quinta-feira, 14 de fevereiro de 2019

[Aparecido rasga o verbo] De pedras a vidraça

Aparecido Raimundo de Souza

Haverá de chegar o tempo em que o Homem Honesto terá vergonha de ser honesto”.
Rui Barbosa.

O BRAZZZZIL É UM PAÍS que não respeita seu povo, sua gente, sua sociedade de esfomeados. Igualmente de bundas moles, de palhaços e imbecis. Aliás, bundas moles e palhaços é o que mais temos. De imbecis, então. Eles (os estúpidos) surgem como larvas, vindos de todos os quadrantes da “fuderação”. O brazzzzil não tem passado, não tem presente, não tem futuro. Nunca terá. Não importa o governo (ou o presidente que entre).

As ladroeiras, as sacanagens, as putarias, continuarão comendo soltas. Livres e leves. Estamos diante de uma anomalia bonita, simpática, de cara nova (como tantas outras conhecidas) que se firmou e promete ficar por tempo indeterminado. Por aqui tudo chega e se abanca por tempo indeterminado.

Não temos homens no foder (perdão, no poder), com aquilo roxo. O único que diziam ter os colhões dentro dos padrões fez muito por nós, verdade seja dita. Operou milagres, mais até que o Joãozinho de Deus na chopiscosa Abadiânia. Acaso os amigos se lembram desta figura? Esqueceram? Que barbaridade! Vamos lá. O cara a quem nos referimos sequestrou o dinheiro da população. Deixou a sociedade a ver estrelinhas coloridas em pleno meio dia de um sol escaldante de mais de quarenta graus. Levou a falência milhões de trabalhadores, pequenos empresários e poupadores. Principalmente os poupadores.

Para alegrar suas farrinhas, o bandido comprou droga até dizer chega e fez da Casa da Dinda um palácio igual ao dos tempos em que a Branca de Neve era virgem dos dedos dos pés e ainda não havia dado os baixos fudetórios para os Sete Anões. Esta infâmia (o do saco roxo) continua às nossas expensas. E cuidados. Hoje, o abençoado é senador.

Como tal, ganha os tubos para não fazer porra nenhuma. Indevidamente virou réu por corrupção e lavagem de dinheiro em face de ter recebido a ínfima quantia (a bagatela quase merreca) de 30 milhões de reais da BR Distribuidora. Um “omem” deste quilate (e um que morde), não pode ir para a cadeia. Cadeia foi feita para bandoleiros.

Sem contar, norte igual, que este mal incurável segue tendo foro privilegiado. Regalias. Segurança particular, carro e combustível por nossa conta. É senador. Senadorzinho amigos. Como tal, passa os dias sentado (trabalhando feito escravo com outros ratos de esgoto na conhecidíssima casa que a maioria dos babacas insistem em chamar de “Sercado”). Desculpem, Senado. A nossa justisssa como é “céria”, rápida e ágil, como uma tartaruga perneta, deve estar se preparando para a chegada da esperadíssima “Caixinha de natal”. Com Papai Noel descendo pela chaminé e um baita saco nas costas. Saco não. Mala.

O Brazzzzil, a cada amanhecer de um novo dia, segue matando seus consanguíneos a bel prazer. Manda para a vala, a infinito aberto, mais que bala perdida. Mais que bandido ladrão, mais que ladrão bandido. Vivemos um caos total. As bandalheiras, as pataquadas, as mamatas e as traficâncias imperam. Mesma bunda de pregas estupradas (ou estrupadas), as senvergonhices, os embustes, as velhacarias, os descasos se fazem vivos e fortes, pulsantes e intocáveis em cada esquina.

Em cada boteco. Em cada birosca nova que pinta no pedaço como portinhas de igrejas em busca de almas penadas para pastores aumentarem os pesos de seus cofrinhos. No contrafluxo, temos um distinto e seleto bando de vigaristas, em brazzzzilia. Reparem. 513 pilantras da classe dos platelmintos de um lado e 82 lombrigas mal nutridas de outro.

Apesar da disparidade dos números, estes jumentos de pelagens resistentes, fazem teatrinhos. Escrevem peças novas. Ensaiam. Na chamada Corte Maior, ou “Suplemo”, alimentamos igual ou maior punhado de trapaceiros e desnorteados. “Omens onestos” e íntegros. Criaturas que falam bonito. Cagam cheiroso e peidam pelos buracos de suas epidermes perfumes importados com as fragrâncias da feirinha de Acarí no Rio de Janeiro.

São os ilustres e renomados doutores da lei. Mais que doutores da lei. São nossos ilustres mi’SI’nistros. Como uma cáfila de cabeças de ventos mal soprados, formamos (nós, os depauperados) uma plateia muda, estática, afônica. Uma manada de espectadores sem ação. Sem noção. Pés e mãos atados com tornozeleiras eletrônicas invisíveis. Seguimos rabinhos entre as pernas, monitorados vinte e quatro horas por dia em cada passo que damos.

Grosso modo, nos tornamos uma ralé de otários calados, que não range os chifres, perdão pela gafe, que não range os dentes.  Que não diz coisa com coisa. E se diz ninguém escuta. Logo, não damos sinais de vida. Assemelhamos a mortos vivos. Somos lixo. Apenas aplaudimos e concordamos com os desmandes e as orgias. E estes cânceres incuráveis (agora generalizando, lá e cá, cá e lá) falam em reformas.

Bem lembrado! Está em alta e vem dando um IBOPE do cão, a reforma da previdência. Gravem em suas mentes este nome: “REFORMA DA PREVIDÊNCIA”. Reforma da Previdência é uma puta velha que mandaram para o bico do caralho e, em seu lugar, arranjaram uma jovenzinha de corpinho elegante. Uma donzela de tirar o fôlego até de quem se mudou de mala e cuia para o andar de cima.

Com ela reformada, vestidinho curtinho e calcinha nova cobrindo os países baixos, os cabelos pintados e despojados à Thaila Ayala [foto], nariz arrebitado a Giovanna Ewbank, o país tirará o traseiro do estrumeiro em que se acha metido e atolado, notadamente se a fogosa reforma da bela e fogosa vagabunda da previdência vier a ser aprovada. E será. Carne nova! Ademais, se for para botar no rabicó do marquês... do marquês, não, do proletariado, questão de tempo... O machado por já estar enterrado até o cabo... não fará muita diferença. A nosso entendimento, deveriam antes de qualquer coisa, reformar imediatamente a providência. Tem um deus trabalhando contra nós.


Deve ser amigo de Dilma ou Temer. Depois da providência, reformar o “cenado”, perdão de novo, reformar o senado. Seguido da “câmarararararara dos deputa”, o “judisssiário” e, claro, outras pocilgas e choupanas de “Mães Joanas” incrustradas nas asas do Grande Avião Pousado. O certo seria explodir o avião. Todavia... como bosta (não o pobre do avião, pelo amor de Deus, o aeroplano, jamais) não afunda...

É nosso dever lembrar que estes famintos do Planalto, os nossos eternos “gargantas profundas”, os gulosos de plantão, dia e noite, respiram grana, luxúria, poder, poder, grana, soberba. Acreditamos, em trilha oposta, que estes filhos da “putapátria” mãe malparida fodem suas mulheres pensando em como enfiar uma mandioca maior que a atual, real e permanente na bundinha magra e fedorenta dos pobres e dos cidadãos que mantém esta republiqueta de vadios nos trilhos. (Nós somos estes pobres que aguentamos as bananas).

O verme que recentemente se reelegeu para a Câmara, Rodrigo Rocha Loures Maia (do DEM-RJ, sigla que se traduz por Demônio Espalhando Merda), aprovou despacho com galinhas pretas e velas vermelhas, aumentando os salários dos “deputa(deputa)dos” e seus assessores. Assessores?!  Asseclas de rabos presos. Soaria melhor, os senhores não acham? No mesmo queimão que nos consome, além de soar, suaria melhor aos ouvidos, ou escutadores de novelas. Os amados leitores devem decidir como suar ou soar. Cada um, em particular tem o livre arbítrio de como soar e suar, ou soar e suar o suadouro. 

Enquanto isto, no principado da Dinamarca, o ganho dos FODIDOS (dos sem casas, dos sem terras, dos sem comidas e dos sem bebidas), estacionou em seus bolsos e em suas carteiras de “napas” compradas nas barraquinhas de camelôs, na escala sem escalada de R$ 998.00. O vultoso, intumescente e insuperável SALÁRIO MINIMO. Com este salário os Zés Ralam Duro e as Silvinhas Afrodisíacas da Vida vivem com brilho e dignidade. Mantém suas famílias, pagam as escolas dos filhos e planos de saúde para fugirem dos hospitais da rede pública.

O povinho mediocrizado, inofensivo, remendão, banal e inexpressivo sabe como fazer malabarismos. Aliás, adora. Suporta creches e outros aperreios e ainda se dá ao luxo de manter um fusquinha de tanque cheio na porta do barraco. Melhor de tudo, faz uma mágica à parte, para não deixar ir para o ralo, “umas merrecas economizadas em baixo de sete chaves” para comer as bocetinhas das suas respectivas amantes em moteizinhos fuleiros de beiras de rodovias.

Devemos ter em conta (não em conta de banco), acima de qualquer coisa, que vivemos num país justiceiro, competente, severo, austero, rigoroso e idôneo, entre outros predicados que não elencamos. No nosso lindo brazzzzil, por exemplo, não existe corrupção, favorecimentos, perversões ou qualquer outro tipo de degenerescência conhecida. Principalmente a declinação do caráter.

Este estrago é como a morte. E, como ela, se faria inderrotável e invencível. Prova viva disto, por aqui está tudo nos conformes, nos eixos, na senda de trilhar certeiro. Os responsáveis pela tragédia do Córrego do Feijão, coitados, estão na cadeia. A justisssa agiu rápida. Como sempre. A propina chegou nos “home” antes que algum juizinho bobão quisesse se posar de justiceiro e assinasse uma sentença desfavorável à VALE. Se isto ocorresse, amados, meditem, se isto ocorresse, a nossa querida e altaneira VALE, seria uma VALA DE EXCREMENTO.  

De resto, voamos em um céu de brigadeiro. Rota segura bussoladas em direção ao salve-se quem puder. Navegamos em aeronave moderna em derredor de uma espécie de Triangulo das Bermudas. Lugar em que tudo desaparece com um simples “plim-plim”, deixando, todavia, vestígios, sinais e marquinhas que até um cego das pernas ou manco dos olhos, consegue enxergar. Aterrissaremos, dentro em pouco, num inferno, num atoleiro (pior, acreditem, pior que o de Brumadinho, nas Minas Gerais, que até agora conta em suas entranhas, 165 mortes confirmadas. E pasmem, vem mais por ai... haja caixões e lágrimas para famílias se debulharem em desespero e agonia. Ah, perdão! A “VALE” ESTÀ PAGANDO TUDO).

Em conclusão, devemos deixar cristalinalizado o seguinte: seguimos faceiros, belos e sorridentes, um atrás do outro, em fila indiana. Agora fora do avião. E longe do Triangulo das Bermudas. Como bois para o matadouro. Mentalizem caros amigos. Bois em direção ao matadouro. No mesmo passo dos bois, com direito a uma breve paradinha, para um pão com ovo cozido e cafezinho fundo de garrafa, na puta que nos pariu. Nesta zona, uma cacetada a mais... ou a menos... uma pedrinha aqui, outra acolá não fará diferença. Ficamos com o que sobrar dos estilhaços.

PS: com profundo pesar, registramos o falecimento do amigo e colega de profissão, o jornalista Ricardo Boechat, âncora do jornal da BAND e da BANDNEWS. Em passagem pelo seu velório, na terça-feira, 12 de fevereiro, no “MIS”, em São Paulo, registramos as presenças de dona Mercedes Carrascal, mãe de Ricardo, de Astrid Fontenelle, Celso Zucatelli, Salomão Esper, Otávio Mesquita, José Luiz Datena, da atual esposa Veruska Seibel e das filhas Valentina e Catarina, bem ainda de João Carlos Saad, (Presidente do Grupo Bandeirantes de Rádio e Comunicação) e também dos outros filhos do primeiro relacionamento de Boechat com Claudinha Andrade, Paulo, Rafael, Bia e Patrícia. Às famílias enlutadas e aos amigos, portamos as nossas sinceras condolências.
Título e Texto: Aparecido Raimundo de Souza, dos funerais de BIBI FERREIRA, no Rio de Janeiro, 14 de fevereiro de 2019, 14h26

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