sexta-feira, 20 de maio de 2011

Portugalidades

Olá!
Como prometido, eis três portugalidades que destaquei do livro "Cemitério dos Prazeres", de Pedro Boucherie Mendes, e que divido com você, estimadíssimo leitor. Os títulos são meus.



Acomodados
Uma empresa que vende telemóveis viu-se atacada por todo o lado porque uma cliente não se ficou, reclamou, chateou e não lhe largou as canelas por causa de um assunto que teria sido fácil de resolver se a dita empresa tivesse sido inteligente. O episódio saltou para a Internet e não deve haver português que desconheça o assunto. Este episódio revela aquilo que somos: uns acomodados que adoram que outros (no caso esta cliente) ataquem os fortes. Porque, de repente e por causa do que se soube, dezenas de pessoas vieram dizer que já tinham sido também maltratadas por esta mesma empresa. Só que nunca tinham feito nada. Claro.

Troco
O que é esta coisa de nos pedirem sempre moedas quando pagamos com notas? Tem cinco cêntimos, tem um euro e dez, tem dois euros e vinte? Por que é que os comerciantes não vão chatear outro comerciante com esta conversa? Se acontecesse de quando em vez, seria compreensível. Mas, em certos sítios, levamos diariamente com esta lengalenga como se o problema fosse nosso. Não é. Arranjem moedas e parem de nos aborrecer com isso, por favor.

Coitadinhos dos alunos
O que não se entende em reportagens sobre exames e estudantes é que o ponto de vista é sempre sobre a dificuldade e os pobres dos alunos. A narrativa oficial da nação é sempre do ponto de vista do paizinho preocupado. Mas ninguém se preocupa com a nação propriamente dita? Os exames são para serem feitos, ponto final. Devem ser exigentes, ponto final. Alguém que diga aos jovens e aos paizinhos que convém ser bom naquilo que fazem.
Textos: Pedro Boucherie Mendes, in "Cemitério dos Prazeres"
Edição: JP

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