segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

Sakineh pode ter pena perdoada

Sakineh Mohammadi-Ashtiani. Foto: Reuters

A pena de morte por lapidação da iraniana Sakineh Mohammadi-Ashtiani, condenada por adultério, ainda pode vir a ser anulada, admitiu ontem um alto responsável da justiça de Teerão, admitindo a existência de "ambiguidades" neste processo que tem vindo a ser acompanhado com emoção em diversas capitais internacionais.
Questionado sobre a possibilidade de anular a pena de morte por lapidação imposta a Ashtiani, uma iraniana de 43 anos, o procurador da província iraniana do Azerbaijão Oriental, Malek Ajdar Sharifi, admitiu que "tudo é possível". De acordo com este responsável, citado pela agência Fars, persistem algumas "dúvidas" no caso, sobretudo quanto às "provas" obtidas na investigação do processo contra Ashtiani, o que tem retardado uma decisão final.

Esta declaração surge 24 horas após um contacto de Ashtiani com a imprensa internacional na cidade iraniana de Tabriz, onde está detida. Nesse breve encontro, a iraniana declarou-se culpada dos crimes de adultério e cumplicidade no assassínio do marido, em 2006, elogiando as autoridades judiciais do país e repudiando o seu próprio advogado. Pediu ainda ao filho, Sajjad, para processar todos quantos a "desgraçaram", referindo-se concretamente aos jornalistas ocidentais, como os do jornal alemão Bild am Sonntag, que têm dado grande eco à sua causa.
Esta aparição da iraniana foi considerada uma "encenação grotesca" pelo filósofo francês Bernard-Henri Lévy. "Estas confissões não fazem qualquer sentido", afirmou Lévy, que há meses se destaca entre diversas figuras públicas ocidentais em defesa dos direitos de Sakineh Ashtiani, com apelos públicos à comutação da pena de morte por apedrejamento, uma bárbara forma de execução ainda em vigor em países como o Irão, onde vigoram as mais estritas leis islâmicas.

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