Valmir Fonseca A. Pereira
Em geral, apontamos nosso arcaico arco e flecha literário em direção ao desgoverno e seus pilares, como ao petismo, aos parlamentares da oposição aliada, o MST, à estudantada politiqueira, aos sindicatos, às ONG de minorias barulhentas que infernizam a nossa existência e a cada dia avançam e tornam indigesta a vida de quem trabalha e paga vultosos impostos.
Pelo andor da carruagem, fracassamos. Eles são imbatíveis, intocáveis e impuníveis. É o que se pode depreender por algumas notícias recentes, e outras, nem tanto, que aumentam o gosto amargo de decepção que temos na boca.
A patifaria de hoje se sobrepõe à de ontem, e a cada dia, mais uma denúncia comprovada, mais uma cretinice transparente, mas o Brasil continua como se absolutamente nada tivesse acontecido.
Mas, afinal, “QUE PAÍS É ESTE”?
Ah, a Gasolina. Há cinco anos o grande trombeta anunciava a nossa independência. Era pura jactância.
Ah, a CPMF. Não adiantou a repulsa da sociedade. A esmola institucionalizada para o desgoverno cisca de volta.
Ah, o Desarmamento. O Sarney desqualificou o repúdio recente da sociedade, e a nova tentativa está de volta.
Ah, a Vale do Rio Doce. A empresa semi - estatal é o produto acabado da ingerência do desgoverno no setor privado, que escolhe as empresas contempladas, com base em critérios políticos e “doações financeiras”.
Ah, o Crédito. Metade do crédito já depende do governo, o maior banqueiro do País!
Ah, os Correios. A Estatal, incompetente para entregar cartas no menor prazo, por medida provisória (esta aberração consentida), foi autorizada a criar e comprar companhias aéreas e, inclusive, permitir a entrada da estatal no Projeto do Trem - Bala.
Ah, o Trem-Bala. Como as Olimpíadas e a Copa, mero deslumbre e desejo de um narcisista empedernido e destituído de senso. Não se importando com sua inutilidade e custos.
Ah, os Parlamentares. Lamentavelmente, eles representam, apenas, a si e ao desgoverno.
Ah, as obras do PAC. Seguindo em frente, sem lenço e sem documento, ao arrepio de qualquer fiscalização. Por vezes, tombam, racham, afundam.
Ah, o Mensalão do PT. Jaz enterrado em cova rasa.
Ah, o Batistti. Vai bem obrigado. É fã do desgoverno.
Ah, as ossadas do Araguaia. Eles continuam cavoucando.
Ah, a Inflação. É impressão nossa e o desgoverno jura que é uma miragem.
Ah, os Impostos. São idênticos à Comissão da Verdade, ao Mantega, aos Ministros em geral, ao ex-presidente, e a um bando de salafrários de grosso calibre, de parlamentares cretinos, dos quais reclamamos, mas agüentamos; aos quais repudiamos, mas pagamos; aos quais maldizemos, mas elegemos.
Ah, a Taxa Básica de Juros. Continua aumentando.
Ah, o PNDH 3. Ele, disfarçadamente (Vide a Comissão da Verdade), vai sendo introduzido, sem vaselina.
Ah, a Comissão da Verdade. Continua vendo a “novela” do SBT para firmar suas convicções.
Ah, os/as LGBTs. Ainda será crime não sê - lo. O Bolsonaro que o diga.
Ah, a Medalha da Vitória. Uma grata surpresa para o estratego guerrilheiro, que nem sabia sobre a FEB, e achava que eles eram os membros do “Lar Febiano de Cristo”.
Ah, a Medalha da ABL. O Ronaldinho gaúcho foi agraciado pela Academia com a Medalha Machado de Assis ao passar com louvor no teste de alfabetização.
Finalmente, mas sem encerrar a odisséia de pândegas, ah, e o Passaporte Diplomático? Quando vencido, devolve quem tem juízo, não, quem tudo pode.
Diante de tantos fatos insólitos e abismados com o savoir - vivre nacional resta indagar, “QUE PAÍS É ESTE?”
Brasília, DF, 12 de maio de 2011
Gen. Bda Rfm Valmir Fonseca Azevedo Pereira
Letra: Renato Russo
Nas favelas, no senado
Sujeira pra todo lado
Ninguém respeita a constituição
Mas todos acreditam no futuro da nação
Que país é esse?
Que país é esse?
Que país é esse?
No Amazonas, no Araguaia iá, iá,
Na Baixada Fluminense
Mato Grosso, nas Gerais e no
Nordeste tudo em paz
Na morte eu descanso, mas o
Sangue anda solto
Manchando os papéis, documentos fiéis
Ao descanso do patrão
Que país é esse?
Que país é esse?
Que país é esse?
Que país é esse?
Terceiro mundo, se for
Piada no exterior
Mas o Brasil vai ficar rico
Vamos faturar um milhão
Quando vendermos todas as almas
Dos nossos índios num leilão
Que país é esse?
Que país é esse?
Que país é esse?
Sai da “FRENTE”
ResponderExcluirEm recente texto, indagamos “que País é este”, e elencamos fatos que ilustravam o nosso espanto. De fora, ficaram muitos de descomunal perplexidade.
O sedento revanchismo contra o poder militar é um deles. O poder militar de uma nação, como os demais poderes nacionais, deveria ser preservado, prestigiado e respeitado.
O da Comissão da Verdade é outro. Não a Comissão em si, que nos será enfiada pela goela, mas a sua aprovação.
Já nos indagaram sobre o que achávamos e como reagiríamos diante da sua aprovação. O entrevistador, nitidamente, esperava que disséssemos cobras e lagartos acerca da impoluta invenção revanchista, provavelmente, sabedor das restrições do Ministério da Defesa a respeito de opiniões sobre a Comissão.
A Comissão, respondemos, é como um pesado e injusto imposto. Estamos sobrecarregados deles. Chiamos contra os novos e com os velhos que aumentam dia após dia. Berramos, mas religiosamente, apesar de contragosto, pagamos e, por isso, eles sempre tiram um naco a mais. Infelizmente, não fazemos Tiradentes como antigamente.
Seria muito estranho, e até paranóico se a imprensa publicasse que os Comandantes Militares estão empenhados na criação da Comissão. O ideal seria que se empenhassem ao contrário, uma vez que causará maléficas conseqüências para as suas Instituições.
Na mesma linha de raciocínio, sem pretender algum movimento para impedir sua criação, o lógico seria esperarmos, se não o empenho do Ministério da Defesa, pelo menos uma posição de neutralidade diante do problema, até para preservar a sua credibilidade (?), entretanto, justificando a indigesta pergunta “que país é este”, a imprensa publica à larga o desusado empenho do Senhor Ministro na criação da Comissão.
O Ministério da Defesa, a Secretaria dos Direitos Humanos e o Ministério da Justiça, organizam reuniões com parlamentares e seus chefes, num convencimento sem quartel pela aprovação da Comissão.
E não estão a sós na sua empreitada. Breve, os interessados e o advogado-geral da União, Luiz Inácio Adams, assinarão portaria interministerial para reformular o Grupo de Trabalho Araguaia-Tocantins.
O Ministro da Justiça baixou a portaria 417, de 5 de abril de 2011, (Diário Oficial da União), que comete uma flagrante injustiça e uma clara inconstitucionalidade no acesso a documentos guardados no Arquivo Nacional. A regra prevê um tratamento diferenciado (e discriminatório) para agentes do Estado e para aqueles que tiveram seus nomes incluídos como “inimigos do Estado” em processos investigatórios promovidos pelo extinto Sistema Nacional de Informações e Contra-informação – SISNI -, entre os anos de 1964 e 1985.
A Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH), ligada à OEA, está questionando o governo brasileiro pela impunidade dos responsáveis pelas torturas e outras violências praticadas durante a ditadura militar.
Assim, Desgoverno (Advocacia - Geral da União), Ministérios, Secretarias, OEA, organizados em frente (na época da subversão, os grupos de esquerda enfraquecidos, seja por ação dos órgãos repressores, seja pelo personalismo de seus dirigentes, pela falta de preparo ideológico de seus quadros e pela diversidade dos caminhos e do apoio externo oferecido, para sobreviverem realizavam ações de roubos, terrorismo e outras contravenções em conjunto. Tais uniões (chamadas de “frentes”) atropelam quem se postar à sua frente.
Nós, sovados, mas lúcidos, sabemos que “dias piores virão”. Do jeito que vai, nem o tsunami de nova Orleans, nem o terremoto no Japão, nem a pior das catástrofes poderá fazer frente à poderosa “FRENTE”.
Brasília, DF, 15 de maio de 2011,
Gen. Bda Rfm Valmir Fonseca Azevedo Pereira