quinta-feira, 28 de fevereiro de 2019

[Coluna do Almir] Proposta para uma Reforma da Previdência mais realista

Almir Papalardo

Prezados Senhores Parlamentares:

Uma terça parte de aposentados do INSS terrivelmente prejudicada, correspondendo aproximadamente a dez milhões de ex-trabalhadores segurados do RGPS, desesperados e desesperançados pelo massacre que vêm sofrendo por parte de equipes econômicas mais confusas que criativas, fazem uma desesperada e surpreendente proposta ao Congresso Nacional, como tábua de salvação, para tentar evitar o catastrófico naufrágio que ameaça já há duas décadas a frágil embarcação condutora das suas efêmeras aposentadorias!

Como é sabido esses discriminados aposentados que garantiram com suas maiores contribuições ao INSS uma aposentadoria superior ao valor do salário mínimo, estão com seus benefícios sendo corrigidos por três governos sucessivos com um índice menor de aumento, vitimados pelo esquisito aumento dos aposentados com dois percentuais diferentes! O aposentado por ter se afastado do mercado de trabalho, realmente não pode pretender nivelar-se ao trabalhador da ativa, não pode querer isonomia, mas, também não pode, ter seus benefícios diminuídos! Artigos da Constituição de 1988 e Estatuto do Idoso de 2003 que garantiam ao aposentado e a pensionista a manutenção do seu poder aquisitivo, não foram respeitados com a covarde, desleal e criminosa desvinculação da correção das Aposentadorias versus reajuste do Salário Mínimo!! 

Com este critério confuso e injusto o aposentado detentor de uma aposentadoria melhorada já arca com uma rapinagem feita nos seus benefícios, uma defasagem brutal e inimaginável!! Para ratificar esta acusação, cito o meu próprio exemplo: Me aposentei com OITO salários mínimos, e hoje, com um pedido desesperado de SOS, recebo apenas três pisos... com um amedrontador fantasma anunciando que o meu benefício, proximamente, será reduzido para apenas um salário mínimo!! Que barbaridade...

Com a Reforma da Previdência que poderá ser aprovada os aposentados e pensionistas tinham esperanças e ilusão de que tal "Aposentadocídio", contra velhos fragilizados e indefesos, seria anulado, mas, caímos na real ante a inviabilidade dura e evidente na proposta apresentada no Congresso Nacional! Até porque, a intenção do governo não é aumentar proventos e sim, diminuí-los, até onde for possível.

Um balde de água fria nas pretensões mais do que justas dos milhões de aposentados já próximos do fim, e um pesar "in-memoriam" a outros tantos milhões de aposentados que já partiram para o outro lado da vida, sem verem os seus direitos adquiridos despertando algum interesse para serem analisados! Como derradeira tentativa de ainda serem agraciados pela justiça negada enquanto vivem, os aposentados prejudicados, fazem uma derradeira e desesperada proposta ao Congresso Nacional:

Corrijam nossas aposentadorias ao mesmo nível de salários mínimos que tínhamos no início! Não se preocupem em saber de onde virão os recursos para atender tal proposta! Os próprios aposentados lhes indicarão a fonte que irá originar estes recursos. Já se tornou quase impossível corrigir tamanha indecência criada pelos próprios Poderes Públicos, que criaram a barbárie de atualizar os proventos da iniciativa privada com dois percentuais diferentes, mesmo sendo todos os segurados pertencentes a um mesmo Regime! Com o passar dos anos, como uma bola de neve descendo ladeira abaixo, tornou-se um nó insolúvel e quase impossível de desfazer!  Os aposentados como intermediadores de seu próprio desencanto, propõem serem descontados mensalmente em 8% nos seus benefícios, como se voltassem a contribuir normalmente para o INSS. Voltando a contribuir para a Previdência, o que nunca deveria ter sido abolido, eles estarão pagando as suas próprias aposentadorias, tirando as preocupações e cruéis recusas dos governos em achar a fonte para suprir as verbas necessárias. Para tirar a má impressão de um primeiro impacto, analisemos: Mais vale perder 8% da nossa surrupiada aposentadoria, JÁ CORRIGIDA,  para o mesmo número de salários mínimos que tínhamos no início, do que termos um desconto oculto, mas verdadeiro e cruel, de  mais de 80%, percentual correspondente a defasagem que nos empurram goela abaixo desde o ano de 1998!

Com a palavra as cabeças pensantes do Congresso...
Título e Texto: Almir Papalardo, 27-2-2019

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