sábado, 29 de outubro de 2011

That is the world where we live – Este é o mundo em que vivemos.


Arlindo Duplo
O melhor momento da vida humana é quando se dorme, afastados de uma realidade que não é sempre perfeita em nossas mentes, sabendo que enquanto alguém ri, outro chora, enquanto alguém vive, outro morre, enquanto alguém se diverte, outro sofre, isso quando nós mesmos não nos sentimos assim conjuntamente na desordem do que queremos como sendo perfeito, melhor para nós, dádiva que não cabe a nós a decisão. Até o mais insensível dos humanos sente isso, queira ou não, faça ou não, demonstrar.
O corpo se alimenta de alimentos, seja ele ar, água ou comida, à mente se alimenta de sentimentos, e estes são vários e misturados em uma babel que foge ao nosso controle e por isso só temos paz ao dormir, ou nem mesmo sempre sendo assim quando em pesadelos que nos trazem dormindo à cautela da mente. Se estivermos acordados sentimos e enxergamos nossos temores, nossas esperanças, nossas realizações e fracassos e tudo que, misturado, nos faz inseguros do depois, daquele segundo que precede o momento vivo onde não sabemos também até quando vai durar. E quem será diferente, capaz de regular tudo isso ao bel-prazer e vontade? Ninguém.
E vivemos todos, pretos, brancos, amarelos, vermelhos, miscigenados, no mesmo mundo e sentindo iguais mesmo na diferença individual do grau ou teor, humanos, gente, corpos e mentes, uns fazendo o que se diz ser o certo, outro o errado,sem podermos parar, modificar, porque no fundo somos parte de uma engrenagem que gira, cobre-se de sombras e de luz em ciclos certos e alternados como a nos mostrar nossa própria natureza que é a dele, o sol e a noite, o acordado e o dormindo, dois sendo um só. Logo o sol nascerá, logo alguém nascerá, logo alguém morrerá, logo a noite vai chegar. Interlúdios fatais de uma cruel verdade que se pinta de bela e nos ilude e confunde. This is the world where we live.
Título e Texto: Arlindo Duplo, 29-10-2011
Meditando à beira mar, foto: Afonso Matias, 02-07-2007

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