Heitor Volkart
Era julho de 2000, os voos
diários para Frankfurt não davam conta da demanda, então conseguimos três
frequências semanais para Munique, de B-767, pois os 747 estavam sendo devolvidos
e o MD-11 fazia FRA e outras cidades na Europa.
Por falar alemão, fazia estas rotas
(FRA e MUN) como Chefe de Equipe.
Ao me apresentar para o voo
GRU/MUN no DO fui informado que os Três Tenores estariam na Primeira Classe. Retornavam
à Europa após uma apresentação no Estádio do Morumbi, São Paulo e em Porto
Alegre.
Tudo transcorria normalmente,
o Domingos e o Carrera, muito simpáticos, tiraram fotos com a tripulação, ao
contrário do Pavarotti, que não saiu de sua poltrona e não recebeu ninguém.
Quando faltando
aproximadamente quatro horas para o pouso, fui chamado pois Pavarotti queria
tomar o café da manhã com as luzes acesas e música, lhe expliquei que as normas
eram servir o café duas horas antes da chegada, até por consideração aos demais
passageiros, que dormiam, estávamos lotados, mas que lhe serviríamos sim o breakfast, com a sua luz individual, ele
aceitou.
Ao desembarcar com uma grande
tromba, só fez um aceno com a cabeça, enquanto os outros até com aperto de mão
se despediram.
À noite fomos festejar na
Cervejaria HB, talvez a maior da Alemanha, entre um chopp (um litro em caneca
de vidro) e outro, algumas Bratwursts
com Kartofeln Salad, música ao vivo,
muita alegria, muito bom.
No dia seguinte, um dia de sol
de verão na Baviera, fizemos um tour a Schwangau,
onde fica a Estrada dos Namorados, visitar o Castelo de Neuschwanstein e um teatro próximo com um lindo jardim, que Luiz II construira,
no século XIX, para ouvir música com os amigos e seu namorado o grande compositor
alemão Richard Wagner.
Ele, Luiz II, foi encontrado
morto em um riacho, próximo ao Castelo, com menos de um metro de profundidade,
enquanto ele tinha 1,90m.
A História diz que ele estava
delapidando todas as riquezas da Alemanha. No Castelo, os lustres com pedras
preciosas brasileiras, esmeraldas, rubis, diamantes com dez centímetros de
diâmetro e as pinturas de franceses famosos, mostram uma extravagância.
Belíssimo tour, sugiro no
verão.
Saudades! Do Pavarotti não,
mas de Munique sim!
Abraços.
Texto: Heitor Volkart, 7-7-2016
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Eu também estive lá na Baviera logo que a Varig me dispensou! Eu achei que a morte do Luizinho foi um crime homofóbico! Mas o relato está muito bom. Alberto José
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