sexta-feira, 8 de julho de 2016

[Estórias da Aviação] Antipático Pavarotti

Heitor Volkart
Era julho de 2000, os voos diários para Frankfurt não davam conta da demanda, então conseguimos três frequências semanais para Munique, de B-767, pois os 747 estavam sendo devolvidos e o MD-11 fazia FRA e outras cidades na Europa.

Por falar alemão, fazia estas rotas (FRA e MUN) como Chefe de Equipe.

Ao me apresentar para o voo GRU/MUN no DO fui informado que os Três Tenores estariam na Primeira Classe. Retornavam à Europa após uma apresentação no Estádio do Morumbi, São Paulo e em Porto Alegre.


Tudo transcorria normalmente, o Domingos e o Carrera, muito simpáticos, tiraram fotos com a tripulação, ao contrário do Pavarotti, que não saiu de sua poltrona e não recebeu ninguém.

Quando faltando aproximadamente quatro horas para o pouso, fui chamado pois Pavarotti queria tomar o café da manhã com as luzes acesas e música, lhe expliquei que as normas eram servir o café duas horas antes da chegada, até por consideração aos demais passageiros, que dormiam, estávamos lotados, mas que lhe serviríamos sim o breakfast, com a sua luz individual, ele aceitou.

Ao desembarcar com uma grande tromba, só fez um aceno com a cabeça, enquanto os outros até com aperto de mão se despediram. 

À noite fomos festejar na Cervejaria HB, talvez a maior da Alemanha, entre um chopp (um litro em caneca de vidro) e outro, algumas Bratwursts com Kartofeln Salad, música ao vivo, muita alegria, muito bom.

No dia seguinte, um dia de sol de verão na Baviera, fizemos um tour a Schwangau, onde fica a Estrada dos Namorados, visitar o Castelo de Neuschwanstein e um teatro próximo com um lindo jardim, que Luiz II construira, no século XIX, para ouvir música com os amigos e seu namorado o grande compositor alemão Richard Wagner. 


Ele, Luiz II, foi encontrado morto em um riacho, próximo ao Castelo, com menos de um metro de profundidade, enquanto ele tinha 1,90m.

A História diz que ele estava delapidando todas as riquezas da Alemanha. No Castelo, os lustres com pedras preciosas brasileiras, esmeraldas, rubis, diamantes com dez centímetros de diâmetro e as pinturas de franceses famosos, mostram uma extravagância.

Belíssimo tour, sugiro no verão.
Saudades! Do Pavarotti não, mas de Munique sim!
Abraços.
Texto: Heitor Volkart, 7-7-2016

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Um comentário:

  1. Eu também estive lá na Baviera logo que a Varig me dispensou! Eu achei que a morte do Luizinho foi um crime homofóbico! Mas o relato está muito bom. Alberto José

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