Aparecido Raimundo de Souza
CAUSOU A
NÓS TODOS, ou melhor, ainda causa, até agora (e quando mencionamos “nós todos”,
fazemos referência às senhoras e aos senhores acima dos oitenta anos), espanto
medo e não só espanto e medo, indignação, agastamento, cólera, exasperação e
fúria. Um furor, por sinal, tétrico, aterrador, monstruoso e temeroso, notadamente
temeroso em ver uma enormidade de professores (todos eles, sem exceção) brazzil
(grafado desta forma, por favor) sem fronteiras, do Oiapoque, no extremo norte
do Estado do Amapá, ao Chuí, extremo sul deste chão sem lei, vivendo com um salariozinho
de merda.
Norte idêntico, temos na berlinda, um minis’Si’nistro
representando a Pasta da Educação que se mostra preocupadíssimo com a falida civilidade
de um paisinho de bosta, de um rincão construído por debaixo dos panos. Um país
de espertos e oportunistas, uma nação que não tem rumo, prumo, destino, futuro,
rota ou porto seguro, muito menos este conjunto de formalidades conhecido como C
I V I L I D A D E.
E nosso medo (acima e abaixo) se funda exatamente
nisto. Na carta bombástica por ele escrita. Os meus leitores e amigos devem se
lembrar, que o ilustre Ricardo Vélez Rodriguez, enviou às escolas, uma carta exigindo
que se filmassem as crianças sem autorização dos pais, cantando o hino nacional
(grafado desta forma), à hora em que fosse hasteada a bandeira nacional (escrito
também desta forma, em minúsculo) e pasmem! -... que escrevessem,
mesmo trilho, uma carta e para apimentar mais a gororoba, incluíssem o “slogan”
eleitoral do atual presidente, na chamada hora cívica (hora cívica, com todo
respeito, só se nos quintos...) e que a depois se falasse dos heróis
brasileiros.
Isto só pode ser uma brincadeira! De mau gosto por
sinal. Os alunos, senhor minis’Si’nistro, não importa o estado da federação, querem
saber de cultura. Boa cultura. De educação, boa educação, aprendizado com
excelência. Entenda educação com excelência como aquela educação passada com majestade,
com perfeição e transparência. Não esta porra louca que vemos cotidianamente com
os olhos abertamente esbugalhados. Quanto aos heróis, quem são os nossos heróis?!
Batman? O Homem Aranha? Superman? Hulk? Mulher Maravilha? Capitão América?
Homem de Ferro? Estas figuras (as
outras) ridículas que o senhor chama de heróis não morreram de overdose?!
Deixemos para depois estas indagações. Voltemos ao
foco proposto no texto. Cantar esta porra de hino (por sinal, com uma letra cheia
de palavras retrógradas, desconhecidas, tipo plácidas, brado, fúlgido, penhor,
a imagem do Cruzeiro, que Cruzeiro, mano?!... impávido, florão, lábaro, etc.,
etc...) acastelado num vocábulo esquisito que só os literatos e os catedráticos
em língua portuguesa sabem ou saberiam explicar os significados ou noutro saco,
escrever cartinhas para o MEC (Ministététério da Educalção Camuflada), só pode
ser coisa de quem tem uma cabeça vazia, oca, sem nada. Uma cabeça de... ameba...
Queremos deixar registrado, e aqui abrimos um
parêntese, para informar que, de certa feita, tivemos a oportunidade de
escrever sobre o “hino nacional”, dando, inclusive, uma nova versão à letra de
Francisco Manoel da Silva, num texto que trouxemos a público, com o nome de
“Ino irracional”. Tal texto pode ser encontrado em nossos sites nas redes
sociais. Se o senhor quiser, mandaremos uma cópia autografada. Quem sabe vossa
Eminência, perdão, vossa “Ecelênsia” não nos prestigie, solicitando que seja a
nova poesia ou a nova letra releiturada aceita em todas as escolas? Para, além de cantada, filmada e depois
enviada em cartinhas lindas e maravilhosas ao MEC?
Embora o artigo tenha sido escrito e publicado originariamente
em 18 de julho de 2007, na época, representava (como até agora expressa) com
galhardia e brilhantismo, sem tirar, nem pôr, o quadro lúgubre deste paizinho bancarrotado,
e, para melhorar a sua saúde precária, além do pires nas mãos, às portas de uma
falência de seus múltiplos órgãos essenciais à sobrevivência. Fechamos o
parêntese aberto.
O senhor Minis’Si’nistro da educação, deveria se
preocupar num primeiro momento em melhorar as condições dos professores (não
importando se da rede pública, privada ou particular). Deveria aperfeiçoar a “reforma
do ensino”, e, sobretudo, trazer à baila, algo inusitado para que estes pais de
famílias fossem respeitados como tal. Mesmo murro na ponta da faca, que esta
galera que se mata dando aulas, tomando tapas, levando facadas, sendo agredida,
se sentisse gente e não precisasse vender o almoço para comprar a janta...
O senhor deveria, senhor ministro, ter ao seu lado,
um bom (ou melhor, assessores jurídicos e especialistas no tal do “ECA, ou
Estatuto da Criança e do Adolescente”), para atinar que não se pode sair por ai
filmando crianças a seu bel prazer. O senhor necessitaria mais. Num segundo
momento, realizar um feito concreto, sólido e APROVEITÁVEL que beneficiasse
esses infelizes. Cantar o hino, escrever cartinhas... filmar alunos... hora cívica...
acaso o senhor veio de algum planeta, desculpe, de algum “pranelta”
desconhecido da galáxia?
O senhor deveria pensar em algum primor ainda não
nascido. Todavia, um acontecimento que se perpetuasse como “memorável” e
fizesse a raia miúda, boquiabertar, espantada, e num estupendo e uníssono “óh!...
óh!... óh!... óh!... óh!... - gritar, a
plenos pulmões, “nossa, esse cara é dos bons, deu uma dentro em favor da classe
fodida dos professores”. Os professores “é”, digo, “são” uma classe fodida. O
senhor sabia ou sabe disto? Deveria! Passou pela sua cabeça, alguma vez,
promover um encontro indo de escola em escola? Para ver de perto as falhas,
aparar arestas? A isto se dá o nome de ser verdadeiramente Ministro da
Educação. Alí, no dia a dia, no ombro a ombro com o professor.
Fazer propaganda política aos nossos filhos e netos,
ou melhor, incutir nestes coitadinhos, ou aos futuros brazzzzileirinhos e
brazzzzileirinhas, um amontoado de porcaria, de lixo, de sacanagem, serviria,
apenas, para massagear seu ego falido. Acaso o senhor tem o ego falido? Melhor
colocado: o senhor sabe o que é um ego falido?
Temos certeza, se o prezado pusesse em prática alguma
coisa abalizada, insigne, justa, séria, viável, um “toque” anormal, que alegrasse
e trouxesse aos rostos dos professores um sorriso novo, edificante, a grande
massa de educadores ficaria deveras feliz. Os elogios à sua pessoa, a sua sede
de consciência, e a sua “Ecelênsia” narcisista, viriam como vento ventania... N
A T U R A L M E N T E.
O senhor igualmente deveria entender, “nós todos”,
ou mais especificamente, os antigos, em face de conservamos com civilidade,
grosso modo, alimentarmos dentro da nossa alma o RESPEITO, a SERIEDADE e a VERGONHA
NA CARA, e por gentileza, vislumbre VERGONHA NA CARA, como aquele “trocinho” invisível
que passeia nas fuças dos cidadãos (como uma coceira chata) que vivem à custa ou
às expensas do seu próprio sustento.
Em linha idêntica, os caraminguados que sobrevivem
do suor de seus rostos, sem dependerem deste ou de algum outro filho da puta...
pense senhor representante da Pasta da Educação, pense naqueles mestres espalhados
em milhões de escolas brazzzzil a fora, que não tem e não contam, como o senhor,
com auxílio paletó, auxílio gravata, auxílio gabinete, auxilio moradia, auxílio
produtos de limpeza, auxílio gasolina, auxílio funeral, segurança particular
vinte e quatro horas...
Do mesmo modo, outras benesses e luxurias, como passagens
de avião (de graça, para baixo e para cima), os melhores hotéis, além de um
gabinete no melhor lugar de brazzzzilia enfeitado pelo belo sexo, um bom
salário final do mês, sem falarmos, contudo, tocando na ferida, naquela
quadrilha infindável de cheira colhões gravitando à sua volta. Referenciamos aos ratos de esgoto, aos vermes
(e por metáfora), às pústulas que lhe beijam os pés, esperando a hora certa
para puxarem seu saco.
Entre tapas e beijos, o merdeiro feito pela
precipitação de sua cartinha se coagulou tão fedida e mal cheirosa, que na
sessão da CE (Comissão de Educação) de terça-feira p.p. 26, onde o senhor
estava presente (unicamente para inglês ver), observamos que “defendeu as cotas
nas universidades enquanto não fosse resolvida a velha questão do ensino básico
de qualidade para todos”. O senhor acha isto possível? ENSINO BÁSICO DE
QUALIDADE PARA TODOS?!
Quantos anos deverão vir pela frente para
desfrutarmos de um ensino básico de qualidade? Uns novecentos anos? Uns mil e
quinhentos? Numa ótica paralela, a sua cartinha foi longe. Soubemos que aterrissou
na Procuradoria Federal dos Direitos do Cidadão ou PFDC, órgão do MPF ou
Ministério Público Federal que, ato contínuo lhe fez um marcotoso “Pedido de
esclarecimento”.
Tem certeza que o senhor “esclareceu direitinho o
Tim-Tim por Tim-Tim para a PFDC e para o MPF? Um derradeiro questionamento: o
senhor como Minis’Si’nistro acha que o conteúdo da sua missiva, de alguma forma,
feriu o ECA? OK! Enquanto esperamos por
sua resposta, nos permita sorrir: kikikikikikikiki... viva a EDUCAÇÃO, salvem os
PROFESSORES.
Título e texto: Aparecido Raimundo de Souza, da Lagoa Rodrigo de Freitas, no Rio de
Janeiro. 1-3-2019
Colunas anteriores:
LI E RELI A MISSIVA DO MINISTRO.
ResponderExcluirSinto muito mas não vi em nenhum momento a menção em obrigar os estudantes a repetir o slogan de campanha.
As crianças de hoje são filhos de pais criados pelo socialismo.
Elas é que serão o futuro educacional do país.
Porque esta geração pós constituição de 1988 está MORTA e não sabe.
fui...