terça-feira, 24 de maio de 2011

A presidenta pouco pacienta anda muito contenta


Miriam Rita Moro Mine
No português existem os particípios ativos como derivativos verbais. Por exemplo: o particípio ativo do verbo atacar é atacante, de pedir é pedinte, o de cantar é cantante, o de existir é existente, o de mendicar é mendicante... Qual é o particípio ativo do verbo ser? O particípio ativo do verbo ser é ente. Aquele que é: o ente. Aquele que tem entidade.

Assim, quando queremos designar alguém com capacidade para exercer a ação que expressa um verbo, há que se adicionar à raiz verbal os sufixos ante, ente ou inte.

Portanto, a pessoa que preside é PRESIDENTE, e não "presidenta", independentemente do sexo que tenha. Se diz capela ardente, e não capela "ardenta"; se diz estudante, e não "estudanta"; se diz adolescente, e não "adolescenta"; se diz paciente, e não "pacienta".

Um bom exemplo do erro grosseiro seria:
"A candidata a presidenta se comporta como uma adolescenta pouco pacienta que imagina ter virado eleganta para tentar ser nomeada representanta. Esperamos vê-la algum dia sorridenta numa capela ardenta, pois esta dirigenta política, dentre tantas outras suas atitudes barbarizentas, não tem o direito de violentar o pobre português, só para ficar contenta".
Por favor, pelo amor à língua portuguesa, repasse essa informação...
Miriam Rita Moro Mine - Universidade Federal do Paraná
Colaboração: Peter Wilm Rosenfeld

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4 comentários:

  1. Fontes:

    http://www.dicio.com.br/oficiala/
    http://migalhas.com.br/Gramatigalhas/10,MI33152,101048-Oficiala
    http://www.portuguesnarede.com/2007/12/oficial-ou-oficiala-de-justia.html

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  2. Há controvérsias (muitas).

    Presidenta, ainda que feio, é aceito pela maioria (talvez todos) dos melhores dicionários e gramáticas.

    Influência do feminismo provavelmente, mas a verdade é que a norma culta não mais considera presidenta como um erro. Ademais, "oficiala" e "fiscala", femininos de, respectivamente, "oficial" e "fiscal" também já são - pasmem! - aceitos por muitos gramáticos.

    Todavia, a explicação do professor acima é muito interessante. A ideologia (feminismo, no caso) muitas vezes perverte a linguagem.

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  3. Sabe, Vitor, tenho pensado nesta sua colaboração. Vou escrever algo mais "consistente" sobre esta polêmica...

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