Vítima não resistiu aos
ferimentos e morreu no local
Uma mulher teve o celular
roubado
Testemunhas reclamam da falta
de segurança e dizem que bandidos pretendiam fazer arrastão
Renata Monti
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Corpo de homem atropelado por
motoqueiros fica caído na pista do Aterro: área estava fechada para o lazer.
Foto: Paula Giolito/Agência O Globo
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Testemunhas do crime relataram
que o bando ultrapassou a barreira de cones instalada no início do Aterro,
sentido Zona Sul. Em alta velocidade, ziguezaguearam na pista, tentando furtar
pertences de atletas e pessoas que caminhavam pela área de lazer, fechada nos
fins de semana. Ao chegarem na altura do número 300, no Catete, uma das motos
atingiu por trás o pedestre e outras duas teriam derrapado na pista. Com isso,
a tentativa de arrastão foi frustada. Os próprios atletas tentaram socorrer a
vítima, enquanto outros correram para conter os integrantes da gangue, que
pararam mais à frente.
— Os caras vieram doidões, sem
capacete, gritando. Não havia policiamento no local. Tivemos que fazer o papel
da polícia e conter os bandidos com nossas próprias mãos — lamentou o analista
de sistemas Sérgio Ladaney, que corria na pista no momento do acidente.
Em nota, a Polícia Militar
informou que não houve arrastão no Aterro. De acordo com a corporação, “cinco
motociclistas invadiram a pista e atropelaram um senhor. Uma equipe de
policiais que estava próxima ao local consegui identificar o atropelador, e o
levou até a 12ª DP”. Ainda de acordo com a nota, a PM disse que o “2º BPM
realiza policiamento com apoio de militares recém-formados no Aterro do
Flamengo e na enseada de Botafogo, realizando patrulhamento pela ciclovia com
quadriciclo e a pé”.
Quatro menores, todos com 16
anos, foram segurados à força pelos atletas, enquanto a polícia foi acionada.
De acordo com o grupo, na hora do arrastão, somente um guarda municipal estava
no local e a ambulância demorou cerca de 40 minutos para chegar no ponto do
acidente. Eles reclamaram da falta de policiamento no Aterro, não só nos fins
de semana. Em nota, os Bombeiros informaram que o chamado para a ocorrência foi
registrado às 8h25m no quartel do Catete, através do telefone 193, e a equipe
de resgate chegou ao local às 8h29m.
— É triste ver que uma área de
lazer como essa é invadida por um grupo em alta velocidade e nem Guarda
Municipal, nem polícia, vê isso. O Aterro está abandonado, a violência está
aqui todos os dias, com inúmeros assaltos — criticou o ciclista Luiz Antônio
Freitas.
Em meio à aglomeração de
pedestres na pista, frequentadores do Aterro reclamaram, ainda, da falta de
grades de bloqueio para veículos motorizados, o que facilita a entrada de
invasores no fim de semana. De acordo com a dona de casa Maria Bastos é comum
ver carros circulando pelo trecho irregularmente.
— Isso aqui é terra de
ninguém. Todo mundo pode fazer o que quiser, pois não há fiscalização, embora
haja inúmeros pedidos da população para reforçarem a segurança. Tenho medo de
vir aqui com a minha filha, de 4 anos.
Segundo o gerente de projetos,
Pablo Nogueira, frequentador da área, há diversas barracas de moradores de rua
espalhadas pelo parque. Usuários de drogas preocupam os frequentadores, que
dizem existir uma cracolândia na altura do número 350.
— O Aterro está cada vez mais
perigoso. Temos assaltos, usuários de drogas e até uma cracolândia a céu
aberto. Mas o cidadão de bem, que vem passear com a sua família parece não ter
o direito de frequentar o parque com tranquilidade — criticou a arquitetura
Marcela Santos.
Título e Texto: Renata Monti, O Globo, 01-9-2013
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