sexta-feira, 1 de março de 2019

[Aparecido rasga o verbo] Será que a carta do ministro Ricardo Vélez, da Educação, ainda “pega o tatu”??!!

Aparecido Raimundo de Souza

CAUSOU A NÓS TODOS, ou melhor, ainda causa, até agora (e quando mencionamos “nós todos”, fazemos referência às senhoras e aos senhores acima dos oitenta anos), espanto medo e não só espanto e medo, indignação, agastamento, cólera, exasperação e fúria. Um furor, por sinal, tétrico, aterrador, monstruoso e temeroso, notadamente temeroso em ver uma enormidade de professores (todos eles, sem exceção) brazzil (grafado desta forma, por favor) sem fronteiras, do Oiapoque, no extremo norte do Estado do Amapá, ao Chuí, extremo sul deste chão sem lei, vivendo com um salariozinho de merda.

Norte idêntico, temos na berlinda, um minis’Si’nistro representando a Pasta da Educação que se mostra preocupadíssimo com a falida civilidade de um paisinho de bosta, de um rincão construído por debaixo dos panos. Um país de espertos e oportunistas, uma nação que não tem rumo, prumo, destino, futuro, rota ou porto seguro, muito menos este conjunto de formalidades conhecido como C I V I L I D A D E.

E nosso medo (acima e abaixo) se funda exatamente nisto. Na carta bombástica por ele escrita. Os meus leitores e amigos devem se lembrar, que o ilustre Ricardo Vélez Rodriguez, enviou às escolas, uma carta exigindo que se filmassem as crianças sem autorização dos pais, cantando o hino nacional (grafado desta forma), à hora em que fosse hasteada a bandeira nacional (escrito também desta forma, em minúsculo) e pasmem! -...   que escrevessem, mesmo trilho, uma carta e para apimentar mais a gororoba, incluíssem o “slogan” eleitoral do atual presidente, na chamada hora cívica (hora cívica, com todo respeito, só se nos quintos...) e que a depois se falasse dos heróis brasileiros.

Isto só pode ser uma brincadeira! De mau gosto por sinal. Os alunos, senhor minis’Si’nistro, não importa o estado da federação, querem saber de cultura. Boa cultura. De educação, boa educação, aprendizado com excelência. Entenda educação com excelência como aquela educação passada com majestade, com perfeição e transparência. Não esta porra louca que vemos cotidianamente com os olhos abertamente esbugalhados. Quanto aos heróis, quem são os nossos heróis?! Batman? O Homem Aranha? Superman? Hulk? Mulher Maravilha? Capitão América? Homem de Ferro?  Estas figuras (as outras) ridículas que o senhor chama de heróis não morreram de overdose?!  

Deixemos para depois estas indagações. Voltemos ao foco proposto no texto. Cantar esta porra de hino (por sinal, com uma letra cheia de palavras retrógradas, desconhecidas, tipo plácidas, brado, fúlgido, penhor, a imagem do Cruzeiro, que Cruzeiro, mano?!... impávido, florão, lábaro, etc., etc...) acastelado num vocábulo esquisito que só os literatos e os catedráticos em língua portuguesa sabem ou saberiam explicar os significados ou noutro saco, escrever cartinhas para o MEC (Ministététério da Educalção Camuflada), só pode ser coisa de quem tem uma cabeça vazia, oca, sem nada. Uma cabeça de...  ameba...

Queremos deixar registrado, e aqui abrimos um parêntese, para informar que, de certa feita, tivemos a oportunidade de escrever sobre o “hino nacional”, dando, inclusive, uma nova versão à letra de Francisco Manoel da Silva, num texto que trouxemos a público, com o nome de “Ino irracional”. Tal texto pode ser encontrado em nossos sites nas redes sociais. Se o senhor quiser, mandaremos uma cópia autografada. Quem sabe vossa Eminência, perdão, vossa “Ecelênsia” não nos prestigie, solicitando que seja a nova poesia ou a nova letra releiturada aceita em todas as escolas?  Para, além de cantada, filmada e depois enviada em cartinhas lindas e maravilhosas ao MEC?

Embora o artigo tenha sido escrito e publicado originariamente em 18 de julho de 2007, na época, representava (como até agora expressa) com galhardia e brilhantismo, sem tirar, nem pôr, o quadro lúgubre deste paizinho bancarrotado, e, para melhorar a sua saúde precária, além do pires nas mãos, às portas de uma falência de seus múltiplos órgãos essenciais à sobrevivência. Fechamos o parêntese aberto.  

O senhor Minis’Si’nistro da educação, deveria se preocupar num primeiro momento em melhorar as condições dos professores (não importando se da rede pública, privada ou particular). Deveria aperfeiçoar a “reforma do ensino”, e, sobretudo, trazer à baila, algo inusitado para que estes pais de famílias fossem respeitados como tal. Mesmo murro na ponta da faca, que esta galera que se mata dando aulas, tomando tapas, levando facadas, sendo agredida, se sentisse gente e não precisasse vender o almoço para comprar a janta...

O senhor deveria, senhor ministro, ter ao seu lado, um bom (ou melhor, assessores jurídicos e especialistas no tal do “ECA, ou Estatuto da Criança e do Adolescente”), para atinar que não se pode sair por ai filmando crianças a seu bel prazer. O senhor necessitaria mais. Num segundo momento, realizar um feito concreto, sólido e APROVEITÁVEL que beneficiasse esses infelizes. Cantar o hino, escrever cartinhas... filmar alunos... hora cívica... acaso o senhor veio de algum planeta, desculpe, de algum “pranelta” desconhecido da galáxia?

O senhor deveria pensar em algum primor ainda não nascido. Todavia, um acontecimento que se perpetuasse como “memorável” e fizesse a raia miúda, boquiabertar, espantada, e num estupendo e uníssono “óh!... óh!... óh!... óh!... óh!...  - gritar, a plenos pulmões, “nossa, esse cara é dos bons, deu uma dentro em favor da classe fodida dos professores”. Os professores “é”, digo, “são” uma classe fodida. O senhor sabia ou sabe disto? Deveria! Passou pela sua cabeça, alguma vez, promover um encontro indo de escola em escola? Para ver de perto as falhas, aparar arestas? A isto se dá o nome de ser verdadeiramente Ministro da Educação. Alí, no dia a dia, no ombro a ombro com o professor.

Fazer propaganda política aos nossos filhos e netos, ou melhor, incutir nestes coitadinhos, ou aos futuros brazzzzileirinhos e brazzzzileirinhas, um amontoado de porcaria, de lixo, de sacanagem, serviria, apenas, para massagear seu ego falido. Acaso o senhor tem o ego falido? Melhor colocado: o senhor sabe o que é um ego falido?

Temos certeza, se o prezado pusesse em prática alguma coisa abalizada, insigne, justa, séria, viável, um “toque” anormal, que alegrasse e trouxesse aos rostos dos professores um sorriso novo, edificante, a grande massa de educadores ficaria deveras feliz. Os elogios à sua pessoa, a sua sede de consciência, e a sua “Ecelênsia” narcisista, viriam como vento ventania... N A T U R A L M E N T E.  

O senhor igualmente deveria entender, “nós todos”, ou mais especificamente, os antigos, em face de conservamos com civilidade, grosso modo, alimentarmos dentro da nossa alma o RESPEITO, a SERIEDADE e a VERGONHA NA CARA, e por gentileza, vislumbre VERGONHA NA CARA, como aquele “trocinho” invisível que passeia nas fuças dos cidadãos (como uma coceira chata) que vivem à custa ou às expensas do seu próprio sustento.  

Em linha idêntica, os caraminguados que sobrevivem do suor de seus rostos, sem dependerem deste ou de algum outro filho da puta... pense senhor representante da Pasta da Educação, pense naqueles mestres espalhados em milhões de escolas brazzzzil a fora, que não tem e não contam, como o senhor, com auxílio paletó, auxílio gravata, auxílio gabinete, auxilio moradia, auxílio produtos de limpeza, auxílio gasolina, auxílio funeral, segurança particular vinte e quatro horas...

Do mesmo modo, outras benesses e luxurias, como passagens de avião (de graça, para baixo e para cima), os melhores hotéis, além de um gabinete no melhor lugar de brazzzzilia enfeitado pelo belo sexo, um bom salário final do mês, sem falarmos, contudo, tocando na ferida, naquela quadrilha infindável de cheira colhões gravitando à sua volta.  Referenciamos aos ratos de esgoto, aos vermes (e por metáfora), às pústulas que lhe beijam os pés, esperando a hora certa para puxarem seu saco.

Entre tapas e beijos, o merdeiro feito pela precipitação de sua cartinha se coagulou tão fedida e mal cheirosa, que na sessão da CE (Comissão de Educação) de terça-feira p.p. 26, onde o senhor estava presente (unicamente para inglês ver), observamos que “defendeu as cotas nas universidades enquanto não fosse resolvida a velha questão do ensino básico de qualidade para todos”. O senhor acha isto possível? ENSINO BÁSICO DE QUALIDADE PARA TODOS?!

Quantos anos deverão vir pela frente para desfrutarmos de um ensino básico de qualidade? Uns novecentos anos? Uns mil e quinhentos? Numa ótica paralela, a sua cartinha foi longe. Soubemos que aterrissou na Procuradoria Federal dos Direitos do Cidadão ou PFDC, órgão do MPF ou Ministério Público Federal que, ato contínuo lhe fez um marcotoso “Pedido de esclarecimento”.

Tem certeza que o senhor “esclareceu direitinho o Tim-Tim por Tim-Tim para a PFDC e para o MPF? Um derradeiro questionamento: o senhor como Minis’Si’nistro acha que o conteúdo da sua missiva, de alguma forma, feriu o ECA?  OK! Enquanto esperamos por sua resposta, nos permita sorrir: kikikikikikikiki... viva a EDUCAÇÃO, salvem os PROFESSORES.
Título e texto: Aparecido Raimundo de Souza, da Lagoa Rodrigo de Freitas, no Rio de Janeiro. 1-3-2019




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Um comentário:

  1. LI E RELI A MISSIVA DO MINISTRO.
    Sinto muito mas não vi em nenhum momento a menção em obrigar os estudantes a repetir o slogan de campanha.
    As crianças de hoje são filhos de pais criados pelo socialismo.
    Elas é que serão o futuro educacional do país.
    Porque esta geração pós constituição de 1988 está MORTA e não sabe.
    fui...

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