domingo, 15 de maio de 2011

O cansaço dos bons aposentados do RGPS


José Cândido de Castro
Nós avaliamos nossas vitórias não pelo cansaço que elas nos acarretam, mas pelo BEM que elas nos garantem.
Assim, imortalizamos Jesus Cristo, não pela cruz que o sacrificou, mas pela glória da Ressurreição que Ele nos garantiu para sempre. Engrandecemos nosso Joaquim da Silva Xavier, o Tiradentes, não pela forca que o humilhou e vitimou, mas pela honra nacional que ele projetou no céu de nossa pátria, bem como iremos transformar o holocausto de nossos aposentados e pensionistas em bandeira e troféu da mais gloriosa luta cívica dos tempos do egoísmo dos modernos governantes e ditadores. Um companheiro de lutas, que, suponho tratar-se de um aposentado, mandou-me um recado para dizer-me que está cansado de ler o que escrevo porque escrevo, mas não digo o que é preciso fazer para resolver a questão dos aposentados. Ora bem, meu amigo, se escrevo é porque estou fazendo algo mais do que simplesmente dizendo. “verba volant, scripta manent”. As palavras voam, os escritos permanecem, dizem os sábios. E você, amigo, o que anda fazendo por seus companheiros de infortúnio? Criticando-os. Fácil não? Bem prega Frei Tomaz, fazei o que ele diz, mas não o que ele faz. Para o inteligente, poucas palavras dizem muito e, às vezes, até tudo o que é, preciso dizer. Para o lerdo, nem a maior verborragia do discurso é suficiente para persuadi-lo da verdade.
Por ocasião das eleições propus, insistentemente, que cada aposentado garantisse, pelo menos, cinco eleitores, entre seus familiares, que com ele e a favor dele votassem. Seria o suficiente para sairmos vitoriosos nas eleições e para mudarmos o rumo dos acontecimentos. Você agiu assim amigo, será que todos os aposentados foram suficientemente disciplinados para fazerem o mesmo? Parece que não porque perdemos as eleições e, com elas, a oportunidade de mostrarmos à nação ao que viemos e ao que estamos dispostos a por em prática para dizer não às injustiças e ao despotismo dos pretensos senhores deste mundo.

Aliás, a tarefa social mais complicada consiste em persuadir, já não digo os aposentados, geralmente mais idosos, mais conformados e apegados às próprias idéias, mas, até mesmo, grupos menores de pessoas, a pensar da mesma maneira quando se trata de obter a solução de um problema de interesse comum. Todos se julgam entendidos em tudo, em religião, em moral, em política, em economia, em medicina, em futebol, em sexo dos anjos, em aposentadorias, mas a verdade é que ninguém entende o suficiente para viver como se fosse numa ilha, independente de tudo e de todos, mas com a pretensão de impor aos demais sua ilha, perdida lá no oceano Pacífico, palco das modernas tsunamis com capacidade para devorar tudo, mas, às quais, sequer, chegou a palavra de Deus advertindo sobre a chegada dos fenômenos apocalípticos que se resumem a apenas um, ou seja, do enigmático fenômeno do FIM DOS TEMPOS. Afinal, o ÚNICO SER que entende de tudo e de todos é DEUS. No entanto é o menos consultado, o menos ouvido e seguido por ai. No Brasil mandam e pontificam o ‘deus’ Lula e a ‘deusa’ Dilma. Lula é Lula e Sarney, seu profeta. Dilma é Dilma, e seu oráculo é a turma do mensalão. Michel Temer é o herdeiro e, segundo o que anda noticiando a internet, ele mantém negócios íntimos com o PODER DAS TREVAS. Na terra do TIO SAM, Obama é doutor e o Pentágono, o mentor. Em Cuba, agoniza Fidel Castro, na Venezuela, esperneia Hugo Chaves, na Bolívia, Evo Morales planta cocaína, porque, como Júpiter, ele pretende, primeiro, enlouquecer o povo para, depois, reinar sozinho.
Você meu amigo, que está cansado de tanto me ler, bem que poderia mudar-se para a Bolívia com a missão de atear fogo nas florestas de cocaína, mas, sem se esquecer de deixar por aqui algum de seus familiares com a incumbência de incendiar os canaviais que estão tomando o espaço destinado ao plantio do arroz, do feijão e da banana, para garantir os alambiques da cachaça, importantes para o embirutamento popular e para incrementar os acidentes de trânsito que abastecem os cofres públicos com o dinheiro das multas.
Isto, além do mais, vai contra a política da bolsa família, porque, sem o arroz e o feijão, esta bolsa vai para o beleléu, até ao seu último grão. Não irá sobrar nada nem para os ratos, nem para os carunchos. A estas horas, o zeloso Ministro Mantega deve andar rondando as centrais de abastecimento, os supermercados, à espreita de algum esconderijo para garantir o prato, ao menos, para os super-ratos.
Um pouco mais acima, nos referimos aos que mandam neste mundo. Na verdade, são todas umas marionetes nas mãos do CHEFÃO que comanda, por enquanto, a CAMARILHA dos chefetes. Estava agora matutando com meus botões à busca de uma atividade que pudesse sugerir ao meu amigo que está cansado de me ler. Quem sabe se o amigo poderia dedicar-se à caçada do BODE PRETO. Não é difícil identificá-lo. Ele tem o hábito de andar à meia-noite, abrindo porteiras e passando escaramuças em quem tem a consciência pesada pela prática de algum crime. Tem cara de safado e de debochado. Usa chifres e cavanhaque. Por onde passa provoca muito barulho e fungação.
Os Judeus, na festa de expiação, expulsavam este bode para o deserto, depois de o terem carregado com todas as iniquidades e maldições de que queriam livrar o povo. É ele mesmo, em quem você está pensando. Ele não manda em nada nem em ninguém, mas provoca muita zoeira e desordem por onde passa. Este bode preto não é outro senão o próprio demônio. Para neutralizar as confusões que ele apronta basta servir a Deus, mas somente a Deus, porque ninguém serve a dois senhores. Deus é tudo para nós e não precisamos das lambujas dos despeitados e fracassados que vivem só para desejar o mal para os outros. Está ai, meu amigo, uma boa atividade que não cansa: FAZER O BEM, sem olhar a quem.
José Cândido de Castro
Professor, Uberlândia/MG.
Maio de 2011.
  
Nota:
A crônica do Professor Cândido (91 anos de idade) cabe a todos aqueles cidadãos em patente omissão aos seus direitos e deveres cívicos neste país. Nos mostra o autor um irrepreensível censo de cidadania e amor ao próximo, valores estes inerentes ao conceito prático de muitos, tão apenas da boca para fora.
Com sua experiência de vida nos mostra o caro amigo mineiro, que doutrinas negativistas em suas consequências extremas e não obstadas levam fatalmente à anarquia, isto é ao vácuo, ao nada social. A história humana tem experimentado isso dolorosamente. Nós aqui buscamos esclarecer e discernir voluntariamente a sociedade. Certamente tivemos que mudar a nós mesmos para buscar mudar o que nos rodeia. Pergunte a você se faz o mesmo.
O destrato aos aposentados do RGPS tem sido nossa causa, frisa-se os originários da iniciativa privada e que foram contribuintes, são sumariamente tratados como restos de um passado que a nação parece querer apagar.
A moralidade de um Congresso pedante neste dia revelou exatamente isto. Anunciaram-se aos quatro ventos e por vários dias, que hoje, finalmente, as Exas., e por expressa convocação do Presidente do Congresso, José Sarney avaliariam os vetos presidenciais de interesse dos contribuintes e ex-contribuintes do RGPS; mas, como em inúmeras ocasiões e na última hora deram-nos mais “um passa moleque”. Patifaria.
Assim, o texto do caríssimo professor tem a exata dimensão desde o seu título até a última palavra. Verifique, e saberá quanto vale a boa palavra na cabeça de um sábio.
Em cidadania o silêncio e ação mal utilizadas são virtudes de imbecis.
Oswaldo Colombo Filho, 11-05-2011
Brasil Dignidade

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