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Tobis. Foto: DR |
Alberto de Freitas
Excluindo os pormenores, vamos
ao “grosso” da questão: a Tobis estava falida, sem dinheiro para salários nem
prospetivas de atividade. Sem incluir o espólio, terrenos ou edifícios,
tentava-se vender uma empresa com meia centena de trabalhadores.
Dos nacionais, nem gabiru,
intelectual ou artista, deu um “passo-em-frente”.
E pensando bem, era algo
votado ao insucesso no mundo da sensatez… mas eis que como milagre, uma empresa - de nome aparentemente alemão – compra
por um valor da ordem dos 4 milhões de euros e garante manter metade dos
funcionários.
Escândalo: quem é essa
empresa? Escândalo supremo: os capitais são angolanos.
E eis que gabirus,
intelectuais e artistas, despertam num ataque a tal venda. Tal como
aristocratas falidos, obrigados a ceder a terra improdutiva a quem a quer
trabalhar. E o assinalar que a empresa tinha nome alemão, mas não era,
pressupõe um complexo rácico, sempre negado por tais gabirus, intelectuais e
artistas.
E à pergunta: o que quererão
os angolanos da Tobis? Não tenho resposta, exceto a sensação de terem dinheiro
a sobrar.
E ao assistir a tais reações,
formulei o desejo da “coisa” voltar para trás. Devolvia-se o dinheiro aos
angolanos e, perguntava: e agora?
Exigimos solidariedade,
pedimos dinheiro, mas estamos em desacordo em dar algo para a “troca”: nem
alterar comportamentos, nem património, principalmente o de alto valor
sentimental.
Eu, que faço parte desta
turba, já não tenho paciência. Fará os outros que estão a assistir…
Título e Texto: Alberto de Freitas, 05-04-2012
Edição: JP
Ó tempo volta para trás! - António Mourão, Composição: Eduardo José
Dantas. Canta: Tony de Matos
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