Alberto José
Em 1970, fui escalado para um voo no HS-748 com destino a São Luis. O
outro Comissário era mais antigo, e me avisou que não iria fazer nada pois
tinha que ver como eu trabalhava sozinho.
Em uma das escalas, o Despachante me chamou dizendo que o chefe do escritório
queria falar comigo. Ele me deu um envelope com cerca de (atualmente) R$ 2 mil
para entregar na Contabilidade em CGH. O colega viu e perguntou o que eu havia
conversado com o funcionário. Expliquei que estava levando numerário para a
Contabilidade CGH. Ele pediu o envelope e eu recusei entregar.
Em São Luis, ele foi falar com o Comandante, que mandou que eu entregasse
o envelope. Desconfiado das atitudes desse colega, na Casa de Pernoite dormi na
varanda para não ficar no mesmo quarto.
No retorno para CGH, tentei ligar a música de bordo e não encontrei o
aparelho toca-fitas do avião. Ao perguntar, ele respondeu que alguns dos HS-748
não tinham o aparelho. Três meses depois, já no Electra, eu estava pernoitando
no hotel quando recebi chamada telefônica do RIO: "Alô, Alberto José, aqui
é (...), Gerente da DSB. O que você fez com o dinheiro que você recebeu no voo
tal?" Expliquei que o Comandante mandou deixar o envelope com o outro
colega.
Depois eu soube que o representante do fabricante do toca-fitas, que
estava na moda em São Paulo, recebeu um aparelho com pedido para colocar a
voltagem em 127 Volts e, estranhando o pedido, checou o número de série, ligou
para a Varig e foi constatado que o toca fitas fora furtado do Avro e o pedido
de conserto estava em nome do mesmo colega que sumiu com o numerário da
Contabilidade!
Título e Texto: Alberto
José, 19-2-2019
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