Nilo Fujimoto
O líder do Conselho Nacional de Transição (CNT) da Líbia, Mustafa Abdel Jalil, disse após a confirmação da morte do ditador Muamar Kadafi que a sharia(lei islâmica) deve ser a base para o novo governo da Líbia. “Qualquer lei que contradiga a sharia islâmica é nula e vazia, legalmente falando".
Irônicamente Jalil proclama a Líbia “oficialmente libertada”. Caiu o véu que escondia o verdadeiro rosto dos“Indignados” da “Primavera Árabe” contrariando o suposto movimento rumo à democracia propalado pelos governos do mundo inteiro – (ONU), OTAN e Obama que proporcionaram decisivo apoio militar – e , como não poderia deixar de faltar, pela mídia.
A nova era da “Líbia libertada”, democrática, pluralista e laica (sublinho laica) nasce sob a égide da execução sumária do ex-ditador sob o olhar complacente – e quem sabe cúmplice – do Ocidente. Sem julgamento, sem acusação, sem proporcionar os direitos basilares de qualquer democracia que preze caracterizar-se por tal: o Princípio do Contraditório e da Ampla Defesa.
Desse modo, – pelo dedo se conhece o gigante – os supostos defensores de uma “democracia” nascente expõem a substância de que são constituídos os elementos mais notórios dos rebelados: o islamismo radical.
Vai se delineando a figura de um gigante, que desde as gloriosas Cruzadas estava adormecido. Estará ele despertando numa “primavera”? “Qui vivra verra”, quem viver verá ou o tempo dirá.
Matéria recebida de Iracema Pedrosa
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