo Filho, 1º de maio de 2011

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