
O caso de Pacheco Pereira é
sintomático, mas, em boa verdade, cansativo. O deslize do ferreira-leitismo
para o louçãnismo mais extremista só não é, politicamente falando, mais grave
porque o mesmo resultou do imenso despeito pessoal com que Pacheco olha os
patos bravos que, actualmente, dirigem o PPD passista. Pacheco é um caso
perdido, daí que não valha a pena gastar muita tinta com o sábio da Marmeleira.
Mais preocupantes são os casos
de Ferreira Leite, Bagão Félix, e António Capucho, entre outros, pelo
revanchismo pútrido que denotam. Há, neste regime, uma linha vermelha que
qualquer governo, seja de direita ou de esquerda, jamais poderá ultrapassar: a
linha dos direitos adquiridos. Por outras palavras, se alguém ousa tocar nas
prebendas e nos privilégios dos profissionais políticos que vivem
"disto" há já vários anos, cai o carmo e a trindade.
É assim que funciona a
democracia abrileira: muitas palmadinhas nas costas, pensões altíssimas para
quem passa a vida a dizer que a austeridade mata, e muito ódio aos yuppies que,
desafortunadamente, e por falta de alternativas mais interessantes, foram
obrigados a tomar conta do imenso desaforo criado por estes heróis da causa
pública.
Em resumo, muita parra e pouca
uva. E é assim, deste modo cavernoso e vingativo, com muitos avisos e
desinformações dos pensionistas da República, que Portugal vai afrontando a
batuta confiscatória da Maria Luís, engolindo taxas, IVAs a 20 e tal por cento,
e insolvências a mil e tal à hora. Um país, como se vê, frequentável.
Título e Texto: João Pinto Bastos, Estado-Sentido,
28-12-2013
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