O primeiro-ministro insiste numa "nova cultura democrática"
contra o endividamento.
Passos Coelho, que falou numa
iniciativa de campanha para as autárquicas, em Viseu, disse ontem que "em
2013, Portugal terá pago qualquer coisa como quase oito mil milhões de euros da
dívida que acumulou".
Citado pela Lusa, o
primeiro-ministro acrescentou que a dívida acumulada nos últimos 15 anos foi
contraída "sem que as pessoas se apercebessem dela", através de
desorçamentações.
"Se vos fosse dado a
escolher contrair dívida em 2011, em 2010, em 2009, em 2008, em 2000, em 99 -
que foi quando esta dívida pública foi gerada, foi nestes últimos quinze anos -
se vos fosse dado a escolher a cada um «querem em 2013 pagar quase oito mil
milhões de juros de dívida», os senhores teriam dito «queremos»?, perguntou Passos
a uma plateia de simpatizantes do PSD presentes na iniciativa.
"Alguém aqui teria dito
«com certeza, eu não me importo de prescindir da saúde, educação e segurança
social e prefiro pagar juros da dívida que vamos contraindo?»", insistiu.
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Foto: Pedro Rosario/Lusa |
O primeiro-ministro frisou que
o Governo não pode seguir pela mesma política de endividamento do passado e que
é preciso continuar com o "grande esforço" da consolidação. É
possível manter a economia a crescer e reduzir o défice, acredita, mas para tal
é preciso "uma nova cultura democrática" contrária ao endividamento.
Passos Coelho garantiu ainda
que não vai mudar o discurso do Governo por causa das eleições, depois de ouvir
um membro do PSD e candidato à distrital de Viseu apelar a sinais de
"esperança sem choques adicionais de austeridade".
"Ninguém levaria a sério
que eu viesse aqui hoje desdizer a necessidade das políticas que temos
prosseguido. As pessoas não o perceberiam, das duas uma: ou porque eram
dispensáveis, e então não se percebe porque estariam a ser executadas, ou elas
são necessárias e não vale a pena virmos aqui fazer um exercício de prometer
fazer o contrário do que fizemos até hoje", afirmou, sublinhando que o
discurso do Executivo não pode pautar-se por "circunstâncias muitos conjunturais
e, em particular, de natureza eleitoral".
Título e Texto: Luís Reis Pires, Diário Económico, 17-9-2013
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