Forças isoladas se dispersam e
ao final tornam-se fracas. Pouco adianta uma pessoa solitária gritar por
justiça e direito; seu grito pode até ser ouvido a quem endereçado, mas bate
fraco nas autoridades que se farão de moucos; “uma andorinha só não faz verão”.
Tampouco vozes dissonantes e distantes serão ouvidas, falta a elas a
convergência uníssona.
Nós ex-trabalhadores da Varig
- muitos agora aposentados do Aerus e os que ainda têm esse direito - enquanto
estávamos na ativa tínhamos nossas associações, tínhamos a APVAR, a AMVVAR, a
ACVAR que eram canais de reivindicações. E funcionavam muito bem porque numa
associação as vozes não se dispersam e têm, portanto, força e poder de
barganha.
Hoje já não temos mais essas
associações para tratativas com a Varig, pois esta jaz morta por culpa de
imbecis. Mas, temos a questão da indenização da DT à que a ex-Varig faz jus e,
como sabemos, está demorando muito a que haja uma definição, e nos perguntamos:
quando vem esse dinheiro, qual o montante, a quem é destinado prioritariamente,
etc., etc.
É claro que há pessoas e
instituições jurídicas cuidando disso e estamos torcendo a que cheguem a um
final justo. Mas, por outro lado, apesar de a Varig não existir mais, há o
Aerus que congrega milhares de pessoas que usufruem da tutela antecipada que a
União repassa por força da Justiça ao Instituto. No entanto, está sob
intervenção e, por isso, a incerteza de sua subsistência se o dinheiro da
indenização não aparecer já.
Sabemos que o Aerus tem
direito a uma quantia considerável e é premente que haja um acordo com a União
para se evitar mais delongas judiciárias. Nossas vozes por justiça e
reivindicações têm que ser canalizadas e potencializadas que só se dará através
de uma associação. A associação que pode desempenhar este papel é a APRUS.
O interventor do Aerus
desempenha seu papel de liquidante e não é tarefa dele a revitalização do
Instituto. Mas nós aposentados queremos uma sobrevida do Aerus. A APRUS pode
ser um meio para que isso aconteça, interferindo e participando das tratativas
com as autoridades envolvidas na solução da questão da DT e mantendo um bom
diálogo aberto com o interventor do Aerus, contribuindo, assim, para um
gerenciamento, por parte dele, que não seja prejudicial a nós.
Quanto mais associados a APRUS
tiver mais representatividade e força terá. Pense nisso você que é aposentado e
você que contribuiu para o Aerus e não pôde se aposentar e que tem esse
direito. A contribuição de 30 reais mensais pode fazer a diferença para
reavermos nossos proventos em definitivo.
Nós gritamos muito através das
redes sociais e pouco contribuímos efetivamente, nossas vozes ecoam no vazio.
Mas, se fizermos isso através de uma associação, contribuindo monetariamente
para que haja recursos para proceder a eventuais representações judiciais em
prol de nossos direitos, aí teremos mais chances de sermos ouvidos.
Título e Texto: Valdemar Habitzreuter, 27-2-2019
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