sábado, 22 de outubro de 2011

A grandeza de um piloto (Quem?)

Ayrton Senna e Nelson Piquet. Fotos: AD. Colagem: JP

José Eduardo Victor
Meus caros,
Faz 20 anos que Ayrton Senna conquistou o tricampeonato de F1, no GP do Japão, em Suzuka, no dia 20 de outubro de 1991. Meu Deus! Como o tempo é cruel, voa numa velocidade imperceptível, que escapa inexoravelmente do nosso sentido e que, quando nos damos conta, percorremos anos e anos de nossas vidas, ficamos mais velhos - e mais experientes porque só o tempo ensina -, e na lucidez do momento vimos com clareza meridiana os erros e acertos nesta que chamamos de convivência terrena em um planeta maravilhoso como o nosso.
Ayrton Senna da Silva foi um piloto completo. Decidido, arrojado e admirado no mundo todo, tirava o máximo dos carros que pilotava e, mesmo com um carro inferior ao dos rivais, ganhava corridas - e fazia as poles - de forma espetacular fazendo das manhãs de domingo, um acontecimento feliz de júbilo e regozijo para todos os brasileiros (ou pelo menos quase todos, porque sabemos que sempre existem os alienígenas, caras pálidas, indiferentes ao que passa ao redor).
Naquela temporada, depois de uma disputa fantástica travada com Niguel Mansell durante o ano, com a ascendente Williams - era o melhor carro da F1 a partir de 1991 e ficou imbatível em 1992 -, Senna viu o inglês abandonar o GP logo no início da prova assegurando ao brasileiro a conquista com tranquilidade da prova e do tricampeonato, mas que teve a grandeza de, na última volta permitir-se dar um presente para o companheiro de equipe Gerhard Berger, abrindo-lhe o caminho para chegar em primeiro e fazerem a festa juntos no pódio.
Foi naquele ano que aconteceu a vitória épica de Senna no Brasil, a segunda do calendário, quando cruzou a linha de chegada com apenas a sexta marcha de sua McLaren. O tricampeonato de Senna representou, sob dois aspectos, emblemático, foi seu último título na F1 e o oitavo e último conquistado pelo Brasil na categoria. Ficamos e estamos num jejum de 20 anos. Na última década é a Alemanha, com Schumacher e agora Vettel, é que está fazendo a festa na F1, para regozijo dos alemães. Abraço a todos e bom fim de semana.
José Eduardo Victor 

Plínio Sgarbi
José Eduardo,
Uma observação, quando escreveu que Senna "mesmo com um carro inferior ao dos rivais, ganhava corridas". Só por uma temporada apenas, quando Senna estava na Toleman, aí sim, ele teve um carro inferior e não ganhou corridas na Toleman. Nas demais temporadas, na Lotus o carro era muito bom mas não era o melhor como a McLaren, que Senna passou a pilotar logo a seguir. E quando a Williams superou o domínio da McLaren, Senna disse que pilotaria a Williams até mesmo de graça - Senna então foi contratado pela Williams, mas Senna não contava com a evolução de um piloto alemão, chamado Michael Schumacher, pilotando uma modesta "Benetton" que começou a colocar pressão em cima de Senna nas corridas. Note que no acidente fatal de Senna, em Monza, Schumacher vinha logo atrás.
Quando o Senna não ganhava nada todos torciam para o Piquet... aí o Senna fez um bom contrato e virou o maior piloto, claro, com a promoção "global" e com muita publicidade do Galvão Nojento Bueno, o cara que tinha parceria comercial com Senna.
Diferente de Senna, Piquet sim, com um carro bem inferior, ganhou dois campeonatos como piloto da Brabham.
Piquet começou na Fórmula 1 no GP da Alemanha de 78, com um Ensign. Disputa as três corridas seguintes por uma minúscula equipe, a BS Fabrication, com um McLaren M23, com o qual Emerson vencera o Mundial de 74. Nos GPs da Áustria e Holanda ele correu apenas 18 voltas mas inspirou uma frase do chefe da equipe: "Eu corto o meu pescoço se ele não se tornar um campeão".
Nesta altura, Bernie Ecclestone já tinha resolvido contratar Piquet para a Brabham. Quer dizer, contratar é maneira de dizer: Ecclestone não pagaria nenhum salário a Piquet, a não ser as despesas de viagem. Em troca, exploraria os espaços do seu macacão, o que rendeu a Bernie cerca de US$ 300 mil. Como Piquet sobrevivia na Europa? Acredite se quiser: dormindo nos caminhões da equipe e negociando carros usados, que ele arrematava em leilões e depois dava uma guaribada.
Nós tivemos 3 dos maiores pilotos da história da F1- Respeito as opniôes/preferências, mas Eu era mais Nelson Piquet - sem marketing, sem o apoio de mídia, sem nada... Piquet, um piloto fruto do conhecimento total do carro, do automobilismo, da técnica, da audácia.
Veja no vídeo abaixo o Queridinho do Galvão "tomando"... o Piquet ainda mostrou o dedo, pois o Senna era retardatário e queria ferrar a corrida de Piquet.


Jacarepaguá 1982 - Gilles Villeneuve X Nelson Piquet - no vídeo abaixo, um dos maiores pega da Formula 1, Villeneuve, considerado o mais arrojado e "louco" piloto de todos os tempos, não aguentou a pressão de Piquet e acabou errando.


Piquet, que nunca tem medo ou receio de falar o que pensa, veja no vídeo abaixo a resposta que Piquet deu a um repórter meia boca, que baseia a sua pergunta no senso comum e que não analisa a história.

Abraços,
Plínio Sgarbi

2 comentários:

  1. José Eduardo Victor,


    PERFEITO. DISSE TUDO E MOSTROU TUDO.


    Meu velho, é por essas e outras que eu sou Piquet Futebol Clube.

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  2. (corrigindo:)



    Grande Plínio Sgarbi


    PERFEITO. DISSE TUDO E MOSTROU TUDO.


    Meu velho, é por essas e outras que eu sou Piquet Futebol Clube.

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