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Arquivo pessoal |
Nome de Guerra: Pedro, mas parentes e amigos costumam me chamar de Fred.
Onde e quando nasceu?
No distrito de Castelo Novo,
município de Ilhéus, estado da Bahia, em 9 de outubro de 1945.
Onde estudou?
Primário,
em várias escolas;
Secundário: Ginásio Firmino Alves e Escola Técnica de Comércio,
ambos em Itabuna (Ba); Direito na Faculdade de Direito da Universidade Estadual
Santa Cruz (Bahia) e na Faculdade Nacional de Direito (Rio de Janeiro);
Mestrado na Escola de Direito da Universidade Católica de São Paulo (SP)
Onde passou a infância e
juventude?
Bahia e Rio de Janeiro, com um
breve intervalo no Estado do Espírito Santo.
Qual (ou quais) acontecimento marcou a sua infância e juventude?
A necessidade de trabalhar
muito cedo. Aos treze anos saí da casa de meus pais, que já estavam há alguns
anos no Rio de Janeiro, e voltei para Itabuna, onde trabalhava durante o dia e
estudava à noite. Morava como minha avó materna, muito querida, e alguns tios
ainda solteiros.
Quando começou a trabalhar?
Formalmente, como já dito, aos
treze anos. Trabalhava numa fábrica de confecções de um tio, em Itabuna.
E depois?
Depois de trabalhar na fábrica
de confecções de um tio, trabalhei por cerca de um ano no jornal Diário de
Itabuna e cheguei a escrever um "quiz show" para a Rádio Jornal de
Itabuna FM, do mesmo grupo.
No jornal fui revisor e
repórter. Em seguida, ingressei, por concurso público, no Banco do Brasil.
Esse ingresso no Banco do
Brasil não se deu de imediato porque, tendo passado no concurso ainda muito jovem,
o banco exigiu que eu fizesse primeiro o serviço militar. Após a conclusão do
serviço militar foi que efetivamente ingressei no quadro de funcionários do
Banco do Brasil.
Tinha então que idade?
Em outubro de 1964, ainda
fazendo o serviço militar, completei 19 anos e, em janeiro de 1965 tomei posse
no Banco do Brasil, na cidade Coaraci, distante mais de quarenta quilômetros de
Itabuna.
E ficou trabalhando no Banco do Brasil até...?
Trabalhei no Banco do Brasil
de janeiro de 1965 a junho de 1990. Aí há uma longa história para ser contada.
Ops! Somos 325, já sentados, esperando sorver essa longa história...
Acho que não sou um bom
entrevistado. Li algumas entrevistas feitas por você. Todas de pessoas
interessantes que tiveram altos e baixos, percorreram mundo trabalhando,
encarregaram-se dos mais diversos trabalhos, em países os mais diferentes.
Enquanto isso, minha trajetória foi basicamente linear. Linear porque decidi,
lá atrás, o que queria ser e persegui esse alvo com muita determinação.
Entrei no Banco do Brasil
tangido pelas dificuldades financeiras. Precisava de um trabalho que pagasse
bem e que não fosse a tempo integral. Com essas duas vantagens (dinheiro e
tempo) poderia estudar direito, meta por mim estabelecida quando ainda estava
no ginásio. Ingressar no banco não demandava nada mais do que meu esforço e
sacrifício pessoal. Era algo que não dependia da sorte nem da decisão de
terceiros.
Assim, trabalhando oito horas
por dia numa fábrica de confecções e estudando à noite, dormia pouco,
praticamente não descansava nos fins de semana e, nessa base, encontrei tempo
para estudar para o concurso do banco, disputadíssimo, pois tinha que
ultrapassar os que tinham tempo e já vinham de uma formação melhor.
Além de todo esse estudo
voltado para o empenho em passar de ano e conseguir um bom emprego, conseguia
esticar a noite e acordar de madrugada para ler, ler muito ciências que nada
tinham a ver com aquelas metas traçadas.
Esse esforço para adquirir
alguma cultura fora dos currículos escolares vai pavimentando e dando densidade
ao futuro exercício da minha profissão. Essa parte de meus estudos foi
fundamental para eu sair dos fundos de uma fábrica de confecções e entrar no
jornalismo, através de um episódio bem interessante. Como você vê, não há
emoção nem coisas bombásticas em minha vida.
Todas as vidas são emocionantes, com ‘bombas’ ou sem ‘bombas’, podes
crer!
Então, você ingressa, por concurso, no Banco do Brasil, e,
paralelamente, vai estudando Direito e Jornalismo, é isso?
Conte aí, por favor, como se deu a sua entrada no jornalismo...
Não estudei jornalismo. Acho
que nos anos sessenta nem havia tal curso. A história é a seguinte: lá pelos
meus 16 para 17 anos, trabalhava duro numa fábrica de confecções, na cidade de
Itabuna (BA), aviamentava fardos de roupa, varria, limpava privada, etc.
Trabalho duro, mas no meio de uma turma boa, gente simples, além de alguns
estimados parentes.
Todo mundo trabalhava muito e
havia grande fraternidade. Tinha no ginásio uma atuação acima da média. Além de
bom aluno, era um líder político estudantil. Era presidente do Grêmio Literário
José Bastos.
Um professor, ex-padre, homem
de grande cultura, uma legenda nos meios educacionais itabunenses, Nestor
Passos, vendo meu desempenho, convidou-me para fazer uma palestra no Rotary
Clube de Itabuna. Fiz a palestra de improviso. Minha fala causou grande impacto
entre os membros do clube, uma entidade sabidamente composta pelos líderes das
mais diversas atividades, congregando os homens mais importantes e mais
influentes da comunidade.
Esses senhores procuraram
saber quem eu era, e, na sequência, alguns deles, fizeram uma visita ao meu
local de trabalho, empresa de propriedade do marido de uma tia, pessoa
excelente e de quem tenho as melhores recordações até hoje. Viram que eu fazia
trabalho braçal e disseram a meu tio que eles se encarregariam de arranjar uma
colocação com o nível que eles consideravam eu tinha.
Um deles, talvez o maior
empresário de então, estava assumindo um jornal tradicional da cidade, o Diário
de Itabuna. Aceitei o convite e fui trabalhar no jornal, na condição, após os
testes, de revisor e repórter. Por lá fiquei cerca de um ano, até ingressar no
Banco do Brasil.
Perfeito. Então, paralelamente vai estudando Direito?
Como disse, passei no concurso
do banco, mas era muito jovem. Para surpresa de muitos, tive uma boa colocação
dos que passaram no Estado da Bahia, por isso fui logo chamado. Muito ingênuo e
incapaz de uma mentira tática disse que morava em Itabuna, quando poderia ter
dado um endereço em uma cidade vizinha. Como Itabuna tinha serviço militar
(Tiro de Guerra 126), disseram que só me dariam posse após servir o Exército,
fato que retardou um ano a minha posse e me deixou numa pindaíba de dar gosto.
Assim, só entrei no banco em janeiro de 1965, tendo sido designado para uma
pequena cidade vizinha (a cerca de quarenta quilômetros), de nome Coaraci, com
cerca de quinze mil habitantes, onde permaneci por quase dois anos.
Aqui cabe um parêntese. Eu
tinha iniciado o curso Científico. A minha certeza que faria Direito, fez-me
sair do Científico, já no segundo mês, para ingressar em uma escola técnica de
comércio para fazer contabilidade. Esta escola era o endereço certo da mocidade
de Itabuna que não queria muita coisa com o estudo. Para não passar, você tinha
que se esforçar muito. Foi a escolha mais inteligente que fiz.
Como ela não me tomava tempo,
mesmo estando em Coaraci, da metade do curso em diante ia a Itabuna
praticamente para fazer as provas. Sobrou-me tempo para estudar as matérias
mais afins ao meu pretendido curso de direito. Assim, quando entrei na
faculdade de direito já tinha aumentado de forma significativa a minha bagagem
cultural.
Como subproduto, o
conhecimento das regras contábeis me foi de muita utilidade pela vida afora.
Acho de bom alvitre, já que minha vida foi o mundo dos estudos, abrirmos um
período para um breve relato de minha iniciação cultural, quando ainda muito
jovem.
Abra, por favor.
As andanças de minha família
pelo interior da Bahia, uma mudança para o estado do Espírito Santo e, em
seguida, uma mudança para o Estado do Rio de Janeiro, deixou-me um atraso de
cerca de três anos no curso primário, sem nunca ter perdido um ano.
De treze para quatorze anos de
idade, deixei a casa de meus pais e retornei a Itabuna para morar com minha
queridíssima avó materna e alguns tios, com o propósito de trabalhar na tal
fábrica de confecções. Para tirar o atraso, fui estudar no curso da professora,
gente muito boa, Celina Braga Bacelar. Ela preparava para o exame de admissão
ao ginásio.
Assim, de cambulhada, durante
um ano de estudo, sempre à noite, que de dia trabalhava oito horas, consegui
ser apto, segundo os critérios pragmáticos da professora Celina, ao exame de
admissão. Isto significa que consegui, em um só ano, queimar três etapas (terceiro,
quarto e quinto anos primários).
Fiz o exame de admissão ao
ginásio, que era duro, e consegui passar nas últimas posições. Ingressei no
Ginásio Firmino Alves, que, além de gratuito, funcionava à noite. O primeiro
ano foi duro. Suplantei um risco de ser reprovado, mas, aplicando todo o tempo
disponível ao estudo, suplantei lacunas educacionais e consegui passar. Depois
desse ano difícil, passei ao primeiro pelotão dos bons alunos durante o resto
da minha vida de estudos.
Na verdade, com toda a lacuna
causada pela falta de um regular estudo primário, minhas constantes leituras,
desde os nove anos, quando li meus dois primeiros romances (‘O Guarani’ e ‘Majupira’),
alçaram-me, ao mesmo tempo, a uma condição cultural superior à média mais alta
dos estudantes primários.
Já no segundo ano de ginásio,
comecei a me envolver com a política estudantil, assumi a liderança do Ginásio
Firmino Alves e fui eleito presidente do Grêmio Literário José Bastos. Dizia-se
que eu era um bom orador.
Naquela época, início dos anos
sessenta, o embate ideológico no meio estudantil era grande. Alinhei-me com a
turma da esquerda. Vivia com outros estudantes bem mais velhos, normalmente
três anos, ao menos, mais velhos. No período que cobre o ginásio até à Escola Técnica
de Comércio, dentre inúmeras obras, li o ‘Capital’ (Marx), ‘Minha Luta’ (Hitler) e muitos outros livros. Era uma voracidade
eclética. Entrei em contato com o
Marxismo Cultural e li quase toda a obra de Eric Fromm (‘Meu Encontro com Marx’
e Freud, ‘Medo à liberdade’, ‘Psicanálise da Sociedade Contemporânea’, ‘O Dogma
de Cristo’...). Tratava-se de uma mente robusta no campo da ciência política e
da psicanálise, que me empurrou para outras leituras.
No meio de toda essa
inquietação intelectual, houve algo interessante, que me jogou num ecletismo
sadio e expandiu as fronteiras de meu conhecimento para um terreno
enciclopédico. Na fábrica do meu tio, numa prateleira do alto, havia umas
caixas de livros nunca lidos. Tratava-se de uma obra enciclopédica, creio que
em onze grandes volumes, de grande prestígio cultural, à época, intitulada
Tesouro da Juventude. Meu tio aquiesceu
que eu levasse de um a um para ler em casa.
Quando chegava à noite da
escola, lia sob um quebra-luz, até à meia-noite. A maior parte desse tempo
dedicava a estudos extracurriculares, que se estendiam aos sábados à tarde e
aos domingos. Acordava sempre às cinco horas da madrugada, sentava-me em uma cadeira
de lona embaixo da luz de um poste, no passeio da casa de minha avó, onde dei
cabo de toda a enciclopédia.
Além do natural conhecimento
enciclopédico, embora descontada muita coisa de difícil entendimento, li todos
os clássicos da literatura universal, de forma reduzida, ao sabor dos textos
enciclopédicos, mas sempre observando os importantes apontamentos dos que
faziam as resenhas. Assim, a história e a geografia universais e um leque do
repositório do conhecimento desfilaram perante meus olhos. A leitura de toda
essa enciclopédia me ejetou a domínios do conhecimento universal que
normalmente as pessoas não palmilham. Deixou-me em condições de percorrer
vários deles no curso de minha existência. Eis aí, em apertada síntese, o que
posso chamar de minha iniciação cultural, já nos albores de minha juventude.
Permita-me
a carona jactante, me revi nesta sua reposta, não só no alinhamento com a turma
da esquerda – no meu caso, com o comunismo – mas, principalmente, com a fome de
leitura. Noventa por cento do que sei hoje devo aos muitos livros e jornais e
revistas que li.
Fechando o parêntese, podemos chegar a 1990, ano em que você se
aposenta do Banco do Brasil?
De Coaraci, consegui, usando
de intempestiva ousadia, ser transferido, quando transferências estavam
proibidas, salvo se do interesse da instituição, para Ilhéus, onde estava
localizada a faculdade de Direito. Aí, as coisas ficaram fáceis: de manhã ia
para a faculdade e trabalhava, no banco, das 13 às 19h.
Passava a noite estudando e
acordava, como sempre, às cinco da matina, para ler e estudar. Escusado dizer
que os sábados e domingos também eram, em grande parte, devotado ao estudo.
Depois consegui uma
transferência para trabalhar no Rio de Janeiro e, lá, ingressei na Faculdade
Nacional de Direito (Largo do Caco). Vindo do interior, tive, até para a minha
surpresa, um desempenho excepcional em uma instituição de renome. O fato de ter
sido sempre um autodidata, fazia dos locais onde morava, cercado de livros, a
"minha universidade".
Depois, voltei a morar em
Itabuna para iniciar minha vida profissional como advogado. Associei-me a um
profundo amigo da juventude, que já se tinha formado um ano antes, e começamos
uma promissora advocacia. Esse querido amigo, compadre três vezes (eu, padrinho
do casamento dele; ele, padrinho de meu casamento; e ainda eu, padrinho de
batismo da única filha dele), é de uma inteligência brilhante.
Durante os anos acadêmicos, em
Ilhéus, ele já casado, nos reuníamos constantemente para debater sobre ciência
jurídica e outros campos do conhecimento. Assim continuamos durante os cinco
anos que advogamos em conjunto. No primeiro ano de advocacia já ganhava três
vezes mais do que no banco. Formado em 1971, já em 1975 ingressava no quadro de
advogados do banco, onde permaneci até me aposentar, por tempo de serviço,
ainda muito jovem, porque trabalhava desde os doze anos. Fui nomeado chefe do
núcleo jurídico do banco, para o Sul da Bahia, com sede em Itabuna, responsável
por todos os advogados do banco naquela região.
Sempre mantive a minha banca
privada de advocacia e ensinei Direito Civil, na faculdade em que estudei, de
1978 a 1989. Em 1990, com a aposentadoria no banco, mudei para São Paulo (SP)
onde fiz pós-graduação e advoguei até me mudar para os Estados Unidos. Eis, em
apertada síntese, o histórico de uma vida banal e linear. Bem verdade que muita
coisa aconteceu durante todos esses anos, período em que tive vários trabalhos
publicados, fiz incontáveis conferências, adquiri várias propriedades rurais,
hotel e outras cositas más. Dos
títulos que amealhei durante uma vida ativíssima, o que mais me encanta é o de
vagabundo, atividade que exerço empurrado por uma doce preguiça baiana.
EM TEMPO: Ainda jovem,
curei-me de uma doença deformadora chamada de "esquerdismo". Embora casado
com o Direito, mantive a Economia, durante todos esses anos, como amante. Por
muitas leituras, abracei-me a duas escolas do pensamento econômico liberal: a
Escola Austríaca e a Escola de Chicago.
No plano político, passei a
conviver com o pensamento dos conservadores, Edmund Burke, e, agora, vivo de
braços dados com os conservadores americanos, pertenço ao Partido Republicano e
sou membro do advisory board
presidencial. Recebo do partido frequentes consultas sobre a orientação geral
das políticas governamentais.
As minhas respostas e as de
muitos outros que pertencem a esse board,
dão as balizas para a atuação do governo. Nunca pleiteei e jamais pleitearei
qualquer cargo. Só ajo pro bonus.
Este País me recebeu de braços abertos, acolheu-me como um nacional, e tenho
muito orgulho de ser um de seus filhos.
Tenho estudado muito a história,
a economia, a geografia e os costumes americanos. Trata-se de um país único em
toda a história das nações.
O baiano é mesmo preguiçoso?
Se o baiano é preguiçoso ou não, pouco me importa. Uso isso como uma verdade evidente para me proteger dos que me querem trabalhando. As pessoas normalmente associam trabalho com remuneração, ou seja, suor do próprio rosto como meio de sustento. Talvez por atavismo para ficar sempre na maldição lançada por Deus a Adão. É dizer, você pode passar o dia todo em atividade, entretanto, se a ação não se dirige ao ganho pecuniário para a manutenção do indigitado, é como se não houvesse a ação. Assim, eu me proclamo baiano e evito dar maiores explicações para o meu estado atual de só fazer o que gosto e o que me dá na telha, sem horários predeterminados e sem disciplina. Octium cum dignitatem, objeto de minha crônica a ser publicada no domingo, 17 de fevereiro, pelo famoso, impreterível e universal "Cão que Fuma", o único órgão que tem coragem de espalhar minhas bobagens pelo universo cibernético.
Se o baiano é preguiçoso ou não, pouco me importa. Uso isso como uma verdade evidente para me proteger dos que me querem trabalhando. As pessoas normalmente associam trabalho com remuneração, ou seja, suor do próprio rosto como meio de sustento. Talvez por atavismo para ficar sempre na maldição lançada por Deus a Adão. É dizer, você pode passar o dia todo em atividade, entretanto, se a ação não se dirige ao ganho pecuniário para a manutenção do indigitado, é como se não houvesse a ação. Assim, eu me proclamo baiano e evito dar maiores explicações para o meu estado atual de só fazer o que gosto e o que me dá na telha, sem horários predeterminados e sem disciplina. Octium cum dignitatem, objeto de minha crônica a ser publicada no domingo, 17 de fevereiro, pelo famoso, impreterível e universal "Cão que Fuma", o único órgão que tem coragem de espalhar minhas bobagens pelo universo cibernético.
Quando e por que se mandou para os EUA?
Como vim parar nestas
plagas... Tenho dois filhos e uma filha,
a Thiana. Minha querida Thiana começou a namorar com um americano nova-iorquino,
residente na Flórida, quando
estava cursando Direito em São Paulo. Depois de algum tempo, esse jovem
americano, meu genro, Rick Meyerson, manifestando a intenção de um futuro
casamento, pediu-me que ela continuasse os estudos nos Estados Unidos. Respondi
que se ele quisesse se casar que viesse para o Brasil, pois não consentiria a
saída dela enquanto não concluísse a universidade.
Como o amor é um sentimento
forte, ele, que já cursara o bacharelado aqui (college), por ela insuflado, fez alguns cursos dirigidos ao mercado
financeiro e, ao cabo, conseguiu ser contratado por uma empresa americana com
filial em São Paulo. Tive que providenciar o casamento civil às pressas para
que ele obtivesse o visto de trabalho no Brasil.
Cinco anos depois e porque a
empresa onde o Rick trabalhava estava encerrando suas atividades no Brasil,
ele, já sem o emprego, decidiu que era melhor voltar para o mercado americano,
apoiado pelo entusiasmo dela por tal decisão. Assim, mudaram para cá.
Nos dois primeiros anos,
fizemos, eu e minha mulher, viagens constantes aos Estados Unidos. Como não
criei filha para queimar feijão, decidimos, eu e Nêga, vir passar aqui uns três
anos para cuidar do neto Daniel, possibilitando a Thiana voltar à universidade
para se habilitar a advogar nos Estados Unidos. Após ela tirar a carteira da
ordem dos advogados de Nova Iorque (Bar
Association) e estar no pleno exercício de sua profissão, decidimos
retornar ao Brasil.
Aqui faço um esclarecimento.
Durante esse período, ia praticamente todo mês ao Brasil, trabalhava alguns
dias, e retornava. Chegamos a fixar residência no Rio, onde tinha um
apartamento. Passados três meses, vimos que para ela continuar trabalhando
teria que colocar o Daniel o dia todo na escola. Aí, como sei que isso é um
massacre para qualquer criança, retornamos aos Estados Unidos, sob meu
juramento, perante Nêga, que encerraria essa história de viajar todo mês ao
Brasil para trabalhar por alguns dias.
Quem começa a viver por alguns
anos nesta terra não quer mais voltar, por mais que as saudades de parentes e
amigos seja grande. Assim, já cidadãos americanos, fixamos definitivamente
residência por aqui. Todo ano vamos ao Brasil e todos os anos, meus filhos
André e Tales, com as respectivas famílias, vêm passar férias conosco.
Neste arranjo, mantemos a
família unida e em constante congraçamento. Nossa casa virou uma espécie de
consulado brasileiro na Flórida. Sempre acolhemos os parentes e os amigos.
Nesse arranjo, a vida de baiano, que supõe casa cheia, centrou praça na Flórida,
em torno dos lindos canais desta região paradisíaca. Para encerrar, faço um
registro interessante. Meus filhos, minhas noras, minha filha e meu genro são,
todos, advogados, ou seja, uma família cem por cento perigosa.
Por que acha advogados “perigosos”? Pelo que viu fazer e ouviu falar
José Eduardo Cardozo?
Advogados, quanto mais hábeis, mais perigosos. Podem
mudar a natureza dos fatos.
Como chegou ao cão que fuma?
Por seu intermédio, você
entrou em contato comigo indagando se poderia publicar um artigo. Disse-lhe que
tudo que eu escrevia e publicava no Face podia ser publicado. Esse era o meu
propósito ao escrever, alcançar o maior número de pessoas possível. Disse-lhe
que já tinha publicado cerca de cem textos e que poderiam ser publicados. Pelo
menos os que eram atemporais. Combinamos que eu enviaria e você decidiria se
publicaria ou não.
Como analisa a realidade socioeconômica e política do Brasil?
Quanto à realidade brasileira,
os diagnósticos estão postos, mas, ordinariamente, todas as camadas da
população, principalmente pela imensa ignorância dos postulados econômicos,
relutam em tomar os remédios amargos. Preferem viver num constante amargor.
Quando alguma medida é tomada,
geralmente não o é por inteiro, só a dose necessária para não deixar o doente
morrer. Muita gente das altas camadas da elite não quer a solução porque
perderia uma fração das vantagens que de que desfruta. Outros mais, por
equívocos ideológicos.
A equipe econômica do atual
governo sabe exatamente o que deve ser feito. A dúvida é se conseguirá dobrar
os interesses em jogo. Dos aliados porque não querem perder algumas vantagens,
dos adversários, porque temem que o governo dê certo, consiga ganhar as
próximas eleições e, com o sucesso assegurado, evite que a esquerda retorne ao
poder. Isso é um pesadelo para a esquerda que jogará todas as cartas nas piores
das hipóteses.
Tenho na ponta da língua a
lista do que deve ser feito, mas repito que essa equipe econômica, a mais
notável que já vi em qualquer governo, sabe de tudo também.
Votou na última eleição presidencial?
Depois de ponderar toda a
situação eleitoral, decidi votar no Bolsonaro. Escrevi um texto de seis páginas
justificando o meu voto. Seria interessante publicar esse texto, mesmo passada
a eleição, porque ele continua, a meu ver, atualíssimo. Votei no Consulado
Brasileiro em Miami. Parece que Bolsonaro teve noventa e dois por cento dos
votos
(NdE: Jair Bolsonaro teve, em Chicago, 1 216 votos =
69,72%; em Miami, 10 441 votos = 91,04% [O outro candidato recebeu 1 028 votos
= 8,96%]; em Nova Iorque, 6 811 = 76,39%)
Pode enviar o texto, por
favor.
Tem saudades do Brasil?
Não dá para ter saudades
porque viajo bastante ao Brasil e recebo parentes e amigos do Brasil com grande
frequência. Do jeitinho e da malandragem brasileiros não tenho nenhuma saudade.
Quando retorno me farto na
comidinha. Mas aqui temos toda a comida brasileira, em restaurantes ou provida
pela mesa de Nêga.
No Brasil, adoro o Rio e
Salvador. O Rio a mais linda do mundo, Salvador, uma das. Fico muito em São
Paulo onde estão meus dois filhos. Gosto também bastante de São Paulo, mas toda
megalópole se parece em alguma proporção. Quando vou a New York passear, visito
uma São Paulo mais rica, mais organizada e mais metropolitana, uma espécie de
esquina do mundo.
O Brasil tem futuro?
Se tem! O Brasil tem futuro,
sim, basta vencer as resistências à modernização da economia, a adoção de
políticas econômicas liberais, e desmontar um estado que só é usufruído por
elites corporativas.
O Brasil precisa, com
urgência, de um choque de capitalismo e de um governo que desarme o Marxismo
Cultural, que o está asfixiando.
A equipe econômica atual é
muito boa, basicamente composta de economistas vinculados à Escola de Chicago.
Nunca devemos nos esquecer de que temos de assumir a mística do trabalho e a
valorização de qualquer trabalho, acabar com essa distinção herdada da nobreza
colonial de que há trabalho de segunda ou terceira categoria. No particular,
devemos nos mirar no exemplo norte-americano: a mística do trabalho (menos para
mim, claro, que sou preguiçoso) e do sucesso.
Em resposta anterior, você
revela que votou em Donald Trump. A julgar pelo que se lê nas ONGs
“jornalísticas” de Portugal e Brasil, na francesa ‘Le Monde’, na espanhola ‘El
País Brasil e na inglesa ‘BBC Brasil’... sobre a estupidez, a maldade, etc. de
Trump você deve estar arrependido, não? (Aliás, o mesmíssimo arrependimento, também a julgar pelo publicado
sobre Bolsonaro nas ONGs acima citadas, deve estar acometendo-o...) 😊
A campanha anti-Trump é uma das coisas
mais sórdidas que já vi em minha vida. The
New York Times, Washington Post, CNN e as principais redes de televisão
deixaram de ser imprensa para serem partidos de oposição. Trump teve
resistências, inclusive por parte de alguns caciques do Partido Republicano.
Foi visto como um outsider que não pediu licença e estava assumindo a máquina
partidária detida pelo establishment.
Acontece que nos Estados Unidos os
programas de rádio dos conservadores equilibram a luta. Só um deles, Rush Limbaugh, é ouvido por mais de cinco milhões de pessoas, durante
três horas.
Muitos outros, como Larry Helder, Sean
Hannity, Laura Ingraham, Dan Bongino e muitos, muitos outros, desmascaram todo o
santo dia as fake news.
Por outro lado, Trump é seguido no
twitter por cerca de cinquenta milhões de pessoas. A última pesquisa do
Rasmussen dá a ele a aprovação de 52%, seis pontos acima da de Obama, o
queridinho da mídia e do mundo, aplaudido por toda a esquerda, ao completar os
primeiros dois anos de governo.
Trump vem cumprindo todos os compromissos
de campanha, a economia está bombando, no período foram criados cinco milhões e
trezentos mil empregos, cerca de cinco milhões saíram dos programas de
assistência, o mercado de trabalho está quente, nunca se registrou tão baixo
desemprego entre negros e hispânicos, os salários estão subindo com
consistência, foi feito o maior corte de impostos da história.
Foram criados mais de quinhentos mil
empregos na indústria, setor que só registrava perda de empregos nos últimos dezoito
anos, etc. etc. Está revisando acordos
comerciais deletérios aos interesses americanos, botando os países europeus
para gastarem mais com a OTAN, de cujos encargos os Estados Unidos respondiam
por 70% para dar proteção à Europa.
Já nomeou dos ministros conservadores
para a Suprema Corte, homens que lerão a constituição como está escrita, fora
inúmeros juízes federais e membros dos circuitos federais, dando uma espanada
na esquerdalhada que pululava nesses cargos.
Os regulamentos que travavam a
iniciativa empresarial estão sendo abolidos ou amenizados. Enfim, trata-se de
um dos maiores governos da história americana, até aqui. A questão do muro é
uma batalha travada quase todos os dias. Agora ele decretou emergência nacional
na fronteira sul para poder usar verbas contingenciais para a construção do
muro, com vistas a conter a entrada de setenta por cento dos opioides, do
contrabando, de bandidos travestidos de imigrantes e de uma coorte de
imigrantes ilegais. Isso deve virar uma batalha judicial a ser decidida pela
Suprema Corte, onde ele já tem maioria de votos para tais programas.
Quanto ao governo de Bolsonaro, minhas
expectativas são alvissareiras, por dois motivos. O primeiro é em torno de um
time de craques na economia, os chicagoans
de Paulo Guedes, uma equipe afinadíssima com o liberalismo econômico cujo
templo é a escola de economia de Chicago, a mais consistente do mundo.
O segundo é a assunção de políticas
conservadoras com vistas a desmontar o Marxismo Cultural que estava entranhado
na vida brasileira, vendido ao pobre povo como algo moderno e modernizante.
Tenho travado algumas batalhas no
facebook, mas a esquerda é muito fraca de argumentos
Tudo o que me marcam procuro demolir a
golpes de lógica e da verdade objetiva. Essa turminha não dá nem para ser um
bom aperitivo. Como sempre, a esquerda é a mestra das promessas sem compromisso
com os resultados. Acho muito fácil desmontar os argumentos deles. Além do
mais, são, de ordinário, primários em economia. Desmontar os argumentos deles é
como tomar pirulito de criança.
As
publicações via internet e os blogues conservadores são de uma consistência
doutrinária ímpar. Aqui está cheio de "Cão que Fuma"
de linha ideológica bem demarcada.
Os jornais eletrônicos penetraram na
opinião pública, para não falar nos doutrinadores de direita. Aqui, global warming é discutido por
cientistas dissidentes através de livros de densidade científica, blogs,
artigos e o escambau. Como sou vivamente interessado no tema, já li vários
livros e acompanho alguns blogs de cientistas
como Roy Spencer.
“As
publicações via internet e os blogues conservadores são de uma consistência
doutrinária ímpar.”
É fato, pelo pouco que observo e sigo.
E ainda bem.
Em Portugal, não existe oposição! No
Brasil, um pouco mais, mas ainda envergonhada... é compreensível. Afinal, foi
mais de um século de doutrinação e propaganda marxista!
Vide a “última crise” do Bebianno.
Este vira herói e sai dizendo que Bolsonaro é louco... Aliás, a bem da verdade,
nem sei se ele, realmente, afirmou isso. Mas, as “jornalistas” e os “colunistas”,
todos, poderosas e poderosos que se acham, nos informam que os militares não
tomaram café, o sobrinho de Bolsonaro foi ao Planalto cinquenta e oito vezes,
os filhos de Bolsonaro são bastardos... vão chegar, como chegaram ao Trump, a
nos revelar que... Bolsonaro tem pinto pequeno!! Disgusting!
São sim. No Brasil não temos nada
parecido. No Brasil não há partido de direita. Em todos os países desenvolvidos
há. Mas no Brasil a esquerda chama a direita, os conservadores, de fascistas.
Precisamos acabar com esse rótulo caricato. Parece-me que o único é Olavo de
Carvalho, um grande intelectual da direita.
Olavo
de Carvalho, justamente um nome execrado pelos comentaristas, jornalistas e
isentões...
Conheço pessoalmente Olavo de
Carvalho, uma mente privilegiada.
Pedro, qual é a sua opinião sobre os recorrentes tiroteios nos EUA? Me
refiro, não a atos terroristas comprovados, mas a esses surtos individuais com
o mais recente EUA: Tiroteio em fábrica deixa 5 mortos além do atirador?
Meu caro amigo, a mente humana é mais desconhecida do que o solo da lua e as regiões abissais dos oceanos. O louco daqui possui mais dinheiro e mais condições de comprar armas de grande letalidade. Mas, por exemplo, o Unabomber nunca usou arma de fogo, usou explosivos.
Na Noruega, país desarmado, um
maluco de ideias nazistas, matou mais de cem pessoas em uma ilha onde as
vítimas simplesmente se divertiam. O fato é que esses facínoras passariam em
qualquer teste psicotécnico. O louco inteligente sabe muito bem responder às
perguntas dos testes psicotécnicos para burlar o diagnóstico.
O número de vítimas dos
chamados massacres, se somadas, não representam um número de grandeza.
Outra característica é que os
massacres ocorrem em lugares livres de armas, como escolas,
templos, locais de reza e meditação, ou festas de congraçamento cristão.
Na porta da boate gay de
Orlando, via-se logo o cartaz de proibição de entrar com arma.
Onde houve tentativa de
massacre e era permitido o porte de arma, o maluco foi logo neutralizado, isso
já aconteceu aqui e na Austrália.
Tenho um
amigo americano, de família irlandesa, que só anda com um 38 cano curto. Vem
aqui para casa armado. Perguntado por que sempre anda armado, respondeu que não
vê a hora de estar no local de um ataque terrorista para passar fogo no cabra.
O americano normalmente tem um
arsenal em casa, quando nada uma arma boa. Só um maluco para tentar entrar na
casa de um americano para assaltar. Eu, para me sentir americano, comprei uma Glock
de 16 tiros, arma, no Brasil, privativa das forças armadas e da polícia
federal.
Meu neto, que vai fazer 15
anos em maio, atira desde os 12/13 anos e, além de grande pescador, é bom
caçador. Ano passado foi a uma reserva caçar javalis, abateu dois com dois
tiros.
Arma, por aqui, é um grande
símbolo. Se alguém tentasse invadir os EUA, só na Virgínia teria que enfrentar
uma milícia de mais de novecentos mil homens fortemente armados. Se alguém
tentasse implantar um regime socialista aqui, como o que fizeram na Venezuela,
teria que enfrentar trezentos milhões de armas. Há, ainda, um fato
incontroverso: arma não passa de um meio, quem mata é uma pessoa.
Se você entrar no site do FBI você
vai ter todo tipo de estatística sobre arma de fogo. Se entrar no site da NFR
(National Rifle Association) vai encontrar estudos completos.
No Brasil, por não ter arma de
fogo, um cara matou, acho, que seis crianças com faca. Acredito que o psicopata
daí é pobre, não pôde comprar uma arma.
O cara que matou bastante
gente, atirando da janela de um quarto em Las Vegas, era um homem tranquilo,
maduro, de vida exemplar e dono de uma fortuna de cinquenta milhões de dólares.
Não há um padrão
comportamental do psicopata. Normalmente são pessoas muito inteligentes e capazes
de grande dissimulação.
Não falei sobre os
terroristas, os loucos religiosos, falei mesmo sobre o louco sem propósitos
religiosos ou políticos.
A pergunta que não
foi feita:
Sobre possíveis perguntas, confio mais em seu tino
jornalístico.
A derradeira
mensagem:
Minha mensagem aos leitores é
que continuem prestigiando esse bravo e inusitado Cão que fuma. O que estou preocupado é
que escrevi muito rápido e ao correr da pena, resultando um texto passível de
expurgo de algumas ou muitas erronias. Não sei como fazer isso no próprio texto
do e-mail. Assim, ou você me manda o texto final para que eu possa introduzir
algumas alterações, ou você mesmo faz o expurgo. Confio no seu taco.
Um abração.
Pedro
Ficou ótimo! Muito
obrigado, Pedro!
Conversas anteriores:
Excelente! Impecável! Quando eu crescer, ou se um dia crescer, quero ser assim! Quem o conhece como eu, sabe que o nosso FRED é tudo isso e muito, muito mais! E já por um bom tempo, temos a felicidade de ler semanalmente suas crônicas. Só faltou dizer, Fred, que você faz parte da "New Castle Letters Academy" com muita honra. Forte Abraço e mais uma vez, nossos parabéns!!!! Ernesto Bezerra, Salvador/BA.
ResponderExcluirÉ verdade, esqueci esse meu grande título. Mas respondi a todas questões envergando o meu fardão acadêmico.
ExcluirMeu caro Galdeano, sua generosidade só não é maior do que sua modéstia. Também aprendi muito com você, caro amigo. Foi e continua sendo um prazer enorme reencontra-lo no espaço cibernético. Um abração.
ExcluirTenho a honra de desfrutar da amizade de Pedro Frederico Caldas há quase trinta anos, dez dos quais iniciados em 1991 quando ingressei no banco onde ele era o Diretor do Departamento Jurídico. A distância entre o seu eruditismo e o meu é tão grande quanto o prazer de desfrutar de momentos agradáveis em sua sala, ouvindo-o discorrer com propiedade ímpar acerca dos mais variados temas. Pedro, um "rato de livrarias", investia boa parte do seu almoço nas visitas recorrentes a duas das principais livrarias de São Paulo, localizadas num lendário edifício, no outro lado da não menos importante avenida que sediava o banco. Deixei o banco no início dos anos 2000, sob a balburdia do Bug do Milênio, e desde então estive privado dessa fonte de sabedoria que é Pedro Caldas, até que este fantástico Face Book, há pouco tempo atrás nos reaproximou, ainda que virtualmente, onde voltei a deliciar-me do seu virtuosismo através dos inúmeros textos aqui publicados, culminando com esta reveladora entrevista para o Cão que Fuma. Obrigado a todos e a você, Pedro, por nos brindar com tamanha sabedoria.
ResponderExcluirParabéns!!!
ResponderExcluirObrigado, Sidnei.Um abraço.
ExcluirExcelente texto ; excelente história de vida ! Parabéns ao entrevistado.
ResponderExcluirSidnei Oliveira
Aposentado AERUS - RJ