sexta-feira, 10 de novembro de 2017

Carta Aberta a Jerónimo de Sousa

Cristina Miranda

Caro Jerónimo,

Soube que esteve eufórico a comemorar os 100 anos do Comunismo essa maravilha de ideologia que matou mais 100 milhões de pessoas no passado e ainda mata no presente. Sei que o seu entusiasmo o levou a dizer que foi o “maior acontecimento do século XX” e a ele “devemos os direitos laborais, mas provavelmente por ignorância ou cegueira ideológica – não o culpo – o único mérito que trouxe foi a apropriação dos bens privados, recorrendo ao saque violento e mortífero em nome dessa Revolução deixando povos na miséria a morrerem de fome para pôr em prática a doutrina de Marx, um fiasco Mundial. Nem sequer os direitos laborais nasceram do comunismo porque antes do nascimento do comunismo, em 1917, já em 1802 nascia a Primeira Lei de trabalho do REINO UNIDO; em 1831 nasciam as Primeiras regulações nos ESTADOS UNIDOS; em 1841 nascia a Primeira Lei de Trabalho de FRANÇA; em 1859 nasciam as Primeiras regulações no extinto Império AUSTRO-HÚNGARO; 1869 nasciam as Primeiras regulações na ALEMANHA; em 1867 nasciam as Primeiras regulações em PORTUGAL; em 1877 nasciam as Primeiras regulações na SUÍÇA; 1886 nasciam as Primeiras regulações em ITÁLIA; 1892 nasciam as Primeiras regulações na SUÉCIA e DINAMARCA; 1902 nasciam as Primeiras regulações em ESPANHA. Nem sequer o direito ao voto da mulher foi conquista vossa: foi introduzida na Constituição por Salazar. As vossas conquistas foi acoplarem-se aos governos reivindicando regalias para as corporações e elites.

Escolheu o Coliseu para os festejos num país capitalista de mercado livre. Mas deveria ter escolhido fazê-lo na Ucrânia, na China ou na Rússia junto com os povos que sentiram e respiraram esse “Sonho de um Mundo Novo” onde a Revolução está tão viva nas suas memórias que uns baniram por completo o comunismo, os outros nem sequer o festejam como sinal de vergonha. Sim, camarada Jerónimo, a Revolução de Outubro está viva, tão viva que por onde ela passou deixou um rasto de revolta e dor que o tempo jamais apagará. Nem mesmo os que o viveram cá, no Verão Quente, felizmente por breve período, o esquecerão tão cedo.

Não! nós Mundo não decretamos a morte ao Comunismo. Foi ele que morreu sozinho nas terras onde nasceu e foi enterrado lá por quem a ELE SOBREVIVEU. Vive ainda por cá porque ser comunista num país capitalista é uma doce utopia que não aleija. Só engorda os incautos.

E não! camarada, o Comunismo não é nem nunca será compatível com a democracia porque defende o totalitarismo do Estado e em ditadura ninguém é livre. É assim na Coreia do Norte que tanto elogia, na Venezuela que tanto admira, em Cuba que tanto louva. Mas onde nunca nenhum de vós sentiu desejo de permanecer. Como conseguem resistir a esses países idílicos onde vosso sonho está vivo?

Pare de dizer que fascismo é antagónico ao comunismo se ambas são correntes da ideologia marxista. Branquear a História e criar pós-verdades não altera os factos. São ambos “filhos da mesma mãe”. Lamento.

Quer a Revolução Socialista em Portugal? Esqueça! Ela jamais virá! Porque o povo português conhece Holodomor, Auschwitz, os Gulags, o Verão Quente, tem descendentes na Venezuela e acompanha o que se passa em Cuba e na Coreia do Norte. Pode ser ainda iletrado, mas não é estúpido. Muito menos esquecido. Temos pena. 
Título e Texto (e Marcações): Cristina Miranda, Blasfémias, 10-11-2017

Vítima do Holodomor numa rua da cidade ucraniana de Kharkiv. Essa fotografia foi tirada por um cooperante alemão, em 1932.

Um comentário:

  1. EM 1989 NA EUROPA DO LESTE E NA RÚSSIA OS BANDIDOS COMUNISTAS FORAM DERRUBADOS EM UM DIA, COMO COVARDES BUNDAS MOLES! SÓ SOBROU O IMBECIL DE JERÓNIMO EM PORTUGAL!

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