segunda-feira, 25 de fevereiro de 2019

O teatro do Papa bom e da Igreja má

FratresInUnum.com

No Brasil, já estamos acostumados com políticos que fingem honestidade em público, mas que se permitem, em privado, fazer todos os abusos, enquanto a população honesta trabalha e paga os seus impostos. O quadro é o mesmo e dele estamos fartos! Agora, no encontro sobre “a proteção dos menores na Igreja Católica”, a alta hierarquia, sob a direção de Papa Francisco, encena uma moralidade que nunca respeitou, com requintes de sentimentalismo afetado e discursos comoventes, muitas lágrimas e fotografias tocantes por todos os lados.


Nos últimos dias, foi publicado um livro em que o autor sustenta que a renúncia de Bento XVI foi causada justamente pelo lobby gay, provocando-se, assim, o conclave em que Francisco foi eleito para sucedê-lo. Quem não se lembra que, meses antes de sua renúncia, fora entregue ao pontífice alemão o famoso relatório redigido pelos cardeais Tomko, de Giorgi e Herranz sobre a homossexualidade na cúria romana? Em sua primeira visita a Ratzinger depois de eleito, Francisco recebeu do próprio papa emérito o famoso relatório, nunca publicado, cujo conteúdo é completamente desconhecido em seus detalhes, mas que decerto não foi considerado…

De fato, desde eleito, Francisco adotou um clamoroso silêncio sobre o tema da homossexualidade. Não se fala disso, mesmo. Aliás, muito pelo contrário. Desde o seu “quem sou eu para julgar?”, que justificava a vida pregressa de um importante assessor, e que levou à euforia todo o movimento LGBT mundial, do qual ele se tornou o patrono honorário, Francisco não deixou de favorecer pessoas explicitamente ligadas ao chamado “lobby gay” e de proteger predadores sexuais, como muito bem comprova a explosiva carta de Mons. Viganò, cuidadosamente não respondida pelo pontífice.

Jornalista questiona a respeito de Dom Zanchetta, em coletiva de imprensa no encontro ocorrido no Vaticano para tratar da questão de abusos de menores. 


Nos últimos dias, o jornal “El Tribuno”, da Argentina, publicou um documento em que se demonstra que Papa Francisco conhecia desde 2015 as denúncias contra Mons. Zanchetta, que incluem desde fotografias em que o bispo aparece despido até o abuso sexual de seminaristas. A despeito de tudo, Francisco criou para ele um cargo, até então inexistente no Vaticano: o de Assessor da Administração do Patrimônio da Sé Apostólica, em 2017. E o papa finge que nada está acontecendo… E continua fazendo contundentes discursos contra aqueles que protegem molestadores.

O evento ontem concluído parece mais um teatro muito bem armado para proteger a imagem do pontífice reinante, bem como as suas estratégias para mudar a arquitetura da Igreja Católica, com o cortejo de toda a mídia internacional, que se prepara para celebrar, juntamente com ele, o esperado Sínodo da Amazônia. “Criar dificuldades para vender facilidades”, esta é a tática: faz um evento midiático para reverberar a perversidade sexual do clero, insistindo em que ela se deve ao clericalismo e sem dar nenhuma solução efetiva para o problema — ignora-se deliberadamente o fato de que a esmagadora maioria dos casos de abusos são casos de homossexualismo — , enquanto planeja instituir a ordenação de homens casados e, quem sabe, também a readmissão de todos os traidores das últimas décadas, que abandonaram o ministério para se casar…

Ao mesmo tempo, o cardeal Marx joga lenha na fogueira, dizendo que a Igreja na Alemanha destruiu arquivos que comprovavam o abuso sexual de clérigos e silenciou as vítimas. O que pretende, com isso, o purpurado?

Em todo caso, ninguém parece preocupado com a alma dos fiéis. Nem pensam o que se passa pela cabeça de um leigo trabalhador, pai de família, devoto, que luta para colaborar com sua paróquia, que defende a honra de sua religião, que se esforça por viver a castidade matrimonial e não praticar a contracepção, e que se depara com a realidade de que seus pastores não vivem a fidelidade aos seus votos de ordenação e ainda cometem ilícitos contra jovens e crianças.

Seria tudo um teatro cujo gran finale consistiria em Francisco sancionando a ordenação de homens casados e, talvez, de mulheres para o diaconato, readmitindo para o sacerdócio os apóstatas que amargam há décadas o seu ressentimento contra a Igreja, tudo muito cautelosamente e ad experientiam? Iniciar-se-ia, assim, a maior crise jamais vista no catolicismo.

Cenário perfeito para Francisco sair repentinamente — uma renúncia? —  de cena como o papa que passará para a história como o maior de todos os revolucionários, mas que não conseguiu resolver o problema da depravação moral de seu clero porque era um Papa bom demais, um Papa bom demais para uma Igreja má.
Título, Imagem e  Texto: FratresInUnum.com, 25 de fevereiro de 2019

Du « bla-bla », « aucune crédibilité »… Les victimes déçues par les propos du pape sur la pédophilie
Selon les victimes, le Vatican évite d’« aborder directement ses problèmes » en insistant sur le fait que les abus sexuels sont perpétrés dans toutes les sphères de la société.
Leia no Le Monde »

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