sexta-feira, 7 de fevereiro de 2014

Civilização ou barbárie?

Cesar Maia           
1. Comecemos pela capa do jornal EXTRA de ontem, 06-02-2014. Extra é o jornal de maior circulação no Rio e o segundo maior do Brasil. Pertence ao sistema Globo. Veja a capa.

         
2. As execuções abertas têm retornado ao noticiário no Rio. Duas ganharam maior destaque nestes últimos dias porque foram filmadas, além de fotografadas: a) um delinquente amarrado a um poste e linchado; b) execução de outro delinquente mostrada acima. Mas os casos de execução crescem. Os mais comuns são descritos como dupla de pistoleiros na garupa de motos, executando pessoa ou pessoas em carro ou num certo local. E outras coreografias macabras.
           
3. Tem ocorrido em vários estados. Não se trata apenas de realizar as necessárias investigações policiais para identificar os responsáveis, prendê-los e puni-los na forma da lei.
           
4. Sociólogos urbanos, analistas das polícias, promotores da área do crime, jornalistas que cobrem esta área... enfim, profissionais aparelhados para entender situações como essas, devem mergulhar fundo – e já – e levantar hipóteses e buscar razões. Essas é que permitirão interromper essa dinâmica de barbárie, reestabelecendo a civilização.
5. O que surpreendeu nos dois casos citados para o Rio é que as execuções não foram feitas nem por policiais, nem por traficantes, nem por milícias. São reações de “para-delinquentes” que se arvoram a fazer justiça com as próprias mãos ao sentirem que há um vazio de policiamento ostensivo e que os vizinhos se sentem desprotegidos e submetidos à saga da delinquência. E não surpreende que pessoas diversas aplaudam a barbárie (como este blogueiro) como se fosse uma alternativa de proteção.
           
6. Urge que especialistas se dobrem sobre tais casos e procurem entender quais as razões e as suas dinâmicas, antes que a “justiça com as próprias mãos” entre vizinhos ou transeuntes passe a ser sistemática e ganhe o cotidiano do noticiário com assombrosas declarações de apoio.
           
7. Falta muita coisa além de policiamento. Falta autoridade, o que estimula a impunidade dos delinquentes e de seus executores.
Título e Texto: Cesar Maia, 07-02-2014

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