Almir Papalardo
Prezados Senhores
Parlamentares:
Uma terça parte de aposentados
do INSS terrivelmente prejudicada, correspondendo aproximadamente a dez milhões
de ex-trabalhadores segurados do RGPS, desesperados e desesperançados pelo
massacre que vêm sofrendo por parte de equipes econômicas mais confusas que
criativas, fazem uma desesperada e surpreendente proposta ao Congresso
Nacional, como tábua de salvação, para tentar evitar o catastrófico naufrágio
que ameaça já há duas décadas a frágil embarcação condutora das suas efêmeras
aposentadorias!
Como é sabido esses
discriminados aposentados que garantiram com suas maiores contribuições ao INSS
uma aposentadoria superior ao valor do salário mínimo, estão com seus
benefícios sendo corrigidos por três governos sucessivos com um índice menor de
aumento, vitimados pelo esquisito aumento dos aposentados com dois percentuais
diferentes! O aposentado por ter se afastado do mercado de trabalho, realmente
não pode pretender nivelar-se ao trabalhador da ativa, não pode querer
isonomia, mas, também não pode, ter seus benefícios diminuídos! Artigos da
Constituição de 1988 e Estatuto do Idoso de 2003 que garantiam ao aposentado e
a pensionista a manutenção do seu poder aquisitivo, não foram respeitados com a
covarde, desleal e criminosa desvinculação da correção das Aposentadorias
versus reajuste do Salário Mínimo!!
Com este critério confuso e
injusto o aposentado detentor de uma aposentadoria melhorada já arca com uma
rapinagem feita nos seus benefícios, uma defasagem brutal e inimaginável!! Para
ratificar esta acusação, cito o meu próprio exemplo: Me aposentei com OITO
salários mínimos, e hoje, com um pedido desesperado de SOS, recebo apenas três
pisos... com um amedrontador fantasma anunciando que o meu benefício,
proximamente, será reduzido para apenas um salário mínimo!! Que barbaridade...
Com a Reforma da Previdência
que poderá ser aprovada os aposentados e pensionistas tinham esperanças e
ilusão de que tal "Aposentadocídio", contra velhos fragilizados e
indefesos, seria anulado, mas, caímos na real ante a inviabilidade dura e
evidente na proposta apresentada no Congresso Nacional! Até porque, a intenção
do governo não é aumentar proventos e sim, diminuí-los, até onde for possível.
Um balde de água fria nas
pretensões mais do que justas dos milhões de aposentados já próximos do fim, e
um pesar "in-memoriam" a outros tantos milhões de aposentados que já
partiram para o outro lado da vida, sem verem os seus direitos adquiridos
despertando algum interesse para serem analisados! Como derradeira tentativa de
ainda serem agraciados pela justiça negada enquanto vivem, os aposentados
prejudicados, fazem uma derradeira e desesperada proposta ao Congresso
Nacional:
Corrijam nossas aposentadorias ao mesmo nível de salários mínimos que
tínhamos no início! Não se preocupem em saber de onde virão os recursos para
atender tal proposta! Os próprios aposentados lhes indicarão a fonte que irá
originar estes recursos. Já se tornou quase impossível corrigir tamanha
indecência criada pelos próprios Poderes Públicos, que criaram a barbárie de
atualizar os proventos da iniciativa privada com dois percentuais diferentes,
mesmo sendo todos os segurados pertencentes a um mesmo Regime! Com o passar dos
anos, como uma bola de neve descendo ladeira abaixo, tornou-se um nó insolúvel
e quase impossível de desfazer! Os
aposentados como intermediadores de seu próprio desencanto, propõem serem
descontados mensalmente em 8% nos seus benefícios, como se voltassem a
contribuir normalmente para o INSS. Voltando a contribuir para a Previdência, o
que nunca deveria ter sido abolido, eles estarão pagando as suas próprias
aposentadorias, tirando as preocupações e cruéis recusas dos governos em achar
a fonte para suprir as verbas necessárias. Para tirar a má impressão de um
primeiro impacto, analisemos: Mais vale perder 8% da nossa surrupiada
aposentadoria, JÁ CORRIGIDA, para o
mesmo número de salários mínimos que tínhamos no início, do que termos um
desconto oculto, mas verdadeiro e cruel, de
mais de 80%, percentual correspondente a defasagem que nos empurram
goela abaixo desde o ano de 1998!
Com a palavra as cabeças
pensantes do Congresso...
Título e Texto: Almir Papalardo, 27-2-2019
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